Capítulo 2

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Assim que entro na sala, meu coração quase para, entro em total desespero. Estava sendo sufocada com um Mata Leão. Começo a debater me, sem muito sucesso. E quando acho que estou preste a perde a consciência, sou inesperadamente solta acabando por cair de joelhos no chão.

-Me desculpe! Eu não... me desculpe! Achei que fosse...
Você está bem?-o presidiário se aproxima de mim enquanto tenta se desculpar.

Penso rapidamente, no que Carter havia dito e concluo que devo agir normal ou não confronta-lo.

-Es...tou...-respondo com dificuldade por causa do Mata Leão.

-Eu não queria, jamais machuca-lá!

-Ta tu..do bem...

-Deixe me ajudá-la.-ele estende sua mão em minha direção pra me ajudar a levantar. Aceito sem pestanejar.

-Obrigado. -agradeço já de pé.

Me pergunto: como vou sair daqui agora? O que vou fazer para sair sem confrontar ele? Preciso de um bom motivo, um pretexto.

-Acho que isso é seu!? -me mostra o par do meu brinco que estava procurando.

-Sim, é meu. -pego o brinco da mão dele.

E agora? Parece até ironia, estar com medo de um suposto serial killer, quando passei essas ultimas semanas da minha vida, desafiando a mim mesma, ou melhor, fazendo as coisas sem pensar, cometendo loucuras, talvez...

Então foi quando lembrei de uma "amiga " que conheci na semana passada, claro.. acho que encontrei a desculpa perfeita...

-Valeu pelo brinco! Nossa esqueci totalmente marquei um compromisso...-ele me interrompe.

-Por favor fique mais um pouco!

-Eu estou atrasada.-digo, como desculpa.

-Deixe-me mudar a ideia de que tem sobre mim? Deixe-me contar minha história?-ele me pede.

Eu não queria. Não podia. Mas não tinha outra saída. Ta legal eu vou ceder, vai que ele se irrita, e sei lá..vou ceder.

-Esta bem.-aceito e me sento na cadeira em que Carter estava.

Ele também se senta, a minha frente.

O encaro mantendo a calma. Ele parece pensativo e então inesperadamente começa a falar.

-Me chamo Tom West. -o olho prestes a dizer um nome qualquer, fingindo ser meu.

-Sei que está com medo, não precisa me dizer seu nome!

Agora deu medo. Ele ler mentes? Que isso gente?

Eu não disse nada, apenas fiz sinal que continuasse.

-Ao contrário do que acham, nasci no México e não aqui. Quando tinha seis anos, minha mãe se mudou comigo e meus irmãos pro Estados Unidos, ficamos morando em Novo México. Acho que ela se cansou do carrasco que ele era. Meu pai sofria de transtornos, alcoolismo e por isso ele batia em todos em casa, além de que, não me admitia deixar seus filhos chorar, nas palavras dele "Você vai chorar?! Seu fracassado..seu merdinha!" ele dizia enquanto nos batia.. Foram longos anos para mim, aqueles ao lado de meu pai... Muito provavelmente vai achar estranho meu sotaque, pois desde de que me mudei fiquei em vários lugares, é uma mistura. Anos depois meu irmão mais novo ficou desaparecido, sem dar qualquer noticia. Todos ficamos preocupados, mas ficou claro depois de duas semanas, meu irmão mais velho era o mais preocupado, descobrimos o pó branco nas coisas dele, além de uma arma. Todos estavam seguindo um caminho sem volta. Minha mãe já não saia mais de seu quarto, passava o dia todo fumando. Meu irmão mais novo não foi encontrado. Meu irmão mais velho se envolveu com gangues e droga, muitas drogas. Anos mais tarde, ela morreu de câncer pulmonar e ele de overdose. Fiquei sozinho, ou quase.

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⏰ Última atualização: Jun 19, 2018 ⏰

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