Capítulo Um:

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Senti o sol invadir minhas cortinas brilhando no que eu imaginei ser a luz das primeiras horas da manhã, pensamento que eu confirmei ao olhar para meu relógio de cabeceira em cima da cômoda que eu mantenho ao lado da minha cama, já passava das seis e meia da manhã.

Eu não costumava acordar tão cedo assim, mas eu tinha uma entrevista de emprego marcada pra daqui duas horas, era o tempo de me arrumar e pegar um táxi até o meu destino.

Então eu me levantei e segui até meu pequeno banheiro, tomei um banho revigorante confesso que não dormi direito pensando sobre essa entrevista que faria hoje. Afinal pelas poucas pesquisas que eu tinha feito o meu chefe e CEO da empresa era um carrasco e malditamente lindo. Suspirei e espantei meus pensamentos eu tinha que me concentrar em tudo que eu havia ensaiado para essa entrevista. Deixei o banheiro mas animada e menos tensa, um banho gelado sempre me ajuda a espantar o nervosismo.

Me vesti, pelas exigências da empresa eu deveria ir com roupas formais coloquei uma saia que ia a mais ou menos quatro dedos acima do joelho, uma blusa beje social com mangas curtas e meu salto scarpin preto, fiz uma maquiagem leve marcando bem meus olhos, eles tinham uma cor esverdeada que eu particularmente amava e por isso adorava dar destaques a eles, finalizei passando um batom nude tudo bem básico mas bem bonito, peguei minha bolsa com meus documentos e alguns ítens pessoais que eu iria precisar e pronto. Terminei.

Desci lentamente as escadas para o primeiro andar da minha casa, eu morava sozinha á onze anos, exatamente o tempo que iria fazer que meu irmão Aspen morreu em um acidente de carro, ele estava dirigindo alcoolizado em alta velocidade quando viu um caminhão vindo em sua direção, tentou desviar mas acabou batendo em um poste de luz, o estrago foi horrível. Meus pais não estavam em condições de irem no IML reconhecer o corpo e como não tinha mas ninguém eu fui, ainda consigo me lembrar do calafrio que senti ao entrar naquela sala, tinha um médico legista me guiando entre todos aqueles corpos e quando nós finalmente paramos em frente a uma mesa que tinha um corpo coberto, eu congelei, queria sair correndo dali, mas a realidade é que o médico que aparentava um misto de compaixão e pena no olhar simplesmente levantou aquela grossa capa que cobria aquele corpo e eu soube naquela hora que tinha perdido meu querido irmão para a morte. Meus pais ficaram desolados, o enterro foi algo deprimente, parentes distantes lamentando e dando seus pêsames a mim e minha família, mas poucas pessoas ali sabiam a dor que nós estávamos passando. Todos sabemos que a morte é um processo natural de todo ser vivente, mas quando ela leva alguém que você ama é duro lidar com ela. Desde então venho morando sozinha, não me mudei para tão longe assim, minha casa fica a apenas uma hora da casa dos meus pais, mas mesmo assim minha mãe não evitou o drama e o choro assim que eu anunciei que tinha comprado uma casa, eu tinha um bom salário do meu outro emprego como secretária, consegui juntar o suficiente para comprar uma casa bem aconchegante. Suspirei e terminei de descer as escadas.

Caminhei até a cozinha, me servi de café e biscoitos, eu ainda tinha exatos cinqüenta e sete minutos sobrando, telefonei para o táxi assim que terminei meu café, dei meu endereço, ele estaria aqui em vinte minutos. Peguei minha bolsa que eu havia deixado repousando sobre o balcão da cozinha e fui para o lado de fora da casa, exatamente nesse momento Luke meu vizinho federal está saindo de casa fardado provavelmente indo trabalhar, ele me vê e vêem em minha direção, eu abro um sorriso amigável quando o vejo se aproximado.

- Bom dia. _ Eu digo assim que ele para perto de mim. Ele sorri.

- Bom dia Mila. _Ele me encara e franze o cenho_ - Está de saída?

- Sim, estou de saída mas o táxi ainda não chegou. _Explico.

- Posso perguntar onde está indo? Acho que já temos intimidade pra isso. Sim?

Dilema ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora