Sarah - Garota Cristã- Livro 1 [Em Reforma]

(Bonus Miguel)

      No dia seguinte acordo às sete, me dirijo a cama de Sarah e já não a encontro, um pequeno desespero me invade ao pensar que pode ter ido embora. Abro a porta e acabamos ficando frente a frente, quase batemos de narizes.

- Bom dia... - Disse baixinho após me encarar alguns segundos.

- Bom dia! - A respondi notando que havia ficado sem graça.

- Fui buscar algumas amoras. -Ela disse colocando uma vasilha cheia de amoras em cima da mesa.

- Você está bem melhor...

- Sim, eu estou e agora sim gostaria de ir para casa. - Deu um sorriso singelo para mim.

- Posso levá-la até lá?!

- Sim, claro... - Disse e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha.

-Vamos comer alguma coisa antes não é? - Perguntei.

- Sim, estou faminta... - Disse sem graça.

Preparo algumas coisas para comer e em fim a levo para seu apartamento com meu carro. Não conversamos quase nada no caminho, apesar de ter pensado em fazer algumas perguntas mas preferi reprimi-las.

- Seu carro é bem, vamos se dizer bom né... -Ela comentou...

- Bom demais para quem mora numa casinha? - Perguntei certo na resposta e não gostando nada da conversa.

- Não era nessas palavras que eu ia dizer mas...

- Eu entendi. - Disse um pouco duro nas palavras.- Digamos que antes de morar onde estou morando, eu tinha condições, morava numa casa muito boa... Até que tudo se desmoronou, me fazendo morar onde moro hoje.

- Está falando sério? - Arqueou suas perfeitas sobrancelhas.

-Sim. Se tivermos outra oportunidade de nos encontrarmos quem sabe eu conte. -A respondi deixando-a na frente do apartamento.

- Foi bom conhecer você. - Sarah disse com um sorriso largo.

- Foi bom conhecer você também. - Dou um sorriso para ela.

Sarah desceu do carro e caminhou até seu apartamento. Na volta para casa só caíram lágrimas ao lembrar do meu passado e de tudo o que houve até agora... Até quando minha vida será tão embaraçada... Recebo uma ligação no meio do caminho.

- Alô.

- Miguel... - A voz do meu pai foi reconhecível.

-Pai...? O que quer?

-Saber como você está filho...

-Desde quando se importa? Você e a minha mãe não significam nada pra mim, nada!

- Eu sei que erramos feio com você mas....

- Mas o que? Vocês me abandonaram, nada justifica o abandono de um filho, você ainda se diz pregador e filho de Deus, vê se me erra porque você não é isso nem aqui e nem na china. Você é um filho da #$% que se importa apenas consigo mesmo.

- Circunstâncias me fizeram fazer isso, que você nem imagina.

- Circunstâncias p*** nenhuma! Chega, eu não quero mais saber, vê se me esquece! -Desliguei no mesmo momento, a raiva e o ódio já tomam espaço, me deixando pior do que já me sentia.

- Droga! - Bato a mão no volante.
Não achava que fosse uma pessoa rancorosa e que podia odiar alguém, mas se tratando do meu pai posso me tornar uma pessoa horrível. Ele é um cretino e não merece nem respeito.

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Continuação em breve! <3