Capitulo 03

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Sentia os lábios de Noah nos meus, a língua dele brigava e dançava com a minha dentro de nossas bocas. Sentia uma mão dele em minha nuca e a outra puxando pela cintura. Sentia os cabelos curtos dele entre meus dedos. Sentia meu corpo no dele. Sentia o tesão subindo pelo meu corpo. Sentia minha vagina ficando úmida. Sentia muitas coisas ao mesmo tempo, mas sentia principalmente o olhar de nossos amigos em cima de nós.
O ritmo foi diminuindo, para minha infelicidade, até o beijo finalizou com um último selinho. Olhei em volta, vendo finalmente os três pares de olhos nos encarando, e senti o rosto queimar de leve.

- Nossa. - Ouvi Oliver falar. Ele se virou para Valentina. - Vamos fazer igual?

Então foi a vez deles de se pegarem. Ou se engolirem. Espero não ter feito a mesma cena.
Noah se levantou e me puxou pela mão, fazendo eu me levantar também. Fomos andando até a parte de fora da casa de Valentina, um tipo de área misturado com sacada, ficava na frente do sobrado, perto das escadas. Pude ver de relance Ivan entornando um copo com vodca e energético, acho que deveríamos ter chamado mais uma amiga, mas não havia quem. "Só se fosse o Theo", sorri com esse pensamento.
Noah me escorou na parede que separava a escada da área externa, parando em minha frente e segurando minha cintura. Podia ver a malícia em seus lábios. Segurei o rosto dele com uma das mãos, dando um sorriso e o beijando. Apesar de não ter mais os olhares, o beijo foi menos desesperado, tão intenso quanto, sentia as mãos dele me apertando a cintura e puxando meu corpo para o dele, mas não era tão urgente, tão necessitado.
Às vezes as bocas se separavam, para pegar fôlego, mas continuavam se mordiscando, chupando um o lábio do outro. Noah se afastou poucos centímetros, descendo para meu pescoço. A respiração dele em minha pele causava arrepios, ao ponto de ter que contrair o pescoço de leve. Pude ouvir ele sorrir em satisfação. "Safado.", pensei. Era a segunda vez que esse pensamento passava pela minha cabeça, me despertando uma certa curiosidade.
Uma pena que tamanha curiosidade teria que ficar para outro dia, já que eu estava nos meus dias. Não que isso fosse um problema para mim, mas sei o histórico dos caras de Balneário, são todos cheios de nojinhos. É, eu o provocaria até não poder mais para depois dizer "hoje não...". Acho que não sou uma boa pessoa.
Passei os dedos em seu cabelo curto, arqueando as costas e pendendo a cabeça para trás, enquanto ele beijava meu pescoço. Deixei que um gemido baixo saísse de propósito. Acho que isso o provocou, já que as mãos em minha cintura apertaram. Ele subiu até minha orelha, mordendo o lóbulo e soltando uma respiração pesada, quase como um gemido rouco. Deus, como aquilo me arrepiou. Apertei minha mão em seu ombro, mordendo o lábio inferior para não gemer alto. Só senti sua mão puxando meu corpo contra o dele com mais força.
A língua de Noah passeou por minha orelha, lambendo por entre as cartilagens, descendo para o maxilar, o queixo e, por fim, voltando para minha boca. Aquele homem quer me deixar louca, eu posso sentir isso. Coloquei meus braços em volta do corpo dele, as mãos dentro de sua camiseta e arranhei de leve as costas.

- Ai... - Ele soltou um gemido baixo. Então lembrei que o mesmo estava todo queimado.
- Perdão! - Disse rindo da situação.
- Não, é bom. - Ele disse com um sorriso de canto, voltando a me beijar no pescoço.
- Gente, acho que vou embora... - Ouvi Ivan falando lá de dentro.

Afastei Noah de leve e entramos de volta para a cozinha, Valentina falava algo sobre chamar uma outra amiga e vinha em minha direção. Ela pegou em meu braço, me afastando de leve de Noah, que foi em direção aos amigos.

- O que houve? - Perguntei.
- Ivan quer ir embora porque está de vela. - Valentina falou.
- Quer que eu te leve, cara? - Ouvi Noah perguntar.
- Não! A gente vai chamar uma amiga! - Valentina falou mais alto, então virou-se para mim. - Que amiga a gente pode chamar pra ele?
- Não tem "outra amiga", a Caroline não fica com caras assim, você sabe, ela gosta dos fortinhos, com "cara de homem". - Disse fazendo aspas com as mãos. - Vai ser tempo perdido.
- Eu sei... Ai, a gente só tem amigo homem e a maioria é gay! - Valentina disse. Dei risada com a afirmação.

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