Surviving

"Intimidade"

"Foda-se" sussurrei metendo a mão na cabeça, tapando os olhos, pois penetravam-me os dolorosos raios de sol na cara. Franzi as sobrancelhas numa tentativa de parar com a irrequietante dor de cabeça. Levantei-me da cama, com dificuldade, e preocurei o meu telemóvel, finalmente encontrei-o.

"Caralho" gritei, e logo de seguida arrependi-me.

"Que foi caralho?" perguntou Lolly com uma voz de sono.

"Levanta-te caralho tamos atrasadas" disse.

Lolly levantou-se rapidamente, e só nessa altura vi que estava seminua. Procurei a minha roupa no chão e por fim encontrei-a debaixo da cama. Vesti-a e fiz as malas. Tomamos o pequeno almoço e fomos para casa, pois encontrávamo-nos na casa do Fábio e do João.

...

"Foda-se não acredito que perdemos a merda do autocarro caralho, a minha mãe vai-me foder" disse enquanto lhe telefonava.

MOTHER CALL ON:

"Já pegou o autocarro?" perguntou-me.

"Não mãe, perdi" disse-lhe com o sotaque brasileiro pois ela percebia-me melhor.

"A sua única responsabilidade era pegar a porra do autocarro e mesmo assim você não faz certo caralho" gritou-me.

Odeio quando ela faz isto. Qual é a necessidade? Não há como voltar atras. Não vale a pena gritar! Aconteceu e ponto caralho.

"Eu sei, o despertador não tocou" inventei, pois não ia dizer que dormi na casa de uns rapazes com que fumei droga e acordei seminua, sem saber o que aconteceu.

"Pega o próximo e quando pegar me liga"

"Tá" disse-lhe desligando.

MOTHER CALL OFF.

A dor de cabeça era enorme, e a merda daquela criança a gritar, e a mãe a ignora-la. Tudo se torna irritante quando se esta com dor de cabeça. Ou melhor, ressaca.

"Boa tarde, em que posso ajuda-la?" perguntou a senhora do balcão.

"Boa tarde, podia dar-me um remédio para a dor de cabeça?"

"Claro" entregou-me um brufen "São 3,99£"

Dei-lhe o dinheiro e agradeci.

...

"Sabes o que quero?" disse Lolly enquanto metia os óculos de sol.

"O que?" perguntei

"Ficar aqui, na Figueira da Foz, mais férias" afirmou.

Mesmo tendo sido fixe as férias não voltava a repita-las, pelo menos com Lolly, sei que ela é a minha melhor amiga, mas ela é muito complexa, para isso já me basta a mim.

"Nem tudo é possível"

"Que merda" disse Lolly.

Acenti com a cabeça.

...

Odeio ir para casa. Odeio.

"Está ali o carro da minha mãe" disse apontando.

"Vamos" disse Lolly.

Abri a bagageira, levantando a pesada mala que trazia, com dificuldade meti-a lá dentro com a minha mão direita pois a esquerda segurava o meu telemóvel, ou seja, a minha vida. Fechei a bagageira e Lolly já se encontrava dentro da carro. Entrei, cumprimentei a minha mãe que se encontrava com uma cara de poucos amigos. "Ai como odeio isto que ela faz" pensei.

...

"Obrigado mãe, xau Isa" disse Lolly.

Acentei com a cabeça e sorri. "Nem eu trato a minha mão por mãe, e a Lolly sim. Não percebo esta intimidade que elas têm, é como se Lolly fosse a filha que ela não tem" pensei olhando para a janela.

...

Olá amores, tudo bem? Espero que estejam a gostar da fic. Alguma coisa é so perguntar. Por favor votem, incentiva-me bastante. Xauu <3