Capítulo 48

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Antes que me matem xd

Passei um fim de semana fora

Tive uma visita de estudo

Tenho três testes esta semana

E tenho três apresentações orais para preparar, daí a demora a atualizar, mas bom, cá estou eu.

*

Comentem e votem, por favor. Gostava que partilhassem a história, pois ela está a perder leitores e eu gostava de reconquistá-los, por favor. Obrigada.

*

Preferia morrer num carro em chamas do que no inferno gelado onde me tentam manter.

POV Agnes

Apesar de ser como é, ele não é parvo e vai ver um pequeno buraco ao lado do material fraco da claraboia. Vai perceber que estou a tentar tirar a madeira que a contorna e tentar fugir por ali. Terei de acelerar as coisas, se possível fazer tudo no mesmo dia, e escapulir-me. Aliás, terei de o fazer hoje, porque desde que lhe cortei o lábio e a bochecha, que tenho recebido comida apenas uma vez por semana, e a comida quase nem chegava para dois dias. Estava com fome e estava fraca, e tudo o que precisava era de força para sair daqui, para me desprender do sítio onde me acorrentaram. Tudo a uma claraboia de distância. 

O céu lá fora começava a escurecer e assustei-me quando uma gota de chuva embateu no vidro da claraboia. Rapidamente, outras tanas gotas de chuva se juntaram à primeira no vidro, sem nunca se tocarem, até que a própria chuva se fez ouvir e a porta do sotão se abriu. Um saco de plástico entrou a voar e aterrou junto do roupeiro; a portinhola fechou-se de seguida e fico imersa no barulho silencioso da chuva a cair, com um saco com pouca comida do outro lado da divisão. Anoitecia, chovia e já tinha comida: o Tomate vai dormir daqui a pouco... e o x-ato que eu tinha, com o seu conhecimento, iria começar a trabalhar daqui a nada.

O Tomate podia entrar pelo sotão a altas horas da noite para me tirar tudo aquilo que possa ser perigoso nas minhas mãos contra si, mas a porta do sotão precisava de ser oleada e o barulho que fazia ao se abrir era o suficiente para me acordar e para que eu tivesse um piones pronto a entrar-lhe no olho ou um x-ato mais que pronto a cortar-lhe o outro lado da cara. Por isso ele deixava-me continuar com as minhas pequenas armas, sempre com cuidado para nunca as ter de enfrentar, sem sequer lhe passar pela cabeça que eu podia estar a usar uma delas para sair daqui. E, de facto, é isso que vou fazer daqui a nada. 

Quando tenho a certeza de que ele já está na cama - nada me dá a certeza, apenas o meu instinto -, eu subo à cómoda e começo a tirar mais lascas de madeira. A única diferença entre esta vez e as outras é que não tenciono parar sem ter tudo acabado. Nem que tenha de ficar acordada a noite inteira, nem que saia daqui a sangrar e com dores tremendas, ou que torça um tornozelo quando me mandar pela claraboia abaixo: eu vou sair daqui, e vou pedir ajuda, e vou voltar para a minha família. 

Horas e horas depois, a parte de cima da claraboia já estava solta e algumas gotas chapinhavam para dentro do sotão, batendo-me na testa e no cabelo, ou apenas indo parar a uma cómoda velha ou a um colchão roto. Tinha cortes entre o dedo polegar e o indicador, um corte que começava na cutícula da unha e se estendia até à primeira dobra do dedo - e este corte doía especialmente - e um pequeno pontinho de sangue no dó do dedo mindinho. Tremia e começava a ficar gelada, principalmente nas mãos. Mas estava a valer a pena. Eu vou sair daqui. 

Mas, depois, olhei para o máximo que o meu campo de visão permitia. Tudo o que eu via eram árvores. Aqui, ali, certamente do outro lado da casa. Onde será a estrada mais próxima? A casa mais próxima? A pessoa mais próxima - fora o Tomate. O que encontrarei eu neste aglomerado de árvores? E se aparecerem animais? Qualquer coisa... Depois, algo surge nos meus pensamentos.

Outside H.S. *Concluída*Where stories live. Discover now