CAPÍTULO DOIS

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Josh foi embora logo pela manhã, fiquei deitada mais um pouco até que decidi levantar. A minha vida em Thendon não estava sendo lá muito boa, não conhecia ninguém, não falava com ninguém, não tinha um emprego, nem universidade, tudo bem que só estou aqui há três dias mas, era pra ter descoberto ou feito algo, mas hoje isso muda, não posso fica parada tenho de pensar em algo para encontrar meus pais, talvez o sobrenome, uh, não sei... 

Pego um vestido branco florido e sapatilhas pretas envernizadas de bico. Penteio meu cabelo e vou até a cozinha. Coloco café na xícara e pego um pão integral. Quando viro-me para sair da cozinha, paraliso no lugar. 

_Você de novo. - Digo, agora segurando firme minha xícara. Relaxo um pouco.

O idiota que me salvou está usando o mesmo uniforme do dia que me salvou, só que agora a máscara é preta com linhas brancas e deixa a boca e os olhos visíveis. 

_Sim, eu de novo, não está feliz? - Ele diz sorrindo. 

_Não. - Passo por ele e sento-me no sofá. 

_Não vai brigar comigo, nem me mandar ir? - Ele diz me analisando com seus olhos verdes. 

_Não. - Digo indiferente. 

_Só sabe falar isso? Não?

_Não. - Ligo a TV e mordo me pão. 

Ele parece confuso. Me olha de um jeito estranho, como se estivesse me analisando. 

_Você não deveria estar "salvando a cidade"? - Faço aspas nas últimas palavras. 

_Na verdade sim, mas não tem perigo, nem vilão, então, resumindo... Chato. 

_E por que está em minha casa? Me infernizando? Gastando meu precioso tempo com você, heroizinho idiota? - Levanto-me para ir à cozinha. 

Num piscar, ele está a centímetros de mim, com seus olhos dentro dos meus. Tento me afastar mas suas enormes mãos vão para meus pulsos. 

_Heroizinho idiota? Você sabe que fui eu quem salvou-a? Sabe? Então me agradeça por estar aqui ontem, hoje...

_Eu pedi para que me salvasse? - Chego mais perto de seu rosto, com a fúria em meus olhos. - E aliás, eu conseguiria sair sozinha, não precisava de tu. - Cuspo as palavras.

Solto meu pulso de suas mão e ando calmamente até a cozinha. Mas quando volto a sala, ele não está mais ali. 

_Você se acha não é mesmo Amber. - Ouço sua voz e presumo que esteja irritado. Sorrio. - Por que sorri? Tem graça o que acabei de dizer?

_A graça é que você andou bisbilhotando sobre mim, para saber meu nome. - Rosno. Sinto-o perto de minha orelha. - Vá embora, não é bem-vindo aqui. 

Sento-me no sofá, pego meu celular, mas ele é puxado da minha mão. 

_Idiota. - Digo. Levanto-me e tento pegar o celular que está se movendo pelo ar. 

Começo a ir em direção ao celular e quando estou prestes a pegá-lo trombo nele, e seu corpo reaparece, nossos corpos estão colados, nossos rostos próximos. Por algum motivo olho em seus olhos, não consigo mais desviar o olhar, minha respiração está acelerada, meu corpo parece estar aquecendo, seus lábios estão entreabertos, os meus rapidamente fazem o mesmo, meu olhar vai para tua boca, depois volta ao teus olhos, seu rosto começa a se aproximar do meu, dou uma leve inclinada no rosto, agora, mesmo ele estando com a máscara, posso sentir sua respiração, que também está acelerada, meu coração bate cada vez mais forte e mais rápido, seu rosto teima em se aproximar mais do meu... Meu celular toca, afasto-me bruscamente dele. Josh.

_Oi. - Digo ofegante. Ele está a me olhar intensamente. Tento não olhar em seus olhos. 

_O que estava fazendo? Correndo? - Ele pergunta, seu tom parece sério. 

_Uh... É que, eu... Quase caí aqui e...

_Se machucou? - Mas ele parece não acreditar muito. 

_Não, não me machuquei. Josh eu te ligo mais tarde, ok? 

_Ok. Amo-te. - Desligo rapidamente. 

_Amo-te. - Ele repete, sem tirar os olhos de mim. - Quem era, seu namorado? Ficante? 

_Noivo. - Sai automaticamente. Ele quase engasga. 

_Noivo? Tu estás... Noiva?

_Sim, por que, não posso? -Arqueio uma sobrancelha. 

_Não acha que está nova demais para estar noiva, uh? - Ele pergunta sentando-se no sofá.

_Não acha que a vida é minha, e eu faço o que quiser, uh? - Retruco. Sentando no outro sofá, o mais longe dele. 

_Wow. Desculpe. - Ele revira os olhos. 

_Olha é... Homem Invisível, você sabe que está na minha casa?

_Sim. 

Bufo. Folgado. 

_Vocês estão juntos há quanto tempo?

_Mas que raio? O que quer? Meu RG também?  - Reviro os olhos. 

_Eu quero saber, desculpe, mas você tem quantos anos? Dezesseis? Dezessete? E já está noiva. - Ele diz. 

_Se eu te disser, vai me deixar em paz? - Pergunto. 

_Sim. 

_Tenho 18 anos, namoro há três anos, e estou noiva há seis meses. - Digo. 

Ele me olha desconfiado. Me analisa por um tempo, levanta e vem em minha direção. Agarra meu pulso e sai me levando até a porta. 

_Me solta, seu louco. - Digo tentando soltar minha mão. - Para, o que está fazendo? 

_Calma, vamos passear. - Ele diz sorrindo. 

_Não quero passear com você seu maníaco idiota. - Solto-me do seu aperto e corro até a cozinha. Abro as gavetas do armário e tento pegar uma faca, mas sinto ele me pegando. _Me solta! Céus. 

_Venha comigo Amber. - Ele diz em meu ouvido. 

_Não vou. - Tento sair, mas ele está me abraçando forte. Desisto. 

_Acalmou? - Ele diz afrouxando mais o aperto. 

_O que quer de mim? - Pergunto num sussurro quase inaudível. 

Sinto sua respiração em meu ouvido, seus braços apertados em minha cintura, estou arrepiada, aquecendo, fico tonta com seu cheiro de frutas cítricas. Ele afrouxa mais o aperto, e eu saio de seus braços.

_Vá. - Digo ainda tonta. 

Então ele se vira, pega a chave em cima da mesa, abre a porta e sai. Respiro fundo. O que está acontecendo comigo? Céus. Ainda preciso procurar emprego. Pego meu celular, as chaves que estavam na porta, dinheiro e saio do apartamento que ainda está com seu cheiro. 





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⏰ Última atualização: Feb 10, 2016 ⏰

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