Capítulo dedicado a @MariaRibeiroo1D
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Eu disse que ia atualizar mais depressa, cá vai ;)
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Rever o passado, como viver o presente, falar do futuro
Pov Harry
A minha mãe tinha concordado em não falar da Gemma e do meu pai a ninguém, no entanto, cá está a Agnes a fazer-me perguntas sobre eles os dois. Não é que não tenha percebido o plano da minha mãe, claro que percebi, mas não sei se é a altura certa para o fazer. A minha mãe sempre quis que eu visse um psicólogo e eu fui a umas três sessões com o Dr. Payne, não é à toa que o conheço, e fiquei completamente calado - ou simplesmente a falar do tempo - porque não conhecia o gajo! Não importa se o que ia dizer iria ficar ali enterrado. Não conheço o tipo, não me vou pôr a falar dos meus problemas com ele porque ele é um psicólogo!, é pago para resolver os nossos problemas, mas não é uma pessoa a quem podemos chamar de amigo, logo, não se preocupa mesmo connosco.
Mas a Agnes sim, certo? A Agnes preocupa-se comigo e é por isso que me está a perguntar. Bem, por isso e por curiosidade, não posso fazer nada quanto a isso, mas quando eu olho para ela tenho aquela súbita vontade de lhe contar tudo aquilo que se passou comigo desde que me lembro e de aquilo que eu quero fazer e tudo e mais alguma coisa.
"O meu pai era um filho da put* e a Gemma saiu a ele." Resumi tudo num simples facto verdadeiro.
"Como assim." Ela perguntou enquanto se sentava na almofada gigante a fazer de cama e se cobria com a manta de verão.
"Ele estava constantemente a berrar com a minha mãe. Não era o tipo de pessoa que chegava bêbado a casa todas as noites, ou que batia nela ou que a obrigava a fazer certas coisas, simplesmente era um maníaco pelo controlo. O dinheiro que a minha mãe recebia ia para a conta dele e ele usava o dinheiro no que ele bem entendesse. Claro que como a Gemma gostava dele sempre foi mais favorecida, mas isso era porque ela era cega. Eu via o meu pai como ele era mesmo e achava isso tão injusto. Por isso é que fiquei sempre do lado da minha mãe. Um dia o meu pai quis comprar um jacuzzi ou lá o que era e rebentou com o dinheiro todo que ele e a minha mãe tinham recebido. A minha mãe sempre aguentou com as merd*s que ele fazia, mas naquele dia passou-se. Era a primeira semana do mês e já não tínhamos dinheiro absolutamente nenhum. Como é que íamos pagar as contas, comprar comida, e tudo o resto? Separou-se dele. Andamos uns meses em tribunal e isso. A Gemma decidiu ficar com o meu pai e se eu não tivesse insistido muito com o advogado da minha mãe e tal teria ficado com eles os dois. Tinha doze anos quando me mudei de Holmes Chapel para Londres, com a minha mãe. A minha avó paterna ajudou-nos, compramos o apartamento onde vivemos e a minha mãe tentou arranjar um trabalho melhor. Claro que conseguiu um trabalho melhor, é uma pessoa com talento mas que tem tendência a querer esconder-se. Os superiores preferem gente assim àquelas que estão constantemente a exibir-se e pensam que dois mais dois dá quatro. Já passaram quase sete anos e estamos bem, mas custa-me ainda acreditar que ele foi capaz de nos querer abandonar só porque a minha mãe tinha razão. Custa-me querer acreditar que a minha irmã não quis saber de mim e ficou com o meu pai quando ele nem sequer se importava com ela como a minha mãe se importava. Quando fiz uns catorze anos, eu e a minha mãe concordamos em não contar isto a ninguém. Se alguém perguntasse, o meu pai tinha morrido e eu era filho único. Na verdade, sinto-me assim, aliás, acho que sempre me senti. Sentia-me filho único porque não tinha uma irmã com quem passar as tardes de sábado, a ver televisão ou a fazer asneiras no jardim de trás da casa, e não tinha nenhum irmão com quem partilhar as minhas coisas, nada parecido. Ou era tudo meu, ou era dela. Ou era eu, ou era ela."