Alicia
Na manhã seguinte acordei com os raios de sol batendo no meu rosto. Me levantei um pouco sonolenta e acabei enroscando os pés nos lençóis e caindo de bunda no chão.
Nota mental: prestar mais atenção nas coisas ao meu redor.
Fiz essa nota mas sei que não vai adiantar de nada, sou desastrada de nascença, já sofri mais quedas do que posso contar nos dedos.
- Ai... - me levantei com certa dificuldade e segui ao banheiro. Fiz minha higiene e voltei pro quarto apenas de toalha.
Peguei a primeira roupa que vi no armário, uma blusa branca de manga curta com um desenho de uma menina segurando um gato gordo, e um short claro e meio desfiado na barra. Amarrei meu cabelo num rabo-de-cavalo e desci as escadas acompanhada por Axl.
Como meu pai ainda estava dormindo preparei o café-da-manhã pra nós. Enquanto Axl comia a ração dele eu tomei meu café, e assim que terminamos eu subi e escovei os dentes rapidamente. Desci as escadas e escrevi um bilhete pro meu coroa, dizendo que iria dar uma volta pelo bairro.
Coloquei a guia no de pelos ruivos e saí de casa. E adivinhem com quem eu dei de cara? Quem respondeu que era a velhinha mal encarada do outro dia, acertou.
Ela estava me encarando com a mesma cara azeda e depois desviou o olhar pro cachorro, fez uma careta e me deu as costas. Mereço isso Kami?
Axl rosnou pra ela e eu ri.
Ele sabia diferenciar uma boa pessoa de uma má.
Segui caminhando até encontrar um parque e fiquei encantada com o lugar, era enorme e lindo.
Caminhei um pouco, mas algo acabou assustando o Axl e ele saiu correndo descontrolado. Corri atrás dele e na hora que consegui pegar a guia o mesmo saiu me puxando pelo parque. Tentei pará-lo mas foi em vão. Meu cachorro era grande, quase do meu tamanho - sim, sou baixinha - e parar ele é quase impossível.
Felizmente um garoto conseguiu acalmá-lo e ele parou, só que como eu estava numa velocidade muito alta não tive a mesma sorte. Resultado? Caí.
Mas eu não lembro do chão ser tão fofinho assim, será que... Meu Deus! Eu morri e estou no céu! O chão é feito com nuvens macias, é a prova!
Levantei a cabeça lentamente e abri os olhos pra conferir se ainda estava viva, porque vai que não, né?
Assim que olhei pra baixo, enxerguei um tecido vermelho... pera, nuvens não são feitas de tecido... Ai meu Deus! Eu atropelei uma pessoa!
Levantei rapidamente e fiquei encarando a pessoa jogada no chão. Era um garoto, o mesmo que parou o Axl, ruivo e muito, MUITO, alto. Ele se sentou e começou a massagear o local dolorido, abriu os olhos, que eram de um tom acizentado, e me fitou furiosamente.
- Olha, me desculpa. Foi sem querer, eu nã-... - pedi rapidamente e o ajudei a levantar, mas ele me interrompeu e puxou o braço de volta.
- Se não sabe controlar o seu cachorro, não saia pra passear com ele! - gritou, furiosamente e eu me assustei, mas logo a raiva tomou conta de mim.
- Não grite comigo, a culpa não foi minha! Seu... seu mal agradecido! - retruquei e ele ficou mais fulo ainda e ao mesmo tempo surpreso.
- Ah, quer dizer que você me derruba, me faz de amortecedor de queda e a culpa agora é minha? - perguntou, indignado. - Me desculpe então, da próxima vez eu agradeço. - disse sarcasticamente.
- Eu pedi desculpas! Você quem não quis ouvir e ainda veio me gritar! Seu... idiota! - falei, ou melhor, gritei.
- Ah, quer saber? Não vou ficar aqui perdendo meu tempo com uma pirralha de meio metro e ainda por cima mimada. - disse calmamente e me deu as costas.
Ah, ele não fez isso. Ele não mexeu no meu calo... meio metro!? Eu vou mostrar pra ele a meio metro!
Como a pessoa madura que sou, eu peguei a primeira coisa que vi no chão, uma pedra relativamente grande, e acertei a sua cabeça.
Ele se virou em minha direção lentamente igual a menina do exorcista. Sua experessão dizia claramente "Eu vou te matar!". Como não sou besta nem nada do tipo, peguei na guia do Axl e saí correndo.
Cheguei em frente a minha casa e me joguei na cadeira que tinha na área, ofegante. Nunca corri tanto na minha vida, mas valeu a pena ver a cara de idiota daquele ruivo de farmácia.
Ri com a lembrança e entrei em casa, sendo acompanhada por Axl.
Fui até a cozinha e encontrei meu pai comendo calmamente. Ele me olhou com o cenho franzido e perguntou:
- O que aconteceu com você? - perguntou, lentamente.
- O que quer dizer com isso? Deveria ter acontecido algo comigo? - perguntei rapidamente e dei uma risadinha nervosa.
Uma pequena informação sobre minha pessoa: Eu não sei mentir. Sou ótima em guardar segredos, mas como mentirosa eu deixo muito a desejar.
- Devo me preocupar? - arqueou uma sobrancelha.
- Não. - respondi simplesmente e ele deu de ombros.
- Você começa amanhã na nova escola. - comentou.
- Ah, claro. Estou super animada. Ehhh! - fingi animação e ele riu.
- Qual é! Vai ser legal. - disse com um sorriso, tentando me motivar.
- Claro, super legal ficar no mesmo local que garotos esbanjando testosterona e patricinhas mimadas que se acham o centro do universo. - falei.
- Você não deveria sair julgando os outros assim. Nem todo mundo é igual sabia? - perguntou retoricamente.
- Não estou julgando ninguém, só relatando os fatos. - disse, e era verdade mesmo.
- Oh, me desculpe senhora "eu sou a dona da sabedoria" . - debochou.
- Ha ha muito engraçado. - ri secamente. - Vamos fazer assim, seu eu encontrar pessoas legais e diferentes dos esteriótipos que eu falei, eu adimito que você estava certo. - propus.
- Só isso? - perguntou e eu arqueei um sobrancelha. - Ah, não. Se é pra jogar, tem que ser do jeito certo.
- Tudo bem, e o que propõe? - perguntei com um sorriso presunçoso estampado no rosto.
- Se você estiver errada irá fazer o café, almoço e jantar todos os dias durante um mês, além de limpar toda a casa. - disse, sorrindo docemente.
- Hunf, e se eu estiver certa? - perguntei.
- Então pode pedir qualquer coisa. - ele disse e eu parei pra pensar no que iria pedir. De repente uma ideia me acertou em cheio e eu sorri de forma maldosa.
- Bem, se eu ganhar, você terá que fazer todas essas coisas... vestido com uma roupinha de empregada. - fiz a melhor carinha de anjo que consegui e ele me olhou boquiaberto.
- Eu criei um ser malígno. - riu. - Ok, eu aceito. Se prepare pra perder.
- Prepare sua roupa de empregada. - ri e subi pro meu quarto.
Assim que passei pela porta, me joguei na cama e fiquei encarando o teto. De repente a imagem do carinha ruivo me veio à mente, não sei porquê. Tratei de espantar esses pensamentos sem fundamento e peguei um livro pra me distrair. Espero nunca mais ver aquele ser de novo...
Passei o resto do dia lendo e à noite fui assistir minhas séries favoritas. Nem percebi que havia dormido, mas senti meu pai me carregar até o quarto, me deitar com cuidado e me cobrir. Depois disso apaguei completamente.
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Sobrevivendo à um idiota (Castiel - Amor Doce) | Em revisão.
Fiksi PenggemarAlicia González se muda para Paris com o pai, por conta do trabalho do mesmo. Embora nunca tenha sido aquele tipo de pessoa que sempre é cercada de amigos, ela não é muito fã da ideia de ter de se mudar e se acostumar a toda uma rotina e pessoas dif...