INTRODUÇÃO

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Batidas na porta me trouxeram de volta a realidade.

Será que eu nunca serei feliz com quem realmente amo?

Ao abrir a porta, permaneço atônita por exatamente dez segundos. 

Gabriel? O que ele faz aqui?

— O que faz aqui?

— Precisamos conversar.

— Já conversamos. Vá embora. Você namora minha melhor amiga, por favor, vá! — Aponto para saída.

— Eu conversei com ela, Bianca me entendeu. Eu não posso viver sem você, Isabela. Eu amo você, e não ela. Eu tentei, tentei viver sem você, sem pensar em você... Eu tentei seguir em frente, mas não posso. É você que eu quero, que eu amo. Por que insiste em resistir?

— Eu não posso. Entenda isso, por favor! Vamos machucá-la... — Lágrimas caem sobre meu rosto.

Como explicar ao homem que amo que estou esperando um filho de outro homem? Como explicar que esse filho que cresce em meu ventre é fruto de um estupro? E Bianca? Ela me ajudou muito, não posso traí-la dessa forma.

— Você não me ama? — Ao ver seu semblante de tristeza, pude sentir meu coração se partir em mil pedaços.

— Eu te amo mais que tudo. — Respirei fundo ao fechar os olhos e sorrir.

Ele se aproximou, encostando nossos lábios. 

Finalmente, finalmente nos braços de quem realmente me ama!

— Eu sabia... É mesmo uma vagabunda! — A voz do Matheus me tirou dos meus devaneios. — A gente termina e você já está com outro, Isabela? Você é mesmo uma qualquer.

— Engraçado, não foi você que cuspiu na minha cara que era muita coisa pra mim? — O desgosto era visível em minha voz.

— Cara, vai embora. Ela não quer nada com você.

— Eu acho que estou falando com ela, e não com você. — Ele se vira para o Gabriel e depois para mim — É assim? Acha que pode me trair e ficar sem nenhum castigo?

— Eu não sou mais nada sua. Sai da minha casa agora! — Gritei com toda força que tinha.

Matheus pega uma arma e aponta para mim.

— Tá maluco, mano? Abaixa isso. — Gabriel tenta se aproximar, sem sucesso.

— Você é minha, Isabela. Você e o meu filho me pertencem.

— Filho? — Gabriel me fita.

— Ela não te contou? Seremos os pais da criança. — Sorri vitorioso. — Não contou a ele, amor?

— Eu ia te contar... Eu juro. — Um nó se forma em minha garganta.

— Contou que eu te usei das piores maneiras pra você aprender a nunca mais sair com esse filhinho de papai?

Não pude conter as lágrimas ao lembrar daquele dia.

— O que você fez com ela, seu animal?

— Eu a comi, coisa que você não tem coragem de fazer.

Não sei exatamente o que aconteceu, apenas senti meu corpo bater no chão e minhas vistas escureceram.


















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