A Vitória e a Dor: A Jornada Solitária Começa

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Era um dia quente lá fora, se notava os pequenos raios de sol atravessar a janela do meu quarto um dia qualquer como outro, Logo escuto um reboliço no andar de baixo, parecia que um furacão estava passando. Acordo atordoada com os barulhos e me decido levantar para ver o que era.

Ao abrir a porta do quarto vejo o meu cachorro Aron passar por mim em disparada com algo sobre a boca parecia um pedaço de papel, bem debaixo daquela baba toda, foi muito difícil eu conseguir me aproximar dele, mas com muita cautela consegui, parecia conter naquele pedaço de papel um selo de algum lugar conhecido.

Quando consegui pegar o papel entrei em choque, meu Deus! Era da faculdade, naquele instante meu coração disparou.Decide esperar o John meu irmão mais velho chegar pois a carta da universidade dele também estava junto. Quase não consegui esperá-lo, ele estava demorando demais,mas dentre a grande espera que demorou umas 3 horas ele chegou.

—Ei! John olha o que o correio trouxe hoje de manhã. Disse levantando as mãos e mostrando os envelopes.

—Katty,não me diga? Meu Deus!

— Anda, Vamos abrir! Mas... Abra a sua primeira, é, mas possível que você passe! Você sempre foi mais estudioso do que eu, com certeza você passou.

—Nada disso, iremos abrir os dois juntos!

Sim o que era temido aconteceu, Estou aprovada! Londres, faculdade, garotos era tantas coisas que eu pensava ao mesmo tempo, mas isso foi apenas por um bom segundo ao olhar para John estava quieto em um canto, meus pensamentos bons se foram.

—John? O que aconteceu, querido?

—Eu sabia! Eu nunca conseguiria!

—John, deve ter havido algum erro, alguém deve ter se confundido e errado na hora de mandar para você.

—Não há erros nessas coisas Katty! Mas tudo bem, e quanto a você que bom que conseguiu realizar o seu sonho, estou orgulhoso de você papai e mamãe ficariam também sei o quanto eles fazem falta para você.

—Obrigada John, Mas não posso ir, não tenho dinheiro suficiente, você sabe que eu trabalhei duro esses anos todos, mas mesmo assim, Londres é outra vida eu não conseguiria.

—Ei, venha aqui pegue isso, as minhas economias são suas agora.

—John eu não posso!

— Pare de reclamar, sua teimosa e vai fazer as malas. Você vai e não adianta reclamar!

Não acredito, agora eu irei realmente para Londres, meus pensamentos estão a mil eu não conheço ninguém de lá, quando o assunto já é faculdade e morar sozinha já assusta imagina ir parar do outro lado do mundo para fazer isso tudo sozinha. Se pelo menos meus pais tivessem aqui às vezes essa insegurança seria menor, talvez eles me levassem lá ou até mesmo ficassem pelo menos o primeiro bimestre comigo até eu me acostumar, pelo menos sei me virar sozinha.

Sabe como é morar em uma casa com um irmão e uma tia que trabalha fora o dia todo você acaba tendo que fazer de tudo em casa, enfim malas prontas! Já é hora de dormir amanhã acordarei cedo 06h00min horas meu voo é às 08h30min irei chegar a Londres somente na manhã do outro dia.

—Acorda preguiçosa! Disse John sorridente.

Mas já são 6 horas? Parece que eu nem dormi, somente apaguei estava muito eufórica com a viagem, Acordei tomei um banho e vesti uma blusa e o meu velho jeans, arrumei o meu cabelo de lado e pus um laço de fita vermelho por cima, Sei eu não faço o estilo mocinha comportada, sou, mas para a moça rebelde e descolada, o que seria uma complicação ou não para a faculdade, pois irei cursar moda, mas não sou esse tipo de garota magrela e sonha em fazer esses vestidos de grife baseado nas purpurinas e que fica só no seu mundinho "cor de rosa".

Quando eu fiz 13 anos de idade o meu pai me deu um caderno de desenho, foi ai que desenvolvi o meu talento pela moda, adorava desenhar roupas. Apesar de que naquela época eu era realmente uma menina que vivia no mundo "cor de rosa" e amava desenhar vestidos e sempre dizia que algum dos famosos ainda iria vesti-los. Mas toda criança cresce e por mais que eu mudei ainda gosto de desenhar vestidos, mas com certo potencial diferente, adoro o tema casamento!

Fico pensando um dos momentos mais felizes de uma pessoa é quando ela ama alguém e resolve mostrar esse amor para todos em uma união, este é o casamento dentre outras comemorações esta é a minha favorita! Até confesso que rola uma ou outras lágrimas na hora do sim, mas como toda pessoa confinada a achar que meu príncipe encantado veio montado em uma tartaruga e que ainda por cima virou de pernas pro ar no caminho, creio que esse momento nunca irá chegar para mim.

Chegamos ao aeroporto minha tia como sempre, não pode vir despedi dela em casa mesmo ela teve que voltar correndo para hospital onde trabalha de enfermeira há quase sete anos, abracei John que me fez rir ao falar que era para eu ter juízo e não sair com nenhum babaca porque se ele soubesse iria pegar o próximo voo e iria matá-lo, virei e entrei no corredor para desembarcar já estava com aquela vontade de virar e voltar para trás quando a aeromoça me fez entrar no avião e me acomodar em uma das poltronas, nunca andei de avião antes comecei a pensar que deveria me acalmar quando ela me disse que já iríamos voar.

Foi um voo tranquilo, 24 horas praticamente sentada olhando para o nada pela janela, Que me fez pensar da última vez que conversei com minha mãe ela sempre foi sorridente, me contando suas histórias, suas viagens ela já esteve em Londres, bom e foi lá que ela conheceu meu pai. E foi por isso que eu resolvi vir parar nesta cidade, sempre tem uma história ou um porque por trás da onde que a gente resolve ir e a minha história é conhecer o lugar que foi o paraíso descoberto pelos meus pais onde tudo começou, talvez é por que eu me sinta perto deles aqui.

—Bem vinda senhorita Katty estava te esperando, me siga! Disse um rapaz simpático vestido todo de preto a me ver descer do avião.

Está bem, mas quem é você?

—Sou Athila, a Dona Isabelle está a sua espera ela me pediu para te buscar.
Isabelle Del Valle era a responsável pela minha turma, como soube que era novata e que vinha de uma cidade pequena e muito distante ficou com medo de me perder naquela gigantesca cidade, era realmente tudo lindo e grande nada comparado com minha cidade natal, chegamos na universidade e Athila se despediu e me deixou bem na porta do dormitório, fiquei encarando a porta durante um bom tempo pensando se deveria entrar.




A Procura de um AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora