Casamento 003

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LOUIS.

A verdade seja dita: eu já estava morrendo de medo. Fazia seis semanas que eu e Harry havíamos nos conhecido em Bogotá. Seis semanas!

E agora ele queria me levar para jantar num lugar realmente especial, com uma recomendação: "Capriche na produção! "

Então – alguém poderia perguntar –, você estava com medo do quê?

Da parte que dizia respeito às seis semanas.

Eu jamais havia tido um relacionamento que durasse mais de seis semanas desde que resolvera estudar piano, ainda nos tempos da escola primária.

E as aulas não duraram mais que sete semanas.

Tudo o que é bom dura pouco. E com Harry não era apenas bom, era muito, muito bom. Então naturalmente tinha de acabar. E logo.

Era bem possível que aquela fosse a nossa última noite juntos. Então me vesti como se tivesse algo muito importante a celebrar. Ainda que corresse o risco de terminar a noite com um brinde de adeus.

Poderíamos ter ido a pé, mas Harry insistiu que tomássemos um táxi. Suspeito que a preferência de Harry por táxis de algum modo tinha a ver com a nossa primeira noite em Bogotá.

Rapidamente chegamos ao River Café. Sugeri que bebêssemos tequila em homenagem aos velhos tempos, mas Harry pediu uma garrafa de champanhe.

- Mais adequado às comemorações – Ele disse.

Sorri, piscando as pálpebras para limpar os olhos subitamente marejados.

Bebemos o nosso champanhe, apreciamos a paisagem do rio, mas sobretudo ficamos olhando um para o outro. Havíamos pedido algo para comer, mas os pratos ficaram ali, intocados. Eu estava com fome, mas apenas dele.

Acho que havia música; acho que algumas pessoas dançavam.

No entanto, assim como acontecera em Bogotá, não notávamos nada ao nosso redor, como se estivéssemos no olho de um furacão e o resto do mundo rodopiasse à nossa volta.

Desejei ardentemente encontrar uma maneira de fazer aquela noite durar para sempre. Talvez pudéssemos enlaçar a lua, montar em cima dela e viajar através das estrelas pelo resto da eternidade – e assim o sonho jamais acabaria.

Geralmente não dava asas a esse tipo de pensamento. Mas esse era o efeito que Harry produzia em mim.

E então ele levou a mão ao paletó. De início achei que procurasse uma caneta. Ou talvez um cigarro.

Mas em vez disso tirou do bolso uma caixinha azul-turquesa, cor tradicionalmente associada à joalheria Tiffany's.

Eu não entendia o que estava se passando.

Harry não disse nada. Apenas abriu a caixinha e o mundo cintilou ao meu redor quando ele colocou uma aliança na minha mão esquerda.

Harry havia me dado as estrelas – e uma noite que duraria para sempre.

HARRY.

- Chega! – Exclamou Liam, meu melhor amigo e colega de trabalho.

No dia seguinte eu estava malhando com um treinador na academia de pugilismo que frequentava regularmente. Eu vinha contando a Liam sobre Louis, e ele não parecia satisfeito com o que ouvia.

- Você está o quê?

- Apaixonado – Eu disse. Liam olhou para mim como se eu tivesse levado pancadas demais na cabeça.

Sr. & Sr. StylesWhere stories live. Discover now