Capítulo 3

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O amor é um sentimento complexo, penso que deveria ser mais estudado. É um sentimento que nos faz ver o mundo de uma forma diferente, que nos faz desejar ver o mundo de outros ângulos, que nos faz cometer loucuras para ficar perto de quem amamos.

Afinal, o que seria de nós sem o amor? Ele nos transforma, faz nos sentirmos extasiados, nos faz esquecer quem somos e voltarmos a ser criança descobrindo o mundo novamente. Por esse motivo tranquei o meu coração a sete chaves, pensando que um dia, quem sabe, eu poderia encontrar alguém que merecesse o amor que eu guardei durante todo esse tempo.

E eu encontrei, da forma mais improvável, estranha e louca que alguém pode descobrir o amor.

Aos 17 anos de idade, a falta de recursos me forçou a sair da cidade em que morava e desfrutar da ilustre companhia do meu pai, minha madrasta e minhas irmãs. Não foi algo bom, nunca será algo bom, pois, NUNCA tive um contato certo com o meu pai. Fui recebida com todo o acolhimento e carinho do mundo.

Minha mãe foi me deixar em sua casa, foi recebida muito bem também. Mas como uma boa cobra nunca deve deixar de ser traiçoeira, assim que minha mãe saiu de casa e me deixou, já começaram os comentários a seu respeito. Naquela noite deitei e chorei. Ficar longe da minha mãe era a última coisa que queria. Eu sempre tive o péssimo defeito de sentir demais, de me colocar no lugar das pessoas e sentir a sua dor. Mas naquele momento só importava a minha dor, a distância que me separava da pessoa que eu mais amava nessa terra. O que eu podia fazer? Implorar pra ela ficar ou me levar de volta não funcionaria.

Resolvi tocar a minha vida, como se nada eu estivesse sentindo, mas ninguém sabia que aquele era o último lugar na terra onde eu gostaria de estar.

Sabe o que é ver as pessoas sorrindo pra você, te dando abraços, te tratando com o maior carinho do mundo, mas você olhar nos olhos e perceber que é algo forçado. Não eles não sentiam o que diziam, e não diziam o que sentiam. Eu estava na casa do meu pai pela primeira vez em minha vida, e pela primeira vez eu me senti incomodada, incompreensivelmente com vontade de mudar a minha rotina e encontrar a felicidade, de me sentir amada, mesmo que por alguns minutos por dia.

Aprendi que o amor não é algo que pode ser cobrado, é algo que deve ser merecido, se eu não merecia o amor do meu pai, ele não merecia o meu também. Foi ai que encontrei alguém que de forma simples quis merecer o meu amor e quis me dar o seu amor.

Como eu disse no início, tudo começou com um olhar.

Ele me viu primeiro, disse que chamei a sua atenção, pensou: tenho que pegar essa menina, tenho que colocar o nome dela na minha lista. E de uma forma estranha e interessante, o meu nome foi pra sua lista.

A primeira vez que me viu estava passando e bicicleta em frente a sua casa, mas eu não o vi, não estava nem um pouco interessada em saber quem me observava ou deixava de fazer isso. Estava com a minha irmã mais nova (14 anos, mas com muito mais experiência que eu, já teve coleções de namorados e não é mais uma menina inocente), ela viu que ele me observava, ele lhe perguntou com um gesto quem eu era, ela lhe respondeu apenas mexendo os lábios que eu era sua irmã (fatos contados por ele). No outro dia minha irmã me mostrou uma foto sua, ele era bonito, muito bonito, fiquei encantada pelo seu olhar. Um olhar forte, ele sabia como mostrar a sua presença, sempre admirei pessoas que soubessem demonstrar o que pensavam somente com um olhar.

Começamos a conversar pelo facebook, eu fiquei interessada, e pela primeira vez tomei a atitude. O que pensando bem, agora me parece estranho, pois sempre esperei que tomassem a atitude. Pois bem, continuando, com alguns dias passamos a conversar por mensagens, era bom, tínhamos bastante assunto, era como se fôssemos amigos a tempos.

Até que um dia ele apareceu do nada em frente à minha casa, quando o vi meu coração disparou, tive vontade de saber como seria sentir o seu toque e também toca-lo, sentir o seu beijo, mas afastei logo esses pensamentos; chamou a mim e a minha irmã para irmos a um banho de piscina organizado pela igreja, eu sabia exatamente o que ele queria, mas sempre gostei de deixar uma certa esperança, disse que iria ver se poderíamos ir. Ele sorriu e foi embora. É claro que não pude ir, no final de semana que seria o encontro fui como meu pai ao rodeio em que ele estaria narrando, mas a minha cabeça não estava ali, não era ali que eu gostaria de estar, gostaria de estar naquele momento em qualquer lugar onde estivéssemos só eu e ****.

No outro dia ele me mandou uma mensagem:

Nossa nem me deu uma resposta ou alguma desculpa. Fiquei esperando e você nada.

Isso me fez sorrir, afinal de contas, eu lhe devia alguma satisfação? Senti vontade de responder isso, mas respondi:

Ei desculpe, mas é que fui ao rodeio com o meu pai. Me esqueci de dizer que não poderia ir.

Demorou alguns minutos e ele me respondeu:

É eu vi vocês entrando no carro.

Fiquei pensando por alguns segundos, eu gostariade vê-lo quando eu estava saindo. Gostaria de estar conversando com ele, aoinvés de ter saído. Nesse momento fui correndo ao banheiro lavar o rosto,quando me olhei no espelho me espantei com o pensamento que me veio à cabeça,não eu não poderia de forma alguma estar gostando ele, eu tranquei o meucoração a sete chaves, ele não tinha o direito de chegar e destrancá-lo com umsimples olhar.stóriLOr� M�

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⏰ Last updated: Feb 19, 2016 ⏰

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