Capítulo 2 (Brian)

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Eu nem ia para essa festa.  Não tinha amigos, então não adiantava estar presente.Quando voltei, meus antigos amigos já não estavam mais aqui, e esse foi mais um dos motivos para ficar sozinho, eu não precisava de amigos para sobreviver, eu era feliz com o que tinha.

Todos os dias eu me culpava pelo que aconteceu com a Angel, claro que foi desastre meu.
Era terrível quando criança, principalmente aos doze anos!

Sempre tive uma queda amorosa por Angel, mas ela nunca me notava. Na realidade  desprezava-me. No dia do acidente, eu corria muito rápido, quando repentinamente a corrente da bicicleta caiu e o freio não funcionou. Ao retomar os sentidos, já estava sobre ela.  O ombro da linda Angel sangrava muito. Além disso ela havia quebrado o braço e feito um corte grande na região do ombro. A bela garota chorava, mas percebi que o choro não era de dor, era ódio.

Levaram-na para o hospital, onde passou alguns dias internada. Quase todos os dias eu chorava. Queria que ela me perdoasse, mas sabia que não seria possível. Depois de ser expulso de duas escolas, por briga, meus pais resolveram mudar-se.

Por decisão do destino, no dia em que Angel voltou do hospital, minha família e eu estávamos partindo. A única coisa que pude ver foi o ódio nos olhos dela. Depois desse dia, nunca mais a vi. Meus pais obrigaram-me a estudar ou perderia tudo. Então, tive que cumprir a determinação deles. De qualquer forma, acabei gostando dos estudos. Em pouco tempo tornei-me um nerd.

Mudamos de cidade, lá em Porto Alegre era realmente lindo, e até me adaptei, mas após alguns anos, minha família resolveu voltar para minha cidade natal, e eu amei a ideia.

Morávamos no Morumbi. Coincidentemente no condomínio que Angel residia. Entretanto, nunca a tinha visto. No primeiro dia de aula, a vi.  Linda como sempre, cabelos ruivos, magra e majestosa, sem usar nenhuma maquiagem, que as meninas utilizam para tentarem ficar bonitas e acabam ficando apenas superficial. Gosto da beleza de Angel, é simplesmente natural e linda.

Quando a vi no primeiro dia de aula, meu coração acelerou, e foi assim durante todo o ano. Infelizmente nunca tive coragem de abrir conversa com ela, em virtude do ódio que  sentia de mim.  Percebi durante o ano letivo que não me reconheceu ou não me observou. Enquanto isso, eu viajava nas lembranças, quando a voz da diretora  trouxe-me a vida real.

-Tudo bem, Melody. Quero saber quem ainda não tem par?

Não levantei a mão,  pois não iria a essa festa. Mas, quando vi que Angel se manifestou, foi automático: levantei a mão. Só percebi que também havia me manifestado quando a diretora disse:

- Pois bem, como Brian e Angel são os únicos que não encontraram um par, eles formarão o último casal e participarão da valsa.

Sei que ela falou mais alguma coisa, mas não consegui escutar. Vou valsar com Angel? Serei o par dela? Calma, cara! Não é hora de ter um ataque cardíaco. Será nessa festa que terei o perdão dela e se tudo der certo até uma aproximação maior.

A aula de biologia foi longa e chata. Quando acabou, todos saíram às pressas. Um garoto idiota acabou por derrubar os livros da linda Angel, que desajeitada foi arrumá-los. Fui apressadamente tentar ajudá-la e, sem que eu percebesse, saiu um sorriso bobo. Ela ficou parada por um instante, como se me reconhecesse. Então, para quebrar esse clima estranho, falei:

- Oi,  Angel.  Desculpa por aquele triste episódio. Minha bicicleta ficou sem freio e não pude controlar. Minha família mudou-se logo em seguida e não pude me desculpar.

Sem me responder, saiu correndo. - Será que fiz algo errado? Nao sei. -  Sabia que aquela semana seria longa. Fui para casa, tomei um banho e passei o resto da noite no meu Xbox 360, tentando tirá-la dos meus pensamentos.

O Baile De Formatura (Uma Aventura Em París) [CONCLUIDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora