*Bônus*
*Bernardo Narrando*
Passei o dia todo na boca já são seis horas da tarde e meu irmão ainda está em casa sozinho, não quero ele na boca se metendo com drogas, ele tem que levar uma vida certinha, a vida que eu não tive, resolvi ir para a casa cuidar um pouco do meu pequeno sai e vi o Léo cuidando do movimento.
_Léo já vou indo para casa, cuida de tudo e qualquer coisa me passa o radinho! – Falei pegando minha arma e meu boné.
_Pode deixar patrão! – Ele falou.
Sai de lá peguei a moto e fui para casa, assim que cheguei, vi o Kauan brincando lá fora com alguns amiguinhos da escolinha dele.
_Maninho! – Ele veio correndo na minha direção.
_Pirralho! – Falei.
_Não me chama assim já sou grandão! – Ele fala ficando bravo com o apelido.
_Tá certo, – Falei entrando em casa pra preparar um Nescau para os pirralhos.
_Ei vocês venham comer! – Eu fiz pra todos pois sei que as coisas para a maioria das famílias na comunidade não são muito fáceis, então já que sou o dono do morro eu ajudo as crianças e suas famílias, afinal não ia ser justo tanto dinheiro para nada, mesmo mantendo a pose de durão com esses moleques eu volto a ser o Bernardo de alguns anos atrás, mas só com eles mesmo.
Aprendi a ser uma pessoa fria, não me apaixono por ninguém e nunca vou me apaixonar, isso nos torna fracos, meu pai mesmo dizia que amar a pessoa errada machuca e amar demais a pessoa certa te mata e para gente como eu, a morte sempre vem mais rápido.
_Tio Bernardo. – O Guilherme um dos amigos do Kauan fala.
_Fala! – Falo ainda comendo.
_Joga bola com a gente? – Perguntou.
_Opa, claro! – Eles já tinham terminado de tomar o lanche deles.
Quando acabei de comer fomos pro campo que tem perto de casa, chegamos lá e dividimos os times e fomos jogar, não podia jogar pra valer mesmo com eles, deixei minha arma em casa pois ali era uma área tranquila, na verdade a mais tranquila e protegida do morro todo aqui que acontecem os bailes e alguns outros eventos.
Eu e o Léo sempre ficávamos jogando bola e brincando nesse campo, mas o tempo passou e tivemos que assumir o morro depois da morte dos nossos pais. Meu pai e o pai do Léo, eram melhores amigos assim como nossas mães.
No fim do jogo, eu e meu irmão ganhamos, a partida ficou 7X5 já estava tarde então decido mandar os pirralhos para a casa.
_Kauan vamos para casa tomar banho e vocês também cada um para o seu cafofo! – Falei e todos me obedeceram.
_Estou cansado! – Kauan falou.
_Vem nas minhas costas seu mimado! – Falei para ele que pulou nas minhas costas e fomos andando para casa não é muito longe nem ele pesado.
_Pronto chegamos! – Falei e ele desceu das minhas costas.
_Vai para o banho. – Falei e Kauan fez uma careta.
Kauan tem quatro anos e é uma criança muito inteligente, mas ao mesmo tempo muito sozinho, desde que nossos pais morreram sou eu quem cuida dele e as vezes acho que o deixo muito sozinho e isso me faz ser um péssimo irmão, apesar de amar ele mais do que qualquer outra coisa nesse mundo, demonstrar isso é complicado.
_Não quero mano. – Ele falou fazendo marra.
_Vai ou eu vou te encher se cosquinha! – Falei e ele riu.
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O Dono Do Morro Do Alemão E A Marrenta
RomanceLia Harvelle morava em Londres - Inglaterra - Quando perdeu seu irmão e sua melhor amiga em um acidente de carro onde apenas seu sobrinho ficou vivo, depois de ser expulsa de casa por sua mãe e seu padrasto, Lia se vê sem escolhas e resolve se mudar...