Cap. Um

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Califórnia, um ano depois...

Damian

       Eu não deveria estar aqui. Definitivamente, não deveria...

É tão evidente que essa foi uma péssima decisão, que meus pés se recusam a seguir a jovem mulher até a entrada da casa logo à frente.

A sua embriaguez é quase deprimente, mas foi o que me fez acompanhá-la até aqui e me certificar que ela chegaria em casa com segurança. Por esse motivo, é evidente também, que eu deveria ir embora agora. Ela está em segurança, embora não tenha tido nenhuma facilidade para descer do táxi que a trouxa até aqui, tampouco parece conseguir colocar a chave na fechadura da porta e abri-la.

— Você não vem, Damian? — ela me pergunta, desistindo de abrir a porta e se sentando no chão com as chaves na mão. É surpreendente que ela ainda se recorde do meu nome.

Eu a olho por alguns segundos e pondero, então respiro, quando enfim decido ir até ela. É novamente uma péssima decisão. Mas digo a mim mesmo, que tudo o que farei será ajudá-la a entrar em casa. Desço da minha moto, empurrando a até um ponto mais seguro, longe da calçada e próximo à sua garagem. Deixo meu capacete preso ao guidão e caminho até ela.

— Me dê as chaves, — peço, estendendo uma das mãos para ela — vou abrir a porta para você.

— Você irá entrar também? — ela pergunta rindo e me estendendo as chaves, mas as derrubando em seguida.

— Não. — respondo ao me abaixar para pegá-las aos seus pés.

— Ah, e por quê?

— Porque você está bêbada. — digo simplesmente, abrindo a porta com facilidade e fazendo um gesto para ela passar.

— Eu não estou... — ela soluça, rindo um pouco mais e tentando ficar em pé sozinha.

— Você está e muito. — eu a contradigo, estendo a mão para que ela se ampare e levante — Vamos entrar logo, está tarde.

Ela não para de rir, então o simples até de ficar em pé demanda um tempo considerável. Eu não sou um amante de bebidas alcoólicas, mesmo assim, quando bebo não me permito perder o controle. Olhando para ela agora, eu entendo perfeitamente o porquê disso. É realmente desgastante e desagradável estar na presença de alguém que nem consegue manter-se em seus próprios pés.

— Onde fica o seu quarto? — eu a questiono, quando depois de alguns minutos, finalmente conseguimos entrar em sua casa.

— No final do corredor, à direita. — ela diz ao mesmo tempo em aponta para a esquerda. Bebidas realmente prejudicam o senso de direção de alguém.

Estamos em sua pequena sala, a porta da cozinha às nossas costas e o estreito corredor à nossa frente. Sei, pelo muito que conversamos, deveria dizer que eu apenas ouvi, antes que ela ficasse bêbada, que a sua colega de quarto ocupa um, dos dois cômodos restantes da casa. São quase duas da manhã e eu não quero abrir a porta errada, assustando a pobre garota que provavelmente está dormindo nesse instante. Sendo assim, decido acreditar em suas palavras, embora elas não sejam nem um pouco confiáveis agora.

Apenas Diga Que Me Ama/ Capítulos para degustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora