Ortom - O Sangue Da Liberdade...

2

- Tchau, amor.

- Tchau.

     Reinaldo da um beijo em Júlia e sai. Após isso, Lúcio que está bastante inquieto esta manhã, espera ele sair e pergunta para sua mãe:

- Mãe?

- O que foi?

- A senhora acha que o Reinaldo gosta de mim? - Ele pergunta isso sem olhar diretamente para ela, está com os olhos no seu copo, achocolatado até a metade.

- Claro que sim filho, por que isso agora? - Sua mãe vira e olha em sua direção deixando de arrumar os talheres na gaveta.

     Ele se lembra do que ouviu ontem à noite, da conversa entre o casal, a raiva aumenta, mas se controla.

- É que ele não é meu pai de verdade então...

     Sua mãe o interrompe.

- Lúcio, você não deve pensar assim, Reinaldo te ama. Ele alguma vez foi mal para você? - Júlia transmite uma expressão triste enquanto se aproxima.

     Lúcio pensa em responder sim, mas não é isso o que ele diz:

- Não.

- Então, se aproxime dele e veja que ele é legal, vocês vão se dar bem juntos.

- Tudo bem.

- E agora vai que já está na hora de ir para a escola. - fala sua mãe animada.

     Ele se levanta e  sai, vai andando mesmo, a escola não é longe. O bairro em que moram agora é pacato, tranquilo, fica no interior.

     São 10:00 horas da manhã, o celular toca.

- Alô.

- Amor.

- Oi?

- Eu quero saber se eu esqueci uma pasta minha, aquela marrom de couro.

     Júlia começa a procurar, na cozinha e depois na sala.

- Espera que eu vou ver no quarto, aqui embaixo não está.

     Ela sobe as escadas, entra no quarto e começa a procurar.

- E ele, disse alguma coisa sobre mim?

     Nesse momento ela se lembra da conversa, do que Lúcio disse, e prefere mentir para manter a paz na casa.

- Ele quer se aproximar de você. Eu disse - fala isso e olha debaixo da cama.

- Que bom.

     Júlia continua procurando.

- Achei, estava na mesinha do abajur, na gaveta.

- Ainda bem, obrigado.

- Você vai vim buscar?

- Não, só achei que a tinha perdido. Vou ter que desligar, tchau.

- Tchau, beijo.

     A chamada é encerrada.

***

     Na sala de aula o aluno chamado Carlos está se apresentando, falando nome, idade, ambições.

     Boa pinta, recostado na cadeira, abraçado com sua namorada, sentada ao seu lado esquerdo, exibe uma arrogância que pode ser notada a quilômetros de distância.

     Ele termina de falar e Kimberly, sua namorada, começa se apresentar. Enquanto estes falam Lúcio não da à mínima para aquilo, sentado na última carteira no fundo esquerdo da sala. Não escuta nada, só seus pensamentos, mas consegue notar o belo corpo de modelo da menina, loira oxigenada, corpo esbelto, pele branca e olhos verdes, "só isso que ela possui de bom também", pensa ele, "o corpo".