Capítulo I

75 3 3
                                    


Meus olhos ardem pela falta de sono, finjo ser surda quando ouço Julie batendo na porta e chamando por mim. Coloco o travesseiro em minha cabeça e fecho os olhos para dormir novamente. Sou contra dormir tarde, mas como ontem foi aniversário de uma das colegas daqui, tive que ficar acordade até de madrugada. Julie bate na porta repetidamente, finjo não ouvir e torço para ela desistir.

"Eu sei que você está acordada! Abre a porta!" ela bate novamente com mais força.

Pressiono o travesseiro contra meus ouvidos tentando abafar o som dos seus gritos. Ela finalmente para de bater e eu relaxo, mas isso logo passa, pois ela volta e abre a porta com um grampo de cabelo.

"Qual seu problema?" reclama ela enquanto abre a gaveta e pega algo que não consigo identificar, pois minha visão não está perfeita ainda.

"Estou cansada." resmungo e viro para o outro lado, ficando de costas para ela.

Sinto ela me puxando para fora da cama pelos pés. Me agarro na cabeceira da cama e ela me solta reclamando sobre eu dormir de mais.

Ela sai do quarto batendo a porta, e eu tento dormir novamente, mas percebo que perdi o sono, então levanto. Coloco um roupa descente e desço vendo Julie conversando com um homem desconhecido, e isso é estranho pois aqui é um orfanato feminino. Paro no meio das escadas e fico observando de longe, até Julie vir até mim.

"Ele quer falar com você." ela sussurra para mim para que ele não ouça. Faço que sim com a cabeça e vou até o homem.

"Olá, Suzan. Meu nome é Tomlinson, Louis Tomlinson." ele se apresenta sorrindo. Observo seus olhos azuis que parecem esconder muitos segredos.

"Hã... Oi. O que você quer comigo?" pergunto. Ele deve ser dois anos mais velho que eu, e eu sou bastante velha para ser adotada, então ele não está aqui para me adotar.

"Podemos conversar melhor caminhando pelo jardim." Ele caminha até a porta e eu o sigo.
Já no jardim caminhando e olhando as flores, ele finalmente quebra o silêncio e o mistério. Ele me guia até atrás de um árvore onde consigo ver outro homem. Entro em pânico sem saber o que fazer, quando o outro homem atira em mim o que parece ser um dardo tranquilizante, e eu imediatamente apago.

Minha visão está borrada, não consigo ver nada nitidamente, só o que vejo são duas pessoas brigando. Dois borrões se socam e caem em meio a uma briga. Fico sem reação quando um dos borrões derruba o outro e vem até mim, me pegando no colo. Não consigo ver e nem reagir, a única coisa que consigo fazer é observar ele me carregando por corredores que não parecem corredores, na verdade, nada parece nada, não consigo ver nada com clareza e muito menos identificar nada. Não sei o que está acontecendo. Estou com medo.

Minha visão volta e consigo ver o rosto do homem que me leva nos braços. Olhos verdes e cabelos castanhos compridos, olhar determinado, um pequeno sorriso no canto da boca e extremamente atraente. Tento dizer algo, mas nada sai dos meus lábios. O homem permanece olhando para frente até eu notar que ele está me colocando dentro de um carro. Ele fecha a porta, dando a volta e entrando no mesmo. Minha voz volta quando ele já está dirigindo para longe.

"Quem é você?" digo rouca olhando ele, e em seguida a estrada a frente.

"Meu nome é Harry." ele sorri sem desviar o olhar dá estrada a frente.

"Porque estou aqui?" tenho tanto a perguntar, mas não sei quais as perguntas em si.

"Eu não sei. Não sei porque eles pegaram você, só sei que me mandaram resgata-la." ele para o carro em frente a uma casa velha de madeira suja.

Antes que eu possa perguntar mais coisas, ele sai do carro, e eu sem saber o que fazer, o segui até dentro da casa. É sujo como do lado de fora. Cheira a mofo. Mas pensando bem, é fofa e aconchegante. Observando atenciosamente o pó saindo do sofá quando ele se senta.

"O que está acontecendo?" a única pergunta que veio a minha cabeça. Ele respira fundo e se ajeita no sofá, ignorando o pó que sai do mesmo.

"Você foi sequestrada por... Digamos, a mafia. E alguém mandou eu resgatar você." informa. Assinto com a cabeça e olho em volta, torcendo o nariz notando a sujeira.

PROTECTOnde histórias criam vida. Descubra agora