Mentirinha suja.

28 3 0
                                    



06:30, Terça, 2 de julho.

Acordei no mesmo horário de sempre, 06:30am ao som do meu alarme de celular, eu poderia usar meu relógio Led mas o bip dele é insuportável. Me arrastei até o banheiro e o espelho admitia uma noite mal dormida, também, com um sonho daqueles, sonho não, pesadelo é o nome certo, escovei meus dentes devagar quase dormindo em pé, mamãe já deve estar acordada, não sei se devo falar sobre o pesadelo para ela.
Estavamos na mesa da cozinha, comendo waffles com calda, ela também demonstrava não ter dormido bem pois suas olheiras estavam mais fundas do que o normal.

— Dormiu bem? — ousei perguntar.

— Sinceramente, — ela arfou — não. Tive um sonho estranho. — continuou.

— Como foi esse sonho? — me aprofundei no assunto.

— Uma sombra de um homem entrou no meu quarto e tentou me arrastar para fora da casa. Foi horrível. — sua voz parecia preocupada — E você? Dormiu bem?

— Não. — respondi rapidamente — Tive um sonho parecido com o seu. Mas ele acariciava meus cabelos e cantava uma canção de ninar, ele era alto e saiu do meu quarto depois de sussurrar seu nome.

A expressão da mamãe foi idêntica a quando viu aquela mulher loira.

— Você foi atrás dele depois? — falhando a voz, mamãe perguntou.

— Não, acordei assustada.

— Que horas?

— Umas 3 e 40 da manhã. — os olhos dela brilhavam fosco. Era assustador — Algum problema?

— Não. Nenhum. Vamos logo, vou te levar pra escola.

Ela me levou para a escola calada, não olhava para os lados, somente pra frente, quando mamãe ficava pensativa era um problema, é como se ela estivesse inventando um plano pra resolver o que ela pensa. Hoje teríamos 2 horários de Educação Física, aquelas roupinhas coladas de ginástica onde exibiam demais o que eu não tenho.

— Odeio essas roupas, parece que minha bunda é de borracha. — comentei em voz alta.

— Vai ver é porque você não tem tudo isso. — Pam falou rebolando.

— Você é nojenta! — joguei meu moletom nela.

— Sou realista. — recrutou devolvendo o moletom.

— Acho que você deveria usar maquiagem, vamos arrumar ela hoje? — Kay se manifestou. Dei de ombros.

— Boa idéia! Comprei um batom vermelho lindo da Maybelline quando viajei para Nova York, nunca usei. — Pam concordou.

— Ah, não. Pra que maquiagem? — relutei.

— Pra ficar mais glamourosa, acorda Ella! — Pam gritou na minha cara.

Um apito ecoou pela quadra.

— Meninas, aqui, agora! — srta. Miles gritou.

Saímos correndo para fora do vestiário, e esbarrei em alguém, quem dera eu ser menos desastrada, o piso de madeira estralou contra minhas pernas.

— Olha por onde anda! — Gilinsky advertiu e ignorou meu corpo no chão.

— Obrigada por me ajudar. — reclamei em voz alta. Forcei meu corpo para cima.

Segui Jack com os olhos, vestindo o uniforme do time de basquete, Wild Royals, ele passou seu braço pelo pescoço de Sophie com aquela roupa colada, saudades bunda, os lábios de Jack se arrastaram pelo pescoço da loira. Que nojo.

Pulses of An Angel - with Shawn MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora