Fatal Partida
Qual é o tempo de vida
De um coração curado
Nunca ardido? Sangrado
Sério, mudo, fatal partidaPor mais que seja a vida
Um arranhado sequer
Não mal o faria ria tia
Tem sorte por ser mulherTeve perspicácia enxergou
Pobre músculo mortal
Cheio de alegria pegouSimples palavras alertou
Que as feridas são do bem
E toda dignidade vazia ruim
1
Vida Dor
Tenho-lhe nesses braços brasileiros
Sigo-te entre sangue e esquartejo
Tens sorte por as dores sentir
Entendes que a vida vem seduzirCriações de criaturas esporádicas
Enfeitam-se simultaneamente sujas
Perfeita casca feita a vida dor
Quem diria ainda tem o amorNos diferencia tu eis diferente
Quem diria ai vem a diferença
Amiga e mãe surda que não pensaO que fica no meio cai nas beiras?
Apresentando o insano início
O tolo que pôs a vida em risco.
2
Eterna Despedida
Dei-me todo seu desejo
Em seu pranto dei-lhe um beijo
Queira-me como quero-te
A estrada que anda fere-teToda partida é feita do eterno
O primeiro encontro é sério
A ingratidão da despedida
Sei eu que lágrimas não valeriaQuando bateres na saudade
Quando quiseres um afago
Quanto valeu a dor, sabes?Um triste caminho sigo
Uma prova para quem?
Quem mente dúvida também.
3
Alma Mecânica
Os olhos sem face são mecânicos
Como uma galáxia sem vida, horror
Juras ditas a alguém palavras sem amor
Não demonstram tristeza ou escândalosQuerida imaginação não viaja
Queira-me bem como quero-lhe também
Árvore de bom fruto tem raiz além
Quem cultiva dor seu amor encorajaTarde para falsas explicações
Cedo o terror consumiu acusações
Antes de dormir tens de fechar, o que?Agora verás que não basta querer
Depois de tantas regras o que?
Dizer que sem os olhos não da para ver.4
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OBraszil
PoetryLivro que reúne os maiores sonetos, poesias e pensamentos de André D.C. Castro, Mineiro de Carangola, nasceu em onze de novembro de mil novecentos e noventa e um, escritor, compositor, letrista, musico e ativista. Sempre com uma visão critica do mu...