"Quando cheguei,ele já estava lá.Nevava um pouco e ele parecia estar com frio, mesmo estando mais agasalhado do que eu.Ele me viu e sorriu.Russos não costumam sair sorrindo por aí.Mesmo eu tendo roubado o encontro da minha irmã,sabia que seria uma noite legal.
Nos comprimentamos,fiquei até um pouco tímida,pois achava que ele não me esperava.- Você não achou estranho eu ter vindo no lugar da minha irmã?
-Não (risos),já tinha sacado a brincadeira.
-Que brincadeira?
-De falar que sua irmã ia vir me encontrar.Estava na cara que era você.Se ele pensou assim,deixa ele,não é?
-Então,Anton,o que vamos fazer?
-Me leve para algum lugar legal,me surpreenda... Tem algum lugar favorito?
-Tenho,mas acho que você não vai gostar...
-Talvez eu goste.Vamos?
-Vamos.
Peguei ele pela mão,e comecei a correr.Correr é ótimo para esquentar,e ele estava sentindo bastante frio.
- Você está com frio,sua mão está gelada...
Parei de correr,eu ia perguntar o que ele disse, mas ele esbarrou em mim e logo em seguida escorregou na fina neve no chão.
Eu ri.
-Você está bem?Desculpe ter rido.
- Não,tudo bem,isso acontece o tempo todo (risos)
Fomos andando até o meu lugar secreto.Aquilo não era um encontro,acho que estávamos nos divertindo,como amigos.Levei-o até o cemitério aonde estava o meu pai. Passou a ser o meu lugar de paz depois que ele se foi,gosto de ir la escondido.
- Não acredito!Por que você vem aqui?
-Bem,meu pai morreu,e eu fui impedida de ir no enterro dele.Na verdade,ninguém me contou nada,e eu só descobri que ele estava enterrado aqui um tempinho depois.Então sempre que posso venho para cá.É o meu lugar de paz.Silencioso,melancólico...Você tem algum problema com cemitérios?
-Não,só acho estranho e macabro.
-O meu lugar favorito é aquela árvore.Podemos nos sentar em baixo dela.Sinto uma coisa boa perto dela. Mesmo ela sendo assim...Seca e sem folhas.
-Você é estranha,Jessie.
-Se me chamar de estranha novamente,vou arrancar o seu braço (risos)
-(risos)
Nos sentamos embaixo daquela árvore,até demos um nome para ela:Alaska.
-Jessie,ainda estou sentindo uma coisa estranha,de estar num cemitério.
-Vamos ir embora,mas antes vou te ensinar um macete,você nunca mais vai ter medo de ficar aqui.
- Essa eu quero ver.
- Deita,olhe para o céu. Imagina que você está no seu quarto,observe o céu.Fecha os olhos e pensa em coisas boas...
-Você não vai deitar também?Vai me deixar fazer isso sozinho?
Deitei ao lado dele e fiz o mesmo.Olhamos para o céu e imaginamos as estrelas que estariam por trás daquelas enormes nuvens escuras, quase congelamos por causa do frio.
Levantei,e logo em seguida ajudei ele a se levantar.Olhei para ele e bateu aquela sensação de "meu Deus que garoto lindo",mas a Vi gosta dele,é até uma pena.Eu nem percebi que estava olhando para a boca dele,muito menos que ele também estava olhando para a minha.Ele se aproximava,parecia em câmera lenta,até que os seus lábios tocaram os meus.Pensei em me afastar,mas não consegui,passei a mão em sua pequena barba,e o abracei.Eu realmente não queria que aquele momento acabasse.
Quando terminou, ele sorriu,eu também sorri,um sorriso meio confuso.Não dava para pensar encarando aqueles lindos olhos azuis. Ele pegou na minha mão,e saímos do cemitério, andamos pelas ruas vazias,e ele me deixou na porta de casa.
-Está entregue(risos).Sinceramente,nunca conheci uma pessoa tão corajosa quanto você.
-Você quem foi corajoso,de ir pra um cemitério com uma maluca que acabou de conhecer...
Me virei para abrir a porta quando ele pegou o meu braço e me puxou. Caí em seus braços,e aquela cena se repetiu.Nos beijamos,e foi ainda melhor do que a primeira vez.Entrei,e me senti fantástica, não me lembro da última vez que me senti assim.Eu também me sentia culpada.Aquela madrugada passei em claro,isso não saia da minha cabeça.O beijo,o fato de minha irmã gostar dele,ele,os olhos,a boca...Parecia até um beijo enfeitiçado."
VOCÊ ESTÁ LENDO
A VINGANÇA
General FictionNão há sabor mais doce do que o sabor de uma vingança. Conheça a história de Jessica,que conhece a mãe e a irmã gêmea depois de 14 anos morando com o pai. Depois disso,tudo muda. (Essa história é fictícia,qualquer semelhança é pura coincidência)