Capitulo 1

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Para mim hoje era o pior dia do ano: o dia da escolha dos pares para o baile. Graças a Deus é meu último ano nessa escola, que entrei sem ter nenhum amigo e estou saindo do mesmo jeito. Todos (menos eu) estavam empolgados pelo grande dia, dia da formatura, festa, bebidas, sexo e outras coisas bizarras. Não estou com nenhuma vontade de ir, mas minha mãe, Dona Elisa, insiste para que eu vá. Diz ela, que a formatura é um grande passo em minha vida, e que mesmo quando eu ainda era um feto, ela já sonhava com essa minha festa, não posso magoá-la.

Tudo bem, eu vou.  Fico trinta minutos com cara de tacho olhando para o teto, depois vou embora. A pior parte não está na festa, mas sim em termos que levar um par, além disso deve ser da mesma turma. Pois cada sala tem uma quantidade exata de meninos e meninas, e quando teve uma reunião com os pais sobre o baile, foram selecionados os que iam e não. E é claro, dona Elisa disse que eu iria, mas eu nem par tinha. Não imagino alguém que queira ir comigo. Uma garota pálida, cabelos ruivos e magra. Não sou como as garotas da turma, com seios fartos, batom e maquiagem, nunca gostei disso. Todos estavam ansiosos. De repente, a diretora Anny entrou na sala.

- Bom dia, alunos!  Venho informar, mais uma vez, que a festa de formatura será realizada nessa sexta-feira, dia 15, a cor-tema é vermelho como já sabem, em homenagem à nossa escola, que é vermelho e branco. E espero que já tenham encontrado seus pares.

- Claro! Está tudo certo, diretora.  - Diz a patricinha da Melody, que é totalmente o oposto de mim. Ela adora se aparecer, e menosprezar os outros.

-Tudo bem, Melody. Quero saber quem ainda não tem par?

Todos se calaram.  Como eu ainda não tinha um par, levantei minha mão direita. Todos começaram a rir. Mas, no fundo da sala, um menino que eu nunca havia dado importância também levantou a mão. Olhei e lembrei que era um dos nerds excluídos pela classe, assim como eu. Logo pensei: que sorte, outro antissocial.

Na verdade, nunca fui de ter amigos, sempre fui muito magra, e como gostava de estudar, acabei sendo excluída dos grupos, mas isso não me importava, minha única amiga era minha mãe, e isso já me bastava.

- Pois bem, como Brian e Angel são os únicos que não encontraram um par, eles formarão o último casal e participarão da valsa. Quero todos vocês amanhã no colégio às nove horas da manhã para ensaiar a valsa. Por favor, não faltem!! - Assim que terminou as orientações,  saiu da sala com toda aquela elegância que sempre tivera.

Terminada a aula de Biologia, todos saíram empolgados. Um idiota passou por mim e derrubou meus livros. Odeio esses playboys que pensam que são alguma coisa. Para minha surpresa, Brian ainda não tinha saído da sala, veio até mim e me ajudou a pegar os livros. Sorriu e,  quando olhei em seus olhos, lembrei que o conhecia. Quando eu tinha dez anos, Brian morava perto da minha casa.  Certo dia fui andar de bicicleta com minha babá, então ele veio desenfreadamente em minha direção e se chocou comigo.  Caímos feio. Por causa dele, tenho uma cicatriz no ombro. Chorei de tanta raiva e disse que nunca o perdoaria. Após pouco tempo desse lamentável ocorrido, ele se mudou e nunca mais o vi.
Como ele tinha mudado!

Parecendo ler meus pensamentos,  sorriu,  disfarçadamente, e disse:

- Oi,  Angel.  Desculpa por aquele triste episódio. Minha bicicleta ficou sem freio e não pude controlar. Minha família mudou-se logo em seguida e não pude me desculpar. - Saí correndo dali. Eu ainda o odiava! Ele me deixou uma cicatriz; ele quebrou minha bicicleta; ele foi embora sem dizer nada. Que merda!!! Tenho que formar par com ele no baile.

Fui para casa. Disse a minha mãe que não iria mais à festa. Porém, já previa que ela nao atenderia minha vontade. Melancolicamente, fui para o quarto e me tranquei.

O Baile De Formatura (Uma Aventura Em París) [CONCLUIDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora