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"Como vocês conseguem ter toda essa maldita energia ás 7:00 da manhã?" Louis resmungou enquanto puxava uma cadeira e se sentava ao lado de seu padrasto logo em seguida.

"E como você consegue ter esse maldito mau-humor sendo que não faz nada o dia inteiro?" Retrucou Mark, tentando defender os filhos que nem ao menos se importavam com o que se passava naquela mesa.

"Oh, Mark..." Louis riu debochado, não acreditando no que acabou que ouvir. "Você nem ao menos trabalha. É um encostado no governo que é sustentado pela minha mãe." Mark soltou a faca em que passava manteiga de amendoim em sua torrada, encarando Louis. "Acho que não há uma diferença muito grande entre eu e você." O adolescente sorriu satisfeito com sua resposta, ganhando um olhar totalmente repreendedor de sua mãe.

"Louis, sobe. Agora" Johannah rosnou, fazendo o garoto revirar os olhos, mas atendendo à ordem da mulher logo em seguida.

Ele havia acabado de descer.

Louis sabia que sua mãe gostava de Mark, ela repetia isso todos os dias quando o garoto dava alguma resposta sarcástica ao homem ou fazia alguma piada idiota sobre seus meio-irmãos. O que o deixava confuso - e bravo - era saber que Mark não gostava tanto assim de sua mãe... Mas ela era médica, e sabemos os benefícios que se ganha ao casar com uma doutora de nome conhecido.

"Louis..." Johannah entrou no quarto, recebendo um olhar desinteressado de seu filho.

"Presente." Murmurou, vendo a mulher suspirar.

"Vou ser direta, tudo bem?" Louis deu de ombros, fazendo sua mãe cruzar os braços, irritada. "Estamos cansados do seu jeito de agir nessa casa. Você já tem 17 anos e age como se tivesse 12." Ela cuspiu aquelas palavras achando que causaria algum efeito em seu filho, que apenas a olhava com o mesmo desinteresse que olhava para o quadro negro na aula de Biologia. "Tudo para você é motivo de discussão e piada sobre meus filhos." Louis a olhou incrédulo. Ele era seu filho primeiro. "Fora que está sendo um péssimo exemplo para eles, além di-"

"Certo, tudo bem. Onde você quer chegar?" Ele a interrompeu arqueando a sobrancelha - a mesma que quase foi arrancada por Mark quando chegou em casa com um piercing - de modo desafiador.

"Como é seu último ano no colégio, graças a sua repetência..." Johannah suspirou. "Você vai para uma escola, bem... um pouco longe daqui... Não é como aqueles colégios internos que você vê em filmes mas..." Louis não ouviu mais nada a partir dali. Simplesmente deixou seus pensamentos irem até seu amigo de infância, Stanley. Ele perdeu o contato com o garotinho de repente, após trocar de escola, mas nunca entendeu o real motivo sendo que sempre acreditou que Stan era seu vizinho.

"Entendeu, Louis? Amanhã. Mochilas, malas, caixas, sei lá. Tudo no carro." Ele suspirou, assentindo.

Seria um longo dia.

~*~

Assim que sua mãe saiu de seu quarto, Louis fez questão de tentar ser um filho obediente e arrumar suas coisas depressa.

A realidade era: Ele estava em completa confusão, se sentia todo bagunçado mentalmente, não conseguindo ter um pensamento concreto se quer. Não sabia se estava feliz por não precisar mais aturar seus meio-irmãos, ou infeliz por precisar encarar gente nova, por precisar aprender a lidar com gente nova.

Os babacas da antiga escola, eu, pelo menos, sabia como domar. Pensou, se jogando de bruços na cama com uma expressão de cansaço estampada em seu rosto, juntamente com olheiras, como se tivesse feito trabalho de parto há minutos atrás.

Louis nunca foi o garoto cheio de amigos por simplesmente não ter o Dom da Amizade, como diz sua mãe. Também nunca fora um conquistador, do tipo que tem várias garotas em volta de si, mas isso não o incomodava. Ele nem gostava de garotas.

Os poucos amigos que Louis tinha sempre acabavam sumindo, desaparecendo como se fosse um truque de magia e nunca mais voltavam. O garoto sempre se cobrava, deixando claro para si mesmo que todos cansavam dele, que ele não era suficiente para ter amizades.

Pobre adolescente confuso, sempre que perguntava de seus amigos à sua mãe, recebia a mesma resposta.

"A vida é um vagão de trem, Louis. Muitos vão entrar na sua vida e muitos vão sair, mas você não pode parar de circular por isso."

Sua vontade sempre foi responder que não importava o que caralhos era a maldita vida, ele apenas queria amigos que ficassem, queria Stan de volta, queria ser um garoto legal e normal, queria ter com quem dividir seus medos e sonhos, mas isso parecia estar fora de cogitação no vagão de trem de Louis.

O silêncio que sua mãe fazia sobre sua confusão mental o deixava insano. Chegou a pensar que o desaparecimento de seus amigos era culpa de Johannah, já que toda vez que começava a falar sobre uma nova amizade, a doutora o calava com remédios, com a mera desculpa que aquilo o faria se sentir melhor. Mas logo descartou essa ideia.

Minha mãe não tem culpa por eu não ser bom o bastante.

~*~

voltei com mais uma fic jvbgbkvkjvfk desculpa..então, essa é uma fic muke da mukeypunk - todos os direitos reservados á ela - que eu adaptei pra larry, espero muito que vocês gostem porque eu amei! beijos xx



existence - larry versionOnde histórias criam vida. Descubra agora