Tragédias de um amor

Capítulo 4

- Eu acho que estou apaixonado por você - Alexandre disse me dando um último beijo.

Congelei. Como assim? A gente saiu uma vez e ele está apaixonado por mim?

- Eu acho que isso não é possível. - eu respondi.

- Oh Deus.. Me desculpe, eu não queria assustar você - disse percebendo a besteira que fez.

- Olha, acho que está na hora de eu entrar.

- Claro.. Só.. Me desculpe, mais uma vez. - e ele saiu.

Não entrei em casa, fiquei o observando caminhar até que ele virou a esquina e meus olhos não podiam mais alcança-lo.

Entrei em casa cheia de pensamentos.

- Cheguei mãe - disse gritando para que ela pudesse me escutar, já estava na metade das escadas quando ela me chamou:

- Beatrice, precisamos conversar com você.

- Tudo bem. - eu já sabia do que se tratava.

- Sente-se aqui - ela disse e eu obedeci - Olha Beatrice, eu sei que não é fácil pra você, muito menos para nós, mas eu acho que você não deve ver esse rapaz novamente, ou nenhum outro.

- É sério isso? - eu disse rindo sarcasticamente, olhei para meu pai e ele me confirmou com a cabeça.

- Olhe minha filha, nós amamos você, só queremos seu bem e estamos nos colocando no lugar dos familiares desses garotos.

- Mas vocês estão privando de mim a chance de ser feliz.

- Toda escolha tem uma consequência meu amor, e infelizmente você terá que lhe dar com as suas, já fizemos nossa parte como pais, agora você tem que fazer a sua como pessoa e decidir, mas independente de tudo nós amamos você - pude ver a sinceridade em seus olhos.

- Tudo bem, são minhas escolhas e eu com certeza irei lidar com essa situação - sai para meu quarto e ao subir as escadas olhei para meus pais e eles não pareciam surpresos com minha reação.

Minha cabeça estava cheia de pensamentos: Alexandre, meus pais, morte, estar apaixonada e eu sabia que não estava preparada para isso. Meu último pensamento antes de cair no sono foi: Vou me afastar de Alexandre.

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- Beatrice acorde! - ouvi uma voz gritando pra mim. Congelei. Esfreguei meus olhos, mas era apenas minha mãe.

- Mãe, por favor, é sábado eu tenho direito de dormir até meio dia.

- Não, você não tem porque aquele menino de ontem está aqui de novo

- Oh, Deus.. Só diga a ele que eu não estou em casa, que sei lá, fui passar o fim de semana na casa da minha prima.

- Fico feliz com sua escolha - minha mãe piscou pra mim e saiu.

Não consegui dormir de novo.
Peguei meu celular e mandei mensagem pra Lu:

eu: vou me afastar do Alexandre
09:45

Ela respondeu na mesma hora:

Lu <3: O que houve?
09:46

eu: você sabe o porque e ele disse que está apaixonado por mim, no nosso primeiro encontro!
09:48

Lu <3: Nossa.. vem aqui em casa pra gente conversar melhor.
09:50

eu: acho melhor você vir aqui, disse a ele que estou passando fim de semana na casa da minha prima. Não quero correr o perigo de esbarrar com ele na rua, você sabe... cidade pequena.
09:55

Lu <3: nossa, você é uma vaca kkkkkkkkkkk
10:01

Ri.
E vinte minutos depois ela chegou na minha casa.

- Muito inteligente sua decisão - Lu disse abrindo a porta do meu quarto.

- Eu acho que não devia ter feito isso...

- Olha, eu sei que você está tendo uma queda por ele, mas você está o protegendo.

- É que eu acho que ele merece ao menos uma explicação.

- Ah, claro, chega pra ele e diz "Olha não nosso ficar com você porque se eu ficar você morre" - ela disse com ironia

- Falando assim soa estranho.

- De qualquer jeito isso é estranho.

- Vou mentir então.

- Nossa Beatrice, pra quê? Só ignore.

- Você esqueceu que eu tenho que vê-lo na escola?

- Ah, é mesmo. Minta então - ela disse sorrindo.

- Quando ele disse que esta apaixonado por mim me assustou muito, então vou usar isso à meu favor - sorri de volta pra ela.

- Nossa você é mesmo uma vaca - e nós duas rimos.

Ficamos em silêncio por um instante até eu quebrá-lo:

- Lu.. mas.. você sabe.. Ele não deveria ter morrido?

- Realmente..você acha que morreu?

- Eu não quero sair pra descobrir.

- Nem eu.

Nesse momento eu entendi porque éramos melhores amigas, ela me entendia em tudo sem eu ter que precisar falar nada.

- Será que você podia dormir aqui hoje? - perguntei

- Com toda certeza.

Mal sabia eu que essa noite ia se tornar inesquecível, de um jeito muito ruim.