Eu já estava dentro do ônibus e ele, perto de partir, quando coloquei a mão no bolso da minha bolsa para pegar meu celular e os fones, me lembrei que tinha deixado em cima da pia do banheiro. Saí correndo do ônibus e quase que a porta me prende.
Quando enfim entrei loca no banheiro, percebi que, graças à Deus, o meu celular ainda estava lá.-Ainda bem! -disse aliviada.
É melhor eu correr, já perdi o ônibus e agora tudo o que me resta é ir à pé pra casa. Fui correndo até a entrada -deserta- da escola, depois daí, coloquei meus fones e comecei a escutar uma playlist no Spotify. A primeira música era 'Monster' do Eminem com a participação da Rihanna. Depois de coloca-lós, comecei minha caminhada.
Depois de mais de umas dez músicas, eu já estava até perto da minha casa, faltava menos que a metade pra mim rever minha doce e amável cama. No meio do caminho, eu comecei a sentir alguém me tocando, e sem ter tempo para suspeitar de alguém, ou algo do tipo, me virei de uma vez para ver quem era... "Lucas? "-Aí! Nossa, que susto!
-Desculpa!-disse ele dando risada- Eu tava chamando por você já faz um tempão e como você não respondia, resolvi chamar sua atenção.
-Me dá um susto, você quis dizer!
-É pode ser também! -continuou, com os risos.
-Eu não te ouvi porque tô com os fones e a música tá alta. -expliquei amostrando os fones com meu celular.
-Tudo bem... você mora por aqui?
-É, uns quatro quarteirões na frente.
-Eu moro à cinco.. posso ir com você?
-A rua é pública e ,bom, eu vou adorar sua companhia! -" 'adorar sua companhia ' ? Qual é Allyson?! "
-Ótimo! -disse ele dando um sorriso- Eu não me lembro de ver você por aqui.
-Ah, é que eu minha mãe nos mudamos à pouco tempo. Faz eu acho que uns quatro ou cinco dias.
-Ah, é por isso. Eu também não moro, exatamente, aqui. Meus pais moram em Nova Jersey, eu até ia estudar lá, só que aqui eu tenho os rapazes, o time, e... tudo mais. -concluiu depois de uma pequeninha pausinha.
-Você mora sozinho aqui?
-Não. Eu moro com uma tia. Ela tem dois filhos: uma menina de dois anos e um menino de quatorze, quase da minha idade. Ela é muito próxima à mim e por ser irmã da minha mãe, minha mãe confia em me deixar morar com ela...
-Ahh!
-Mas e você? Era de onde? -perguntou ele quando já estávamos quase no segundo quarteirão. Aquela pergunta me fez flutar na minha mente "Tudo bem que ele ou qualquer outro saiba... todos algum dia vão saber."
-A gente morava em Lawrence e.. bom, depois que... depois que meu pai morreu, a gente resolveu se mudar pra cá e começar uma vida nova. -depois que terminei de falar, me dei conta que mesmo depois desses meses, a morte do meu pai ainda era uma ferida aberta e que talvez nunca fosse fechar.
-Eu sinto muito pela sua perda!
-Eu também... só que já faz uns quatro meses e o melhor que eu posso fazer é continuar de pé pra minha mãe.. Mesmo assim, obrigada!
-Eu sei bem o que você tá sentindo... -disse ele mudando completamente de humor.
-Como assim?
-Eu também perdi uma pessoa... meu irmão.
-Seu irmão?
-Ele era mais novo do que eu. Morreu quando éramos crianças, eu tinha 6 anos e ele 4... Eu sei que faz mais de 10 anos, mas eu nunca vou parar de sentir falta dele. -quando ele parou de falar, estávamos apenas à duas casas da minha.
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Anjos De Anjos
Novela JuvenilÀs vezes você se corta e pensa que ninguém se importa, que ninguém liga.. mais aí você descobre que um corte em você é a morte de outro. O que você faria se descobrisse que há um outro mundo em a vida depende apenas da proteção daqueles que se cort...