Amigos Imaginários,Elisabeth.

Vou contar-lhes uma história; a minha história.

09/01/16.
20:59

Oi,prazer meu nome é Elisabeth; nem todos sabem que ainda existo. Vivo com alguns que não vive,porém me entendem,não conseguimos mas falar,eu só posso falar com alguns que não vivo,porém vivem. Mas acho que só só podem escutar meus gritos,não entendo, nem lembro quem sou,porém só consigo lembrar daquela cena.
Era a noite,estava voltando de um show,estava sozinha (como sempre) sem amigos,e órfã. Era assim que estava,passei em uma rua e ouvi uma voz me chamar,eram eles minha família, porém quando mais me aproximava a voz ficava mais forte,logo soube que não era só uma eram várias, aquilo era insuportável,perturbador, a voz me chamava,as vozes gritavam,riam como se eu fosse uma vítima. Adivinha? Eu era a vítima.
Olhei pra trás e vi algo tentei correr,mas algo me chamou novamente.

-Elisabeth? Venha....

E voltei pra lá não consegui sair dali,algo me fez rir,a última vez. Logo esse sorriso virou gritos e lágrimas. Pronto,a partir daí você já sabe a história.
Porém não quero ser como os outros,sabe? Não quero ser como eles,eles são diferentes e sempre ficam feliz com a tristeza,acho que " feliz" não é um termo adequado. Nunca fui "Feliz" ,nunca ngm aqui foi; por isso estamos aqui,não encontramos essa tal felicidade. Não quero ser o motivo de estar aqui,quero ser diferente,mas não tem volta,ou será que tem?
As vezes consigo lembrar de algumas coisas,como no dia que estava ouvindo uma música, não conseguia saber a letra mas oque me consolava era o som da bateria em junção com a guitarra,naquele momento nada mais fazia sentido,peguei a navalha e comecei a cortar minha perna,era um lugar que ninguém nunca iria ver,doía mais era tão bom,e aos poucos eu me acostumei,não sentia mais nada,e começava a gostar,olhava o sangue escorrer conforme a batida da música. As lágrimas escorriam do meu rosto da mesma medida que o sangue.Pouco tempo depois isso só piorava; A partir daí não me lembro. Acho que em algum momento eu era feliz,quando tinha minha família, mas essa felicidade durou pouco, aos 8 anos eles viajaram e eu fiquei na casa da minha tia, porém eles foram e a única coisa que me disseram foi:

-Uma batida de carro, um homem diria uma moto em alta velocidade,bêbado e bateu com tudo no carro.

Acho que tudo que passei em minha vida foi por conta dele,pois foi ele,aquele garoto,tirou tudo que tinha. Depois disso meus avós morreram eles eram oque tinha me sobrado,meus tios? Eles me rejeitaram. Fui a um orfanato lá eu não tinha amor,não tinha respeito,era a "órfã",sem pai,nem mãe, a rejeitada por todos. A partir daí tudo mudou. Felicidade não tive.