- Luke, o que você está fazendo? Faz uma hora que você entrou nesse banheiro, menino. Abra a porta, agora! Já são dez da noite, hora de dormir, não de tomar mais banho. - Gritou Lindsey, minha mãe adotiva.
- Eu não vou abrir a porta, ninguém pode mais tomar banho em paz? Já estou saindo, espera só um minuto. - Eu minto.
Eu demoro sempre 30 minutos no banho. Não, eu não me masturbo nos outros trinta minutos, como eu acho que faria um adolescente de 19 anos. É algo mais... Pessoal.
Meus pulsos estão doendo pra caralho. Dessa vez os cortes foram mais profundos do que os de sempre, mas eu tenho quase certeza que Lindsey e/ou Kyle não iriam perceber que o filho adotivo deles está se auto-mutilando. Talvez, se eles reparassem mais na minha cara, saberiam que eu nunca estou bem. Não, eu não sou aquele tipo de pessoa que se corta para chamar atenção, quem faz isso é completamente rídiculo. Eu acho que isso tinha uns 10% da minha dor. É pouco, porém ajuda demais.
Quatro anos atrás, eu estava em um carro com as duas pessoas mais importantes da minha vida, minha irmã e minha mãe. Nós estávamos rindo, cantando alguma música boba que estava tocando na rádio, e comendo fast-food. Era um típico domingo de família, nós comendo besteiras, conversando, rindo e naquela hora, eu estava pensando como momentos como aquele deveriam ser eternos, e a nossa felicidade também. O destino estava sendo bom comigo, afinal, eu tinha duas mulheres incríveis, minnha mãe e minha irmã. Meu pai nos abandonara algunas anos antes, então eu era o homem da casa - e devo dizer, eu amava isso.
Até que esse "destino" que era tão bom, virou uma catástrofe. Um motorista bêbado estava dirigindo em alta velocidade, e na hora de ultrapassar minha mãe, ele perdeu o controle do carro e bateu no nosso. O carro em que estavamos capotou várias vezes, e caiu de um lugar alto (mas nem tanto) e o resultado foi duas mortes imediatas e um sobrevivente. "Um menino guerreiro!" eles diziam enquanto me resgatavam. O motorista bêbado fugiu, mas depois de um tempo foi detido.
Eu saio do banho com dor, mas não deixo isso transparecer. Estou com um pouco de sono, mas eu realmente odeio dormir. Faz alguns meses que eu tenho sonhado com um cara estranho, que está sempre matando as pessoas. É realmente assustador a realidade desses meus sonhos, que parecem mais pesadelos.
- O que houve no teu braço? - Pergunta o filho biológico dos meus pais adotivos, Harry.
- Nada.
- Ahhh Lukey, me conta! Prometo não falar pra ninguém. - Disse Harry, com um sorriso.
Harry é muito legal, pelo menos pra uma criança de sete anos. Ele diz que gosta muito de mim, menos quando ele me ouve chorar baixo no meu quarto. "Lukey, você é legal demais pra chorar", o pequeno diz quando isso acontece.
- Eu caí enquanto cantava aquela música que a gente gosta, sabe? Acho que o nome é Smile. - Eu digo, rezando para que ele acredite.
- Quem mente não vai pro céu, sabia? Mamãe me falou isso esses dias. Eu quero que você vá pro céu - Diz ele, quase chorando - eu quero ir pro céu e quero você lá, pra gente brincar muito!
- Vou te contar um segredinho, ok? Isso é mentira.
- Mas, a mamãe...
- Ela mentiu, little boy. Agora, eu tenho que dormir e você também.
Depois de muita enrolação do meu irmãozinho, ele finalmente me deixou ir pro meu quarto. Deitei a cabeça no travesseiro e rapidamente dormi. Meus pensamentos de hoje, os cortes e relembrar do acidente me deixaram cansado. Na verdade, eu estou cansado faz quatro anos.
O homem de olhos castanhos esverdeados olhava intensamente para sua vítima. Ele precisava fazer aquilo, ele precisava matá-la naquele instante. Dessa vez, sua caça era uma adolescente de aproximadamente 16 anos e ela tentava gritar o mais alto possível, o que deixava o homem mais bravo ainda, se é que isso era possível.
- Cala a boca, pelo amor de Deus! A primeira coisa que eu vou cortar vai ser sua língua, já que você não quer parar de gritar! - Falou o homem, com muita raiva e segurando uma faca bem pontuda.
- Como você ousa pronunciar o nome de Deus? Tomara que você apodreça no inferno e certamente isso... - A menina tentou concluir sua frase, mas foi seus gritos de dor que deram lugar ao resto da frase.
Ele tinha a esfaqueado, e como ela estava gritando mais alto, ele metia mais a faca em seu corpo, agora sem vida. Mesmo com a menina morta, o sádico assassino continuava a perfurar seu corpo.
- Agora vamos esconder essa belezinha. - Disse o homem, sorrindo.
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when i dream // lashton
Randomluke tem sonhos estranhos com um rapaz de olhos castanhos esverdeados matando pessoas. ashton tem sonhos estranhos com um menino de olhos azuis que sempre tenta se matar.