Meus gritos foram ouvidos

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O chão em que eu me encontrava era frio e duro. Meu corpo doía, minha visão estava embasada. Tentei levantar e notei que tinha terra e folhas secas para todos os lados e eu estava sem roupas completamente nua ,olhei ao redor notando o lugar que se mostrou uma floresta branca como gelo e com árvores negras como carvão e curiosamente com senhoras de roupas vermelhas como sangue dançando e cantando em torno de mim em uma língua que eu não compreendia. Minha visão foi entrando em foco e pude perceber que elas possuiam uma aparência tão velha que nem deveria ser possível pular e cantar com tanta força. Meu coração começou a bater, bater?... e quando foi que ele parou? O cântico entoado por elas aumentou ficando mais rápido e alto o ar a minha volta começou a ficar mais frio e o céu que antes estava azul se tornou escuro e sem estrelas .Eu me senti sendo retirada do chão não muito mas o suficiente para inclinar minha cabeça e observar melhor o que tinha acontecido com o meu corpo antes eu nunca tivesse olhado avia marcas de mordidas e arranhos. E cortes fundos em um dos braços já q o outro não estava onde deveria. inclinei um pouco mais horrorizada com tudo aquilo achando um absurdo eu ainda esta respirando ja que parecia que minhas costelas tinham cido arancadas junto com os meus pulmões e quando parecia que tudo não podia ficar mais mórbido percebi tentando mexer que me faltava um dos pés mas o pior de tudo eu não sentia mais dor.
Então um fogo vindo do nada passou por mim circulando todo o meu corpo, uma chama azul que não queimava. pude ouvir a cantoria sendo cessada , agora era só o barulho das chamas que me envolvia misturada ao ar seco a terra quente e a água fria vieram em minha direção uma sempre tocando a outra e como serpentes circularam meu corpo. As senhoras ao meu redor se multiplicaram ,cantando agora em uma língua que eu entendia elas estavam implorando para alguem acordar era como um coro de lagrimas elas estavam implorando para mim acordar. - a devolva, as damas de vermelho entoava nos queremos ela de volta ela ainda não terminou o que foi criada para cumprir. falhou em sua missão a caçadora nos deve demos vida a ela e ela deve nos servir. A força da terra, a agilidade da água, a gentileza do ar e a vida do fogo devolva a nos ela pertence a nos queremos ela de volta. Então uma dor agonizante passou pelos meus ossos colocando os no lugar e o fogo me queimando fez um árido ar escapar de meus lábios a água ao meu redor fez meu corpo voltar de encontro a terra fazendo as damas de branco virem ao meu encontro. Elas se aproximaram então percebi que nem todas possuíam a mesma idade estavam todas com capas vermelhas elas tinham pele clara e brancos cabelos longos trançados com penas que se não fossem pelas capas vermelhas sumiriam na neve. Todas estavam me olhando com certa admiração não por mim eu acho mas pelo trabalho bem feito de me trazerem de volta quando chegaram mais perto notei que suas órbitas estavam fazia um horror e medo tomou conta de mim comecei a gritar e berrar ergui os braços agora fortes tentando afasta las de mim impurrando as para longe mas dessa vez quando eu gritei meus gritos foram ouvidos eu desmaiei. -Acorde... acorde já é hora de partir você está forte caçadora forte o suficiente para partir. A voz áspera como se a pessoa não a usasse muito insistia para eu me levantar a mão que me sacudia apressada para me acordar . Eu abri os olhos relutante, queria acordar e descobrir que tudo que eu vi era apenas um sonho um sonho muito perturbador mas apenas um sonho. Finalmente reuni coragem suficiente para abrir meus olhos eu estava com medo da aparência que meu corpo poderia apresentar mas la estava tudo no lugar pernas e braços inteiros apesar da quantidade absurda de cicatrizes . Tentei me sentar e uma tontura me faz cair novamente. Ande logo molenga você precisa partir já nos atrasou de mais não acha. -Amatis deixe-a em paz. Dessa vez a voz era zuave mas alta. Não viu que o retorno dela dessa vez foi diferente quase a perdermos de vez quaze não conseguimos trazer lá de volta. -Elionor uma mulher baixa com feições leves. é difícil descrevelas já que todas se parecem a diferença mais visível era a altura. Ela precisa partir, eu tentei de novo e dessa vez consegui me sentei encarando as mulheres ao meu redor . Toquei meus pés no chão um de cada vez com medo de não estarem ali no chão frio daquela cabana velha, mas estavam e perfeitos nem parecia que a pouco tempo um pé estava faltando comecei a mexer os pés para ter certeza que estavam bem comecei a olhar em volta observando com curiosidade enquanto aquelas damas ao meu redor se organizavam para me ajudar e sussurrei sem perceber -não posso acreditar que todas elas vivem aqui. -Caçadora! uma mulher magra e alta amatis eu ouvi quando a outra "albina" chamou ela venha ela estendeu a mão para mim e eu percebi quando ergui os braços que eu vestia as mesmas tunicas que elas. sua mão era calejada e forte. venha..- eu disse que ela iria conseguir ela sempre foi mt forte para uma humana. me enche de orgulho ter nascido caçadora.
-O que ?! eu meio que grito minha voz saiu estranha.
-Beba isso se sentirá melhor.
ela me entregou uma casca de coco pela metade com um líquido verde espesso que tinha cheiro de capim molhado. e eu estendi a mão e peguei o "copo" e o levei imediatamente até a boca. ao tocar na língua parecia água sem gosto mas quando engoli parrecia barro com ortelã e uma ânsia de vômito tão forte que fez meu estômago doer e eu pensar quanto tempo faz que eu não como?! Então comecei a vomitar uma gosma amarela nojenta e fedida. Bom uma outra senhora falou pelo menos os órgãos internos estão intactos.
-Isso é muito ruim disse amatis que sorriu para mim.
enquanto levantava meu rosto pelo queixo com as mãos calejadas.
-caçadora se vista.
ela apontou para uma porta estreita.
-Se banhe e volte à nos o chá que lhe demos foi só o começo do processo de nascimento.
Eu a olhei torto mas concordei. fui cambaleando até a porta meu corpo ardia. abri a porta e me surpreendi era um banheiro simples mas amplo com uma banheira de madeira redonda e grande no centro com alguns espelhos nas paredes de madeira e mulheres por todos os lados, elas me seguiriam ate aqui.
-Se aproxime caçadora.
to começando a detestar ser chamada assim afinal qual é o meu nome?! a subida idéia de não lembrar nem o meu nome me deixou mais confusa. como eu podia ta aceitando tudo aquilo mesmo não achando normal?!. Fui ate elas não tento muita consciência de tudo aquilo que estava acontecendo. Encarei a mais próxima
-Qual o meu nome? porque me chamam de caçadora? porque não me deixam morrer ?
- Tudo será revelado com o tempo.
-como sabem se pegaram a pessoa certa vocês nem enxergam.
-não ouse nos insultar a voz autoritária da dama com quem eu falava parecia uma das mais novas mulheres presente no cômodo.
-me chame de Iara e tenha paciência tudo se revela com o tempo, suba ela me estendeu a mão para que eu podesse entrar na banheira. Entrei na banheira de roupão mesmo sem entender o motivo de não me deixarem tira lo, até ele começar a se dissolver na água e se transformar em sangue vivo. Todas se aproximaram ao msm tempo e começaram a esfregar a minha pele e a cantarem novamante. O que aconteceu de tão errado comigo que eu não consigo lembrar de nada?! e porque não me parece errado tomar banho de sangue?! sabe porque uma voz dentro de mim sussurou -porquê não é a primeira vez que acontece. Então uma mão agarrou meu pescoço e afundou minha cabeça entrei em panico tentando respirar meus pulmões arderam e o sangue começou a invadir meus olhos, ouvidos, boca todos os meus orifícios. Quando finalmente me largaram eu me senti mais forte e quando abri meus olhos o sangue ao meu redor tinha dada lugar a uma água cristalina.
-Saia! elas diseram. eu quis correr ate elas e afogar uma a uma mas obedeci. Elas se viraram e sairam me deixando sozinha. Me retirei daquela banheira o mais rápido possível, eu queria me afastar daquele lugar. Andei em direção a um pequeno banco próximo a porta onde avia tecido para me enxugar e roupas limpas aparentemente para vestir pois possuíam um cheiro forte de capim. me enxugando decidi me olhar no espelho andei até o mais próximo que ficava na parede oposta um espelho imenso que estava sujo de poeira o único objeto normal desde que cheguei aqui que por coincidência ia até o chão dando para observar todo o meu corpo eu o limpei o suficiente para ver meu rosto e me surpreendi com a mulher que me olhava de volta ela não tinha cor nos olhos. Aonde tinha cicatrizes agora era uma pele limpa e lisa. Fui elevando o meu olhar dos pés a cabeça, percebi uma cicatriz deitada e fina porém rosada na minha barriga passei a mão em cima dela mas não doia parecia antiga. Ela era importante porque ao contrário das outras cicatrizes ela não sumiu. Eu não consigo lembrar o tom da minha pele porem duvido muito que fosse tão palida como é agora. O que mais me assustou foram os meus... -Não!
soltei um meio grito meu cabelo tava curto tão curto e branco como o das outras damas. porque eu gritei?! eu nem lembro como era meu cabelo antes dessa confusão toda. Me virei voltando até o banquinho simples de madeira empurrei as roupas no chão e me sentei nele abracei esse corpo que não parece o meu e me permiti chorar.
Chorar pelas pessoas que não me lembro pela casa e família que não faço idéia se eu ja tive me permiti chorar ate pelos meus cabelos. Meu corpo era tão frio o lugar onde me encontro é tão frio, afinal oque tinha acontecido comigo?!.
-Você precisa sair porquê esta demorando?disse a primeira voz que ouvi quando acordei.
- Ja estou saindo eu disse baixinho entre os soluços.
-você precisa se vestir já ta na hora da sua partida.
Já não bastava acordar sem memória agora elas me largaria sozinha. me levantei e vasculhei as roupas no chão avia botas longas e morrom uma calça preta e uma blusa também preta eu as peguei e vesti e me olhei no espelho aquela cor só me deixava com a aparência mais morta, no cabelo não dava para fazer nada então abri a porta e sai.
-E agora?! perguntei me virando e me deparando com o nada. isso mesmo o nada onde elas estavam, cade a cabana e a porta para onde foi acabei de tirar a mão dela. comecei a olhar em volta achando que dessa vez eu realmente enlouqueci não avia nada ali nenhum rastro de cabana como isso era possivel?!.
O que eu deveria fazer agora olhei para o chão coberto de neve havia uma sacola, facas e um casaco próximo aos meus pés abaixei vesti o casaco já que estava tão frio afinal em que parte do mundo eu estava?! coloquei a sacola pendurada no ombro e coloquei as facas presas a lugares próprios para elas que nem percebi estarem ali antes.
-Obrigada em! eu gritei obrigada mesmo por me largarem no meio dessa floresta sem comida ai minha barriga doia.
-e agora em senhoras para onde eu vou talvez eu devesse morrer de novo pra vê se vocês revolvem aparecer para me explicarem o que fazer agora em?!
eu berrava e batia o pé forte contra a neve e continuava gritando de raiva e ódio para os céus e árvores me ouvirem pois não avia nada vivo por perto e como eu sei disso bem nem eu sei. Quem eu sou? e porque fizeram isso comigo?! se eu sou uma caçadora... o que eu caço?


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