Lembranças.

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Acordei me sentido fraca. Minha cabeça girava, minha visão estava turva; era uma sensação estranha. Eu tinha sonhado bastante. Na verdade, não conseguia distinguir muito bem entre sonho e realidade; e o simples ato de pensar fazia a minha cabeça latejar.

Eu estava deitada em uma maca, em um quarto branco. Deduzi que deveria estar num hospital. Uma máquina fazia um "Bip Bip" constante soar. Eu devia estar num daqueles quartos em que ficam 2 ou 3 pessoas, pois uma cortina me separava de um possível paciente.

- Melissa, você acordou? - A sra. Mallister se levantou de uma poltrona que estava encostada na parede.- Que alívio! Como se sente? - Eu ia responder, mas ela nem deu brecha - Não se mexa, eu vou chamar um enfermeiro. - Dizendo isso, ela saiu do quarto, me deixando sozinha de novo. E então, vieram as imagens na minha mente. A Érica pegando um pacote de drogas, recompensa por ter me entregado ao seu fornecedor. Tinha sonhado a noite toda sobre isso. 

Parte de mim queria acreditar que era apenas um grande pesadelo, mas a minha racionalidade se negava, confirmando meu medo. Além disso, tinha os acontecimentos das semanas anteriores. Tudo fazia sentido agora. O fato da Érica sair sempre do quarto com os olhos vermelhos e estar sempre desaparecida. Ela provavelmente estava tendo encontros escondida com o cara da cafeteria. Eu a alertei tanto, e ela só reclamava comigo. Eu era a malvada da história. E, agora, eu estava no hospital por causa dela. Quando eu a encontrasse... Ela podia fazer o que quisesse da vida dela, mas prejudicar os que estão ao seu redor...isso era egoísta. Eu queria chorar, mas minha cabeça doía demais para isso também.

De repente, a Aléxia entrou novamente no quarto com um enfermeiro. Ele me fazia várias perguntas, e eu respondia com um movimento vago de cabeça. Depois que o enfermeiro foi embora, a Sra. Mallister se aproximou de mim e me deu um abraço forte. Doeu pra caramba, mas foi aconchegante.

-Ah, Mel! Eu fiquei tão preocupada!

-Eu acho que está tudo bem agora, não é? - Falei, sem saber a quem queria convencer - O enfermeiro disse que a situação estava boa. Talvez eu volte para casa logo - Sorri, otimista. "Do que você está rindo? Não tem graça. Não há motivo de alegria. O que você vai fazer quando chegar em casa? Ligar para a Érica e convidá-la para tomar um chá?".

-Aléxia?  - Chamei. Ela olhou pra mim, aqueles olhos cinzentos me analisando.

-Sim, querida?

-Onde está o Joshua? Eu queria falar com ele...

-Ele está bem, em casa, com a Rachel. Está com um olho inchado e uns hematomas, mas nada sério - Olhei para ela, surpresa.

- Olho inchado?!

-É...parece que você perdeu a parte séria... Josh me contou pouco, então não sei os detalhes. Ele estava te procurando quando ouviu seu grito, pois voltou ao carro e você não estava mais lá. Ele correi na sua direção e te encontrou desmaiada, um cara te levando na direção de uma porta. O Josh mandou ele te soltar, mas o outro não fez isso, então...bem, a sorte foi que a polícia chegou na hora.- escutei as palavras dela, atônita. Então, perguntei o que estava engasgado na minha garganta, pois eu não sabia se realmente queria saber.

- E a Érica? O que aconteceu com ela? - Aléxia me deu um olhar estranho. Acho que era pena. Provavelmente, já tinham contado a ela sobre o que a Érica tinha feito comigo. Ela se levantou da poltrona e se dirigiu à cortina, abrindo-a o suficiente para que eu pudesse ver um rosto. Aquela era a "possível paciente". Uma Érica praticamente irreconhecível, com o rosto inchado e uma aparência horrível.

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Oiii gentee!!  Eu sei, esse capítulo foi pequeno. 


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