Isso é...

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Sábado de manhã eu acordei com batidas na porta, eu ainda estava no peito de David, e antes que pudesse sair de cima do peito dele, alguém entrou com tudo, então vi que era minha mãe, ela estava com uma cara de assustada, aquilo era com certeza a pior sensação de todas, ser pego pela minha mãe nunca se passou pela minha cabeça, ela ficou encarando eu e meu irmão agarrados, eu meio que automaticamente pulei dos braços dele e tentei falar algo:
- m-mãe, calma, e-eu posso explic...
Ela fechou a porta numa força que fez o David acordar, eu estava com os olhos mareajados, e quando David se deu conta do que tinha acabado de acontecer ficou tentando me acalmar, e essas tentativas foram em vão, eu estava numa mistura de medo, pavor, desespero, e mesmo assim queria continuar com aquele bastardo do meu irmão comigo alí.
O dia todo eu passei no quarto, estava com medo de encarar minha mãe, eu estava com medo de tudo, e principalmente com medo de meu pai.
Chegando a noite, eu ainda Continuava no quarto, do sai para comer quando minha mãe tinha saído, com certeza não queria ver aquela cara me lançando um olhar mortal, minha mãe tava fazendo o almoço, consegui escutar os sons da panela, eu meu irmão também continuou comigo, até meu pai chegar:
- Sandra? Porque está chorando?
- Vamos ter que separar eles.
Aquilo fez eu ter um calafrio, me tremi todo, não conseguiria ficar longe do meu irmão, não depois do que aconteceu, meu irmão percebeu minha cara, então veio até mim:
- Daniel, você ta tudo bem?
- E-eles, eles querem nos separar.
Ele logo colocou no rosto sua cara de desespero.
- N-não, não podemos deixar, eu te amo, e nada irá nos separar, como eu disse, nem a morte vai nos separar.
Eu abaixei a cabeça, ele me abraçou, então não aguentei e começei a chorar, chorei como nunca antes, parecia que eu já tinha o perdido. Ele parou de me abraçar, e foi pegar sua jaqueta, pegou sua chave e seu celular:
- Vamos, não podemos mais ficar aqui, eu guardo um dinheiro faz um tempo, acho que vai ser o suficiente.
Eu olhei para ele incrédulo, mãos logo peguei minha jaqueta e fomos. Saímos com o carro, acho que nossos pais escutaram o barulho, mas não ligamos, e fomos embora, não sabia realmente onde estávamos indo, o carro era do nosso pai, e eu não tinha nenhum dinheiro, simplismente nada:
- Vamos para um motel, acho melhor ficarmos bem longe daqui, o papai talvez venha atrás do carro. - Disse ele cortando o silêncio.
- Ok... Melhor irmos rápido.
Estava triste e feliz ao mesmo tempo, triste pois não queria chegar a esse nível, mais eu já tinha me envolvido demais, estava perdidamente apaixonado, e feliz por estar com ele, poder ter ele do meu lado foi a melhor sensação que já senti.
Chegamos no motel, eu permaneci no carro, depois ele foi me buscar. Chegando no quarto, não era nada de mais, uma TV, cama, banheiro, e uma pequena laje:
- Foi o máximo que consegui, temos que economizar.
- Tudo bem, está ótimo.
Ele deu um leve sorriso, depois foi chegando mais perto de mim, e me jogou na cama, conclusão, fizemos sexo, quando acabamos eu só pensei em algo, "talvez essa seja a última vez que eu vou sentir ele".
Adormeci...

Meu Irmão GêmeoOnde histórias criam vida. Descubra agora