Protetores do Sangue

Enrascada

                 Nesse manhã aconteceu o que eu esperava, houve uma grande movimentação quando a família real voltou a cidade e com eles eu podia ver os Lobos que os acompanhavam. E quando observava eles pela porta do hotel a senhora do primeiro dia veio até mim. 

— Esses Lobos protegem tudo por aqui, sabia? — Ela me falou com um sorriso no rosto. 

— Ah, sim. Eu ainda não sei o nome da senhora. 

— Eu me chamo Bete, querida. Quer alguma coisa? — Ela me ofereceu sendo gentil como sempre. 

— Senhora Bete, eu preciso entregar uma coisa a um dos Lobos você sabe como eu encontro eles fora do palácio? — Perguntei enquanto observava eles entrarem no palácio. 

— Ah, querida, eles normalmente quando voltam vão até o Bar Baile do Leigo perto da fonte. — A fonte era o centro da cidade de diamante. Se eles iriam para lá, eu também iria. 

— Então eu acho melhor aparecer lá essa noite para entregar o que preciso. 

               Quando foi umas sete horas eu comecei a me arrumar, botei um salto, uma saia jeans que tinha comprado em uma loja essa tarde e uma blusa vermelha. Fiz também uma maquiagem para poder disfarçar, por que se eles eram os Lobos e viviam viajando com certeza já teriam me visto na TV. 

                Chegar até lá foi fácil, mas eu me tremi toda quando vi que na verdade o bar baile do Leigo era um baile mesmo. Na entrada eram oferecidos mascaras, mas muito recusavam e isso me caiu como uma luva. MASCARA? Rá, acho que a sorte estava ao meu favor. Quando cheguei a porta aceitei de bom grado a mascara que me ofereceram. 

                Estava muito cheio e eu parei no balcão pedindo um refrigerante. Um senhor estava ao meu lado e eu sorri para ele. Me virei em direção as pessoas e procurei um cara que poderia ser meu pai, cabelos escuros, olhos castanhos, mas a luz amarela não ajudava em nada. 

— Procurando alguém, senhorita? — O senhor que estava do meu lado perguntou, também se virando em direção ao resto do bar/baile. 

— Uma pessoa. — Falei.  

           Olhei em volta os homens e procurei ele, talvez a luz aparecesse agora, mas olhei para todos os lados e nada de luz, to achando que Deus não pagou a conta. Sorri pro senhor ao meu lado lado, quando de repente reparei em um garoto no canto do salão, sentado em uma mesa junto com outros homens. Ele estava com o mesmo uniforme, então quer dizer que o Luke era dos Lobos e ele conhecia meu pai. Respirei fundo e disse ao senhor.

— Acabei de achar quem eu procurava, obrigada pela ajuda. — Sorri e sai dali. Segui até a mesa de modo bem quieta e tentava buscar o olhar do luke com o meu. Minha respiração estava alta, eu sentia que mesmo com a mascara as pessoas iriam me reconhecer. 

            Foi quando me dei conta de que mesmo que ele me visse ali, ele não me veria. Então abaixei o olhar e fui andando em direção ao banheiro para poder recuperar as minhas ideias. Conferindo que ele estava vazio, tirei a mascara e eu realmente vi outra garota, não que a maquiagem houvessem me mudado, só tinham me envelhecido, mas acho que eu já não tinha mais cara de criança, nem de princesa, esse negócio de correr pela floresta havia me emagrecido, meu cabelo estava mais curto o que me dava um ar de mulher moderna, a roupa com certeza nunca seria aceita no palácio, essa saia curta e blusa justa que davam aos seios uma levantada. Eu parecia uma garota normal como uma mascara preta. 

                   Eu fiz o que parecia ter se tornado um habito, respirei fundo. Pensei sobre o que poderia fazer agora que eu estava bem perto do meu pai, mas não fazia ideia de quem ele era e que o Luke estava ali mas eu não poderia simplesmente ir a sua mesa, nem tirar a mascara. Talvez se eu ficasse esperando ele sair da mesa e ir ao bar, ou ao banheiro. Teria una chance e precisaria ser discreta.