Prólogo

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Minha cabeça rodava. Olhei em volta, atrás do rosto de Valentina ou de Caroline, mas não as achei.

Estava no bar em frente da faculdade, estou no terceiro período de gastronomia, mas comemorávamos a iniciação do primeiro período que estava por vir. Era um open bar amigável, havia cerveja, água e um shot que conhecemos como "pequei", uma cachaça com um toque de mel. Aquilo é horrível! Mas é melhor do que o "sorinho" que trouxeram no meu trote, era um líquido transparente dentro de bolsas de soro, tinha um gosto horrível e caiu como uma bomba em meu estômago, tanto que havia começado a passar mal a partir daí. Sorri com a lembrança.

Mas isso não importa agora. O que eu mais queria no momento era achar Valentina para ela me levar para casa. Minha cabeça ainda girava, fechei os olhos por um segundo e tombei a cabeça para trás, suspirando. Soltei um "ai" quando senti um impacto em meu ombro direito.

- AMIGAAAA! - Valentina quem havia trombado em meu ombro, há poucos segundos estava para soltar um palavrão, mas agora gritava. - Onde você estava? Conheci uns gatinhos que, nossa, você precisa conhecer!
- Eu estava no banheiro, falei para você me esperar e você sumiu! - Respondi brava.
- Ai, amiga! Desculpa! Agora vem, tem um cara de calça branca lindo! - Ela disse me puxando para uma mesa.

Fomos até a mesa, de fato eles eram bonitos, o com a calça branca em especial. Mas Valentina devia estar muito bêbada, ela sempre dava mole para alguns caras, mas dessa vez estava muito perceptível. Isso era um claro sinal que deveria levar ela para longe.

- E a Caroline? - Perguntei notando a ausência da amiga.
- Foi pra casa, tava cansada da aula de hoje - Valentina me respondeu rindo. As duas eram amigas, mas tinham opiniões muito diferentes, por isso, frequentemente brigavam.
- Então, gatinhas, a gente vai lá na central, estão afim? - O único feio entre os caras disse.
- Ah, estou com sono... - Valentina disse.
- Vamos pra casa, eu também estou. - Disse para ela.
- Então vamos! - Valentina levantou da cadeira com um pulo e me puxou pelo braço. - Tchau, garotos! Até outro dia!

Nos levantamos, pegamos os capacetes e fomos conversando até a moto dela. Valentina estudava comigo, éramos amigas de sala, ela era bonita, provavelmente mais do que eu, era magra, perto de 1,75m, um rosto bonito, olhos castanhos sempre cheios de rímel, cabelos negros e lisos até a cintura. Era de fato uma garota que chamava atenção.
Eu sou diferente, tenho 1,65m, e enquanto Valentina faz mais o estilo Victoria Secrets, tenho o corpo mais robusto, "típico brasileiro", tenho os cabelos pintados de turquesa, olhos castanhos e sou descendente de japonês.

- Ah, eu queria pegar o carinha da calça branca, mas só o feio lá pediu meu número. - Valentina dizia frustrada.

Dei risada. Aí algo, que eu não sabia que mudaria minha vida, aconteceu: enquanto atravessávamos a rua, uma moto passou na nossa cola, fazendo o vento levantar de leve minha saia. Em cima da moto, estava um cara meio bêbado que disse "oi" rindo.

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