Não passava um único dia sem ouvir, nem que fosse apenas uma música, aquela banda da moda chamada D.A.M.A. Inicialmente cantava, mas depois começava a ficar ligeiramente farta, todavia logo vinha uma nova música para me animar.
Banda da moda. Onde é que será que já ouvi isso. Eram três jovens por quem as miúdas gritavam e babavam. Eu era completamente o oposto, acho que também já não tinha idade para isso. Apreciava a música deles, um estilo de música que até então não ligava minimamente. Música portuguesa romântica com uma pitada de hip pop. Simplesmente não gostava, preferia ouvir musica estrangeira, contudo, maioritariamente por causa da rádio nacional estar sempre a tocar músicas deles na hora de eu ir para o trabalho, lá comecei a gostar e a querer ouvir mais músicas daquela banda diferente das outras. D.A.M.A para aqui, D.A.M.A para ali.
Mas ao contrário das fanáticas, coisa que eu mesma já fora no passado por uma banda pop chamada BackStreetBoys, não ligava muito ao aspeto físico dos três cantores. Ligava apenas à música. Podiam até serem as pessoas mais feias do mundo, não seria por isso que deixaria de os ouvir. Porém, como a curiosidade era alguma, ainda acabei por ir ver algumas imagens deles, só para ter mais ou menos uma noção. Eram de facto jovens, bonitos, sendo um deles ainda mais cativante pelo facto de usar gorros, coisa que também eu apreciava.
E foi numa manhã de nevoeiro quase cerrado que ouvi a caminho do trabalho uma notícia bastante interessante na rádio nacional. Tinha quase a certeza que era a única pessoa em Portugal que ainda não tinha tido a sorte de ir ver aquela banda tocar ao vivo, mas isso estaria prestes a mudar, logo na semana a seguir à qual me tornaria mais uma desempregada num pais já a abarrotar deles.
Assim que estacionei o carro no sitio do costume, peguei no telemóvel e telefonei prontamente à minha prima Alexandra. Também ela gostava dos D.A.M.A, portanto tinha praticamente um sim ao convite que lhe iria fazer. Como previsto, ficou ansiosa e o convite foi aceite. Iriamos juntas ao concerto, e aquela ansiedade de os ir ver ao vivo aumentou.
– Tempo passa a correr. – falei em voz alta.
Decidi por vontade própria não ir pesquisar mais fotos deles à internet, queria ir, sei lá, sem saber o que me esperava, pois afinal de contas o que me importava era ouvir aquelas músicas que adorava serem tocadas ao vivo, pois toda a gente sabe que há uma grande diferença entre cantar num estúdio para gravar para um álbum e outra tocar ao vivo para uma multidão de gente.
Os dias foram passando a correr. A minha tristeza de ficar sem trabalho estava à vista de todos, posso admitir que apenas aquele calorzinho de saber que ia ao espetáculo dos D.A.M.A conseguia dar algum brilho no meu olhar. Tinha de me agarrar a algo. Sempre fui daquelas pessoas que gostava de planear o futuro e este concerto, era de certa forma um plano, nem que fosse apenas para uma noite, mas pelo menos sabia que nesse dia iria acontecer algo que me animaria, me tiraria por momentos da vida real, da triste realidade em que me encontrava.
Foi com um enorme sorriso nos lábios que cheguei ao local do concerto na companhia da minha prima Alexandra e mais uma amiga dela, a Raquel.
(...)
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Dá-me um Segundo
Fiksi UmumUm segundo bastou para que a minha vida mudasse por completo. Um segundo bastou para me apaixonar por ele, um famoso cantor de música portuguesa, um jovem membro da Banda D.A.M.A.