Capítulo 3

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Caminho até a minha sala. Abro a porta e todos me olham com aquela cara de "chegou a estraga prazeres".
Entro com um sorriso de orelha a orelha e me sento na cadeira da frente.
Todos começam a fuxicar com seus grupinhos, alguns falando sobre mim, outros apenas sobre como alguém de fora poderia vir para esta cidade.
E em poucos minutos a sala vira uma feira, a professora fala, fala, e nada de pararem com o barulho, até que ela grita bem forte, e todos param assustados, até eu que tava apenas observando me assustei. Em seguida ela diz que todos estão na detenção.
Me levanto e digo:
__ Como assim professora? Espera ai, mas eu nem estava conversando.

A professora empina seu nariz, arruma suas coisas e age como se eu não tivesse falado nada.
Alguns ficam revoltados, e eu penso em alguma coisa pra me safar dessa detenção, tinha que chegar mais cedo no trabalho hoje, pois viriam gente de fora visitar a cidade e como já sabem ficaram no hotel que trabalho.
As aulas foram passando, e o santo horário da detenção chegando, eu estava ficando sob pressão e não pensava em nada pra resolver meu problema.
O horário da última aula bateu, todos se encaminharam para a sala de detenção. Dei uma enrolada fingindo que arrumava minha mochila para ser a última a sair da sala. Ao parar na porta da sala, me lembro do porteiro. Minha única solução seria pular o muro, aí você pensa a pular o muro nem é tão ruim, não quando uma caçamba de lixo está do outro lado. Já me preparando para subir e pular o muro, quando a professora aparece gritando de longe junto com a professora, subo o muro correndo e elas gritam que eu poderia ser expulsa se continuasse, eu simplesmente gritei foda-se e me joguei na caçamba de lixo.
Fiquei lá por uns 5 segundos, me levantei as pressas e nossa eu estava imunda e fedorenta, incrível como em fração de segundos o lixo te contamina.
Fui em direção a minha moto, uma pena ter que infecta-la também. Subo, ligo-a e piloto em caminho ao hotel, teria que tomar um banho lá para ser mais rápida. Só que ao chegar no hotel meu chefe não quer nem saber da minha aparência e do meu cheiro, me manda logo empacotar umas caixas que estavam no sótão. Me dá raiva ver o Axel rindo da minha situação, até que o pai dele manda ele vir me ajudar. Foi hilariante ver sua cara de revolta.

__ Tá irritadinho é? Falo com voz de bebê enquanto começo a pegar as caixas.

Ele revira os olhos e coloca um sorriso de lado provocador.
__ Na verdade só não estou aguentando esse seu cheiro. Olha só aqui tem água e sabão, acho que meu pai não se importaria, não precisa viver nessa vida de porco.

__ hahaha. Que engraçado. Cala essa sua boca, e começa a fazer o serviço aí bonitao. Antes que eu pule em você e te deixe tão cheiroso quanto eu.

__ Eu sei que sou lindo e gostoso, e sei também que você me deseja Blaze. Só que sinceramente você já não é bonita e com esse cheiro, aí piora sua situação pro meu lado.
Ele começa a colocar as coisas dentro das caixas.

__ Axel querido, pare de falar, por favor, não aguento mais ouvir bosta, já basta as que fiz hoje pela manhã.

__ Nojenta.

Eu rio. Ele me olha e ri.

A gente termina de empacotar tudo. E antes que ele saísse da sala eu o seguro.

__ Se você não quiser ficar fedendo vai ter que me ajudar.

__ Me larga garota. Essa camisa é nova.

__ Claro que eu solto, mas prometa que vai me ajudar a ir tomar um banho, cara eu vou espantar os clientes de seu pai desse jeito.

Ele ri. __ Não seria nada mal ver você pagando um mico e sendo demitida em seguida. Me diga por que motivos eu ajudaria você se eu só tenho a ganhar com isso?

__ Pelo motivo que se eu der mais um passo, você vai está nessa comigo.

__ Opa, vai com calma Blaze. Olha só, você sabe que é impossível passar para o seu quarto agora, se for lá meu pai vai mandar você fazer algo.

__ Eu sei Axel. Justamente por isso preciso da sua ajuda. Quero que disponibilize seu banheiro para mim.

__ Ah não Blaze, meu banheiro vai ficar podre com sua imundície.

__ Ele não vi ficar mais podre do que você se eu me aproximar. E depois você sabe que a paty lava e muito bem por sinal.

Ele bufa. __ Tá, tá, tudo bem, vamos.

A gente segue em direção a seu quarto.

__ Ah, quero que você me forneça toalha também.

__ Já vi que você não quer nada.
Ele pega a toalha e me entrega.
__ Vou te esperar aqui, vê se não demora. Até porque se não meu pai desconfia.
Ele se joga em sua cama e liga a TV.

__ Ok.
Vou para o banheiro e tento fechar a porta só que não consigo. Axel olha para mim e ri.

__ É, esqueci de te avisar, a porta não fecha.

Eu reviro os olhos. __ Só o que me faltava. Bom, só que tô atrasada e você nem iria querer entrar aqui né.

__ É, claro que não.

Começo a me despir e entro no chuveiro. Enquanto tomo banho vejo pelo espelho Axel me olhando disfarçadamente. Sorrio daquela situação, era constrangedor.
Término de me arrumar e entrego a toalha suja para o Axel.

__ Fica de recordação para você.

__ Recordação para jogar no lixo.

Caminhamos em direção a recepção do hotel, onde o Senhor Stiwell estava nos esperando já impaciente.

__ Eram caixas ou vocês estavam servindo a rainha da Inglaterra?

__ Sabe o que é pai, a Blaze aqui tava afim de mim, tentou me beijar e tudo. Ele ri.

__ Blaze, já disse, nada de namoro no trabalho.

__ Senhor Stiwell, jura que vai acreditar no Axel? Ele errou todas as empacotaçoes, tive que fazer tudo de novo por isso a demora. Aqui é eficiência em pessoa.
Vou para atrás do balcão assim que vejo um carro parar na frente do hotel.

__ Pra onde pensa que vai mocinha?

__ Ah, Senhor os hóspedes acabaram de chegar.

Ele se apavora. __ Axel vai pegar água, chá, café, uns petiscos, pega tudo que você encontrar de bom na cozinha.

Axel vai para a cozinha. Senhor Stiwell começa a andar de um lado para o outro. Parece até que nunca recebeu um hóspede antes.

__ Chefia, o senhor não acha melhor abrir a porta para os hóspedes se sentirem bem recepcionados?

__ Ah, sim, sim, é claro, já ia fazer isso. Eu que dou as ordens aqui, vá trabalhar.

__ E o que eu tô fazendo aqui seu lerdo? Sussurro.

Os hóspedes se aproximam da porta, senhor Stiwell a abre, eles entram todos simpáticos. Eu piro assim que avisto um loirinho dos olhos azuis mais lindos que já vi. Ouço alguém pigarrear do meu lado. Quando olho é o Axel segurando uma bandeja.

__ Acho que alguém se apaixonou. Mas lembre-se nada de namoro no trabalho.

__ Cala essa sua boca idiota. E nem vem que vi o jeito que me olhava do espelho do seu banheiro. Te peguei Axel.

Ele fica nervoso. Mas não dá tempo de dizer nada pois seu pai se aproxima junto com os hóspedes.

__ Blaze, leve a bagagem da família Hanson para seus respectivos quartos.

__ Sim senhor.
Vou pegando as malas e colocando no carrinho e depois colocando nos quartos.

__ Axel, sirva os hóspedes.
Axel começa a estender a bandeja que está em sua mão perguntando se eles querem.

Depois do Senhor Stiwell ficar falando e falando. A mulher acho que se chama Sara disse que queria dormir um pouco pois a viagem foi cansativa. Então todos resolvem se retirar e ir dormir, menos a garota ruiva a Lucia e o garoto dos olhos azuis o Derek, que resolveram dar uma volta e conhecer a cidade. O que precisou da ajuda minha e do Axel, a pedido do senhor Stiwell.

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