Capitulo 2

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Acordo às 5:00 da manhã (sim eu dormi o dia e a noite toda) com um barulho de coisas caindo, pego meu bastão que tenho desde criança e vou ver o que é. Faço de tudo para não fazer barulho quando vou descer a escada e quando estou chegando vejo duas sombras. Quando chego olho para aquilo e sinto nojo.

-"Mãe?". Digo tentando ter atenção para ver se eles param.

-"Ó, oi amor, tudo bem? Nem te vi aí, a gente acabou de chegar pode voltar a dormir você ainda tem uma hora." Ela diz como se se importasse comigo. Ela nem chegou e estava transando com o namorado na sala, que merda de mãe eu tenho não é mesmo.

-"Tá". Digo apenas isso pois não queria discutir com ninguém uma hora dessa. Então subo pro quarto e coloco o bastão no lugar novamente, mas como sei que não vou dormir tomo um banho troco de roupa pego minha mochila e saio pela varanda já que tem uma escada que eu coloquei, não aguentaria ficar ali ouvindo gemidos.

Como falta uma hora e meia pra aula começar decido ir pra uma pracinha. Sento em um banco pego meu cigarro colocando ele na boca e acendendo com meu isqueiro, dou uma tragada, deixo a fumaça sair e sinto aquela sensação maravilhosa. Pego também meus fones e coloco na música Best Day Of My Life dos american authors, essa música me faz pensar se eu vou ter um dia que eu vou chamar de "melhor dia da minha vida" porque até agora todos os meus dias foram uma merda. Paro de pensar quando percebo que alguém tirou meu fone, olho para o lago e vejo Luke com uma cara confusa.

-"Duas perguntas. Porque você tá numa praça as 5 e meia da manhã e porque você fuma?."

-"To aqui porque acordei cedo e decidi sair, bom, eu não sei eu só sei que fumo." Óbvio que eu não iria dizer que sai cedo porque minha mãe que acabou de chegar de uma viagem de meses estava transando com o namorado e que eu fumo pra tentar esquecer da merda de vida que eu tenho e talvez acabar com ela mais rápido. "E você, o que faz numa praça as cinco e meia da manhã?". Pergunto curiosa também

-"Acho que o mesmo que você, pode me dar um cigarro?". Concordo com a cabeça e entrego o maço de cigarro pra ele pegar um, ele pega e me devolve. "Nunca imaginei que você fumava".

-"Por que?". Pergunto curiosa

-"Sei lá, acho que você não tem cara de quem fuma, não que pra fumar as pessoas tenham que ter cara de que o fazem." Ele diz e percebe o quão confuso aquilo ficou. "Acho que você entendeu né?". Assinto com a cabeça rindo um pouco

-"Hey, eu to com um pouco e fome e tava pensando em ir ali na cafeteria quer ir comigo?". Ele diz já levantando.

-"Pode ser". Acho que indo com ele o tempo iria passar mais rápido, e se eu ficar aqui provavelmente iria me deprimir mais e mais. Apago o cigarro, e jogo fora. Assim como Luke. Porque ele pediu o cigarro se só ia jogar fora?.

Quando chegamos nos sentamos em uma mesa perto da janela, mesmo que cedo haviam muitas pessoas ali, acho que passando um tempo ou só tentando esquecer  por um momento a infelicidade em que vivem antes de que sua normal rotina comece. E nesse momento eu me pergunto se Luke era um desses, ele não parece um garoto triste ou revoltado. Mas como dizem, não julgue um livro pela capa, pois se alguém me olhasse quando estou perto do Mike nunca iriam imaginar a vida que levo. Eu tento realmente parecer feliz perto dele porque ele também não tem uma vida muito boa. Mike perdeu a irmã dele, ela teve câncer no pulmão e não aguentou. E é por isso que eu não fumo perto dele. E agora que Luke me viu fumando acho que tenho um problema.

-"Hope?". Luke me chama passando a mão na frente do meu rosto.

-"Sim?". Olho-o e percebo que ele estava me chamando a um tempo.

Broken hearts || L.HOnde histórias criam vida. Descubra agora