Trajetória do Vigilante

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Sede da Corporação Blume - Chicago

Um homem de físico imponente, com músculos delineados que mal cabiam sob a camisa social impecavelmente ajustada, caminhava de um lado para o outro em sua sala mal iluminada. Seu nome era Jordan Reece, seu rosto esculpido com a precisão de uma estátua, refletia frustração.

Os olhos, de um azul penetrante, estavam fixos na tela do computador diante dele, onde arquivos sobre Aiden Pearce, o vigilante que havia despedaçado a infraestrutura da Blume em Chicago, estavam abertos, mas vazios de informações realmente úteis.

Cada tentativa de encontrar algo sólido sobre os passos de Pearce resultava em becos sem saída. A pele sem pelos faciais bem cuidada de Reece, acompanhando a mandíbula forte, contraía-se levemente a cada clique infrutífero. As imagens de Aiden que ele havia conseguido reunir, distorcidas e sem detalhes cruciais, eram inúteis, e a pressão sobre ele aumentava a cada hora que passava.

Na tela, uma série de mensagens surgia, vindas de outros membros da Blume e do CTOS, mas todos relataram a mesma coisa: nada concreto sobre Pearce. Era como se o homem fosse um fantasma, sempre à beira de ser pego, mas escapando por entre os dedos de cada investigador.

Reece fechou os olhos por um momento, respirando fundo. Seus músculos, tensos após horas de trabalho contínuo, pareciam prontos para explodir de frustração. Ele ergueu as mãos, passando-as pelos cabelos castanhos e grossos, antes de finalmente se permitir
sentar, seu corpo pesado contra a cadeira.

- Isso está virando uma piada. - murmurou, sua voz grave ressoando na sala.

- Como um homem pode estar sempre à frente de nós? Não há nada aqui... nada!

Enquanto ele lutava contra a crescente sensação de fracasso, uma memória lhe surgiu - um detalhe que ele havia deixado escapar até agora. O agente misterioso. Reece se lembrou daquele jovem enigmático que havia sido enviado para a sede logo após o caos em Chicago.

Ethan, um hacker nipo-americano, era diferente dos outros agentes. Seu ar de mistério, combinado com sua postura fria e calculista, sempre o destacava. Ele havia sido encarregado de investigar uma linha diferente sobre Pearce, e agora parecia ser o único recurso viável que Reece ainda tinha à disposição.

O executivo pegou o telefone, as veias saltando levemente em seus antebraços enquanto ele discava o número de Ethan. A ligação não demorou a ser atendida, e a voz do outro lado era tão fria quanto Reece se lembrava.

- Reece, finalmente decidiu me ligar? - Ethan começou, sua voz carregada de uma calma quase irritante.

- Estou sem tempo para rodeios, Ethan. Nada do que eu tenho aqui faz sentido. Cada pista que seguimos sobre Pearce se dissolve no ar. Parece que ele está sempre um passo à frente de nós - Reece respondeu, seu tom firme, mas revelando um toque de impaciência.

- Não é surpresa - Ethan replicou, sua voz imperturbável. - Pearce não é como os outros que caçamos. Ele é meticuloso, tem habilidades que o colocam à frente da Blume. Mas você já sabe disso, não é?

- Eu não preciso de um sermão sobre como ele é bom no que faz, Ethan. Preciso de resultados. O que você descobriu? - Reece apertou os olhos, seus músculos se retesando novamente, quase como se quisesse que suas palavras atingissem Ethan com a mesma força de seus punhos.

- Estamos jogando o jogo errado, Reece. Você está procurando por um homem, mas Pearce deixou de ser apenas um homem. Ele se tornou um símbolo, uma lenda. O que ele fez em Chicago é apenas o começo - Ethan respondeu, sua voz calma e sombria ao mesmo tempo.

- E como isso me ajuda? - Reece retrucou, sua voz subindo um pouco.

- Eu já enviei alguns arquivos para você. Neles estão as informações que você precisa. Mas aviso de antemão, isso vai além do que a Blume esperava. Prepare-se para o pior - Ethan disse, antes de a linha ficar em silêncio.

Watch Dogs: Conexões Paralelas(Em Revisão e Alteração)Where stories live. Discover now