GoodBye

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"Pois você só precisa da luz quando está escurecendo
Só sente falta do sol quando começa a nevar
Só sabe que a ama quando a deixa ir
Só sabe que estava bem quando se sente mal
Só odeia a estrada quando sente saudade de casa
Só sabe que a ama quando a deixa ir
E você a deixou ir" -
Passenger

- O que é isso?-perguntou novamente mas desta vez se sentando e me fitando séria.- Cara.

- Justin estava bêbado.- disse rápida, não sabia o que falar e o que restou foi por toda a culpa na pessoa que ela nunca sentiria ciumes.

- Ele simplesmente chupou seu seio? Conte-me outra Cara.- tranquei a respiração contando até dez e logo soltei o ar lentamente pela minha boca, abri os olhos e a fitei, ela se mantinha séria em minha frente.- Você esteve com outra?

- Não, nunca.

- Então me explique por que você está com um chupão em seu seio?

- Já disse, Justin estava bêbado ai ele me agarrou.- respondi novamente.

- Posso confiar em você?- Perguntou me encarando e eu assenti com a cabeça.- Odeio pensar em ser traída novamente.

Seu maior medo sempre foi isso, quando ela havia 15 anos descobriu que seu primeiro amor, um garoto, havia a traído com sua melhor amiga e por esta razão decidiu optar pelas mulheres, mas era apenas por diversão porém, hoje ela já assume ser homossexual.

- Por mim, isso nunca vai acontecer.- disse com o coração na mão, como eu conseguia mentir na cara dura?

Ela sorriu e me deu um selinho em forma de resposta, deitei novamente mas desta vez em seu colo e suas mãos foram automaticamente para meus fios loiros. Amava seu carinho.

- Cara.- sussurrou ela instantes mais tarde.

- hmn.- resmunguei me deliciando de seu carinho.

- Eu preciso te contar algo.- A olhei esperando dizer.- você promete não ficar brava comigo?- assenti e ela desviou seu olhar, parecia tentar escolher as melhores palavras.- Eu recebi uma proposta de emprego melhor.

- Nossa, que ótimo.- sorri feliz por ela.- Por que eu ficaria brava com isto?- pergunto confusa.

- Por que é em Miami.- disse ela. - eu vou me mudar para Miami Cara.

Ao ouvir aquilo saindo de seus lábios canudos senti meu coração doer, era como se milhares de cacos de vidro fossem arremessados contra ele. Ela iria aceitar e me abandonar?

- Quando?

- Semana que vem, mas vou amanhã para alugar a casa e desempacotar os móveis.

Me levantei de seu colo e me sentei na beirada da cama de cabeça baixa, senti seus braços e pernas me abraçarem mas não fiz questão de segura-los.

- Cara, diz algo.- implorou com sua voz de choro.

- Dizer o que? Por que você não perguntou nada quando recebeu esta droga de oferta.- cuspi as palavras já sentindo as lagrimas escorrerem pela maçã de meu rosto.

- Eu não ia mas meus pais me pediram, eles estão com saudades minha e se eu me mudar ficarei apenas uma hora deles.

- E eu? Em nenhum momento pensou em mim? Como eu ficaria sem você?

- Foi a primeira coisa que eu pensei, passei este último mês pensando em você mas não posso deixar esta oferta escapar por causa de um relacionamento, por causa de você.

- Então, quer dizer que não sou nada para você?- me levantei livrando-me de seus braços e a fitando indignada.- Você me iludiu por um ano dizendo que me ama para no final dizer que não se importa? Ótima pessoa você é Valéria.

- Você é importante para mim Cara, mas eu sei que tem uma vida pela frente e eu só irei atrapalhar isso, me desculpe se você está se sentindo iludida mas não foi minha intenção, eu te amo, eu realmente te amei e ainda te amo mas não podemos mais. Eu tenho um caminho pela frente e você também, chegou a hora de nos separar e cada uma viver sua vida.

- VOCÊ É RIDÍCULA- gritei com raiva e jogando contra a parede um porta retrato que havíamos nos duas no dia em que ela me pediu em namoro, no mesmo dia que me entreguei para ela. Até ontem havia sido a melhor decisão mas hoje, percebo que foi a pior coisa que fiz em toda minha vida.

- Cara, se acalme.- Ela disse vindo em minha direção mas ao segurar em meu braço tentei ataca-la mas ela era mais forte, meus braços estavam presos em sua mão e ela me fitava triste mas eu tinha certeza que naquele momento eu estava sofrendo mais. Cai de joelhos ainda chorando e senti seus braços me abraçando.- Por favor, vamos aproveitar nosso último dias juntos.

- Como posso aproveitar sabendo que amanhã você irá me deixar?

- Por favor.-pediu levantando meu rosto com seu polegar e depositando um selinho em minha boca. - Eu te amo tanto.

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Acordei com minha cabeça explodindo de dor, levantei da cama cambaleando e ao ir para o banheiro lembro da noite passada, os cacos ainda estavam pelo chão em frente a janela de meu quarto. Depois de minha discussão com Valéria acabai adormecendo com seu carinho mesmo estando muito brava com ela, como ela ousou a fazer aquilo comigo?

Tomei um banho para relaxar meu corpo que estava dolorido e ao sair vesti uma calça jeans e um moletom, a manhã havia amanhecido fria. Desci as escadas e avisto Valéria na cozinha tomando seu café, passei por ela sem ao menos falar ou vê-la, não queria encara-la, não depois de ontem. Peguei uma maça e quando saia da casa ouvi sua voz me chamando.

- Cara.

- O que você quer?- perguntei me virando.

- Posso pelo menos me despedir?- perguntou e eu apenas abaixei minha cabeça, ouvi o som de seu salto bater no chão parando após seu corpo encostar no meu, sua mão levou a mecha de meu cabelo que estava caída em meu rosto para atrás da orelha e a outra mão acariciou minha bochecha, sua boca se encostou na minha me selando por alguns segundos até seu sussurro tomar conta dos meus ouvidos.

- Adeus.

Me soltei dela e sai de casa batendo a porta e entrando em meu carro que estava estacionado em frente a casa. Ao chegar na escola passo por todos sem ao menos dizer nada, ainda estava brava com Justin. Entrei na sala de Biologia onde seria minha primeira aula e fiquei até o sinal tocar, avisto Ryan entrando na sala e se sentar ao meu lado.

- O que aconteceu?

- Tudo, tudo aconteceu.- disse abaixando a cabeça e segurando sua mão a levando em meu cabelo, ele era o único que conseguia me acalmar.- Valéria me deixou e eu briguei com Justin, tem como meu dia ser melhor?

- Mabela estava te procurando hoje.- olhei de relance e sorri ao lembrar da nossa transa, precisava fode-la novamente, mas desta vez é para esquecer Valéria e quem sabe eu não consiga algo mais, como uma suruba, entre eu, Mabela e Daiane, minha prostituta predileta. 



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