Prólogo

41 4 3
                                    

Naquela noite, a única coisa que iluminava a estrada era o farol de seu carro e as queridas estrelas. Era 3 horas da manhã e Christian se sentia exausto. Havia ficado com metade das mulheres da boate, brigou com alguns caras e foi expulso, queimando seu filme.

Tudo estava silencioso, inclusive Chris. Parou com seus xingamentos a pouco tempo antes, quando conversava com seu pai. Será que ele nunca foi jovem?, se questionava sempre que recebia um sermão sobre "chegar tarde em casa" de Peter. Chris sabia que seu pai estava certo, mas era muito orgulhoso para admitir. Naquele mesmo dia, às 12h, ele deveria estar em uma das aulas na Universidade de Medicina, porém iria faltar.

Estava com fome e sua casa era longe da onde estava. Continuou dirigindo, até avistar um posto de abastecimento e um carro preto quebrado e em chamas estacionado ali. Se aproximou e estacionou perto do tal. Ainda dentro do carro, assistiu uma mulher toda de preto dançando em meio ao fogo, sem temer. 

Estava assustado e, ao mesmo tempo, maravilhado. Parecia cena de filme! 

Ela continuava a dançar em direção a porta de um mercadinho. Afrente da porta, ela entra risonha. Chris decide sair de seu auto-móvel e também entrar. Já dentro do mercadinho, viu, a sua direita, a atendente agachada atrás do balcão com o celular no ouvido, assustada.  

Voltou seu olhar para frente e viu a mesma garota dançando entre as estantes de mercadorias. Por um segundo, ela parou e pegou um Doritos na estante. Abriu-o e pegou uma mão de salgadinhos, enfiando tudo na boca. Depois, largou do pacote, deixando-o cair no chão. Correu para o refrigerador e pegou uma lata de Coca-Cola. A abriu e deu cinco longos goles. Soltou a lata e olhou para Chris, percebendo o semblante de assustado dele. Apenas sorriu e foi para a seção de doces. Pegou pacotes de Fini e o inclinou para a boca, deixando todo o doce entrar na sua boca avermelhada. 

Depois de alguns minutos de comilância, eles começaram a ouvir sirenes da Policia. Christian olhou para trás e viu, pela a transparência do vidro, lá fora. Duas viaturas estavam estacionada a frente do mercadinho, delas saíam policiais, invadindo o estabelecimento. Voltou sua atenção a garota dançarina, que ria de tudo. Parecia bêbada. Ela encontrou o olhar de Chris e voltou a sorri. Era, realmente, um sorriso encantador e muito curioso. Era curioso como Chris estava naquele momento. 

Ela correu entres as estantes, fazendo os policiais gritarem:

— Parada aí! 

Mas ela não obedecia. Pelo contrário, fazia pior. Agora cantarolava alguma coisa como "Me querem? Me peguem!", enquanto corria. Até que um policial conseguiu agarrar e algemar ela. Chris apenas observava, como uma estátua. 

Já algemada, a menina dançarina grita, analisando Chris sorrindo, como satisfeita:

— Meu nome é Carolina Jones, gato. 

— O meu é Chris. — Anunciou, sorrindo de volta. E logo ela foi levada para dentro da viatura. 

 Ele se sentia atraído por ela, queria conhecê-la. Então, foi ao seu carro e entrou. Os policiais já estavam a caminho, assim Christian os seguiu, até parar em frente a uma delegacia. Eles e Chris estacionaram.  Logo os policiais começaram a sair, avistou Carolina sendo retirada da viatura por dois dos policiais. Ela foi arrastada — literalmente — para dentro da delegacia. Chris saiu do carro, observando cada detalhe daquela cena. Adentrou o estabelecimento e viu Carolina sentada em uma mesa rindo como uma louca — talvez, ela seja uma mesmo. 

  Até que ela percebe a presença de Chris, parando de rir, mas ainda com o sorriso no rosto. Alguns policiais e pessoas a observava, cochichando algo como "Essa mulher é louca!" ou, até, "Ela deve sofrer de problemas psicológicos!". Todavia, todos se calam ao ouvir a voz da "maluca".

— Você veio, gatinho. 

— Não podia perder essa. — Falou Chris, e ela gargalhou. 

— Não me acha louca? — Questionou, com a sobrancelha direita erguida.

— Só um pouco. — Respondeu, e logo seu celular vibrou no bolço esquerdo da sua calça jeans. Ele o pegou e visualizou a tela. 

Mãe 

— Mamãe? — Perguntou Carol, rindo. Chris sorriu constrangido. Tinha 19 anos e ainda estava sob os cuidados da mãe. 

O IPhone continuava a vibrar em sua mão, enquanto policiais retiravam Carol dali. Ela deu seu último sorriso antes de ir para o xadrez e sussurrou, para que apenas Chris ouvisse:

— Pague minha fiança. Eu sei que você tem condições. 

E logo desapareceu do campo de vista de Chris. O celular continuava a vibrar, bem insistente. Até que Chris atende, saindo da delegacia: 

— Fala. 

— Como assim "fala"? Já são 4 horas da manhã e você ainda não apareceu em casa! — Falou sua mãe, do outro lado da linha. 

— Calma... Já, já estou aí. — Antes de sua mãe começar com sermões, desligou a chamada. Suspirou e voltou para dentro a delegacia. Se aproximou da mulher atrás do balcão e disse, decidido:

— Olá, gostaria de pagar a fiança de Carolina  Jones. 


______________

N/A: olá, pessoal! Tudo bem? Desculpe pelo o tamanho desse prólogo, prometo que os capítulos serão grandes! Estou me esforçando bastante para oferecer a vocês uma boa história! Se gostou dê voto, pois me ajuda muito! Se quiser falar algo, comente aí. Então é só, um beijo na boca pra cês ☻ 

Dancing On CrimeOnde histórias criam vida. Descubra agora