Havia uma garota. Ela gostava de imaginar seu futuro como uma grande poesia. Se casaria com alguém que amava, seriam muito felizes e teriam filhos, talvez dois ou três. Eles viajariam para muitos lugares e seriam felizes da forma que quisessem, sem ter que se preocuparem com a rotina e o vício do dinheiro. Visitariam lugares paradisíacos, realizariam seus sonhos e depois... Depois iam ficar velhinhos apaixonados, como uma novela clichê. Nunca admitiu que o medo mudasse seus sonhos, que estragasse a felicidade ainda não alcançada. Os medos não deveriam mover as pessoas, dizia. O medo deve dar a elas coragem de enfrentar todos os os seus desafios.
Secretamente, tinha medo. De pensar demais e esquecer da vida, de viver demais e esquecer de pensar.