Acordei assustado me lembrando do que havia acontecido, olhei para os lados e não vi ninguém, peguei meu celular ao lado da cama no criado mudo e olhei as horas, 20:00 da noite, dormi bastante, mas cadê o Bruno? E a melhor pergunta é, como está Anderson? Comecei a sentir uma leve tontura e me deitei novamente, fiquei ali por algum tempo, uns cinco, dez ou quinze minutos, não sei ao certo.
- Oi.
Bruno diz ao entrar no quarto.
Não respondo nada, só dou um aceno de cabeça o cumprimentando.
- Chateado comigo ainda? Desculpa tá? Eu sei que eu errei Lê, não queria ter uma briga contigo e quando você começou a falar do jantar e só nesse tal de Anderson, minha raiva só aumentou.
Ele parecia que estava tirando uma pedra de seus ombros, mas eu não disse nada e ele continuou.
- E quando cheguei aqui para falar com você, eu te vi chorando, pensei que ele havia feito algo para você, sinto muito, de verdade.
Eu me levantei da cama e dei um abraço nele e ele retribuiu de bom grado.
- Eu amo você Bruno, você é meu melhor amigo e jamais ficaria bravo contigo, não consigo e obrigado por tudo que fez, mas Anderson não me fez nada, o culpado foi eu.
Sentei na beirada da minha cama e olhei para o chão.
- Então o que houve Leandro? Porque estavas chorando?
Bruno se senta ao meu lado.
- Porque a coisa entre nós dois ficou mais quente, podemos dizer assim e como em todos os meus relacionamentos passados eu dei para trás, você sabe disso melhor do que ninguém e o porque.
Comecei a chorar de novo, não sabia como vencer aquilo, Bruno passa seu braço envolta de meu ombro.
- Eu já estou aqui, você sabe que pode contar comigo.
- Eu sei Bruno e é por isso que contei a você e a Lara tudo o que passei e que não foi nada fácil depois daquela noite.
Não conseguia parar de chorar, mas tentei me conter.
- Não chore, está bem? Descanse mais um pouco e mais tarde lhe chamo para jantar, o que achas?
Concordei com a cabeça o que Bruno me propôs e deitei em minha cama novamente.
Eu não consegui dormir e pedi para que Bruno ficasse ali me fazendo companhia, foi como se nada tivesse acontecido, Bruno fazia palhaçada para me animar, mas não tirava Anderson da minha cabeça, mas deixei para falar com ele depois, não queria brigar com Bruno, mas precisávamos resolver aquilo, não poderia me dividir em dois e estar com os dois na mesma hora.
- Bruno, eu sei que esse é o último assunto que você queira falar agora, mas preciso saber o porque de você não gostar do Anderson, o que está havendo contigo?
Eu olho fixo para ele.
- Eu não sei, só não confio nele, tem coisas que eu não sei explicar e que acontecem, só isso.
- Como assim? Coisas que acontecem e você não sabe explicar?
Aquilo me perturbava, mas para sermos sinceros e continuarmos a nossa relação de antes, uma amizade forte e sem mentiras, precisava saber de tudo.
- É, como posso te explicar... Seria o mesmo que você se apaixonar e ter que explicar aquele sentimento, é confuso.
- Entendo, eu acho.
Nós dois sorrimos um para o outro.
- Mas Lê, eu vou tentar por você, eu prometo, Lara me disse que você ia tentar marcar algo para ela conhecer Anderson, então eu aproveito e vou junto.
Eu percebi que Bruno estava falando com sinceridade.
- Vou marcar sim e obrigado por tentar.
Logo em seguida descemos para jantar e meus pais já estavam na mesa conversando sobre o dia que meu pai teve na empresa.
- Oi.
Disse a meus pais.
- Boa noite filho.
Meu pai me cumprimenta.
- Boa noite Sr. Ricardo.
Diz Bruno para meu pai.
- Não precisa do senhor Bruno, te conheço a milênios.
Meu pai diz para Bruno na maior naturalidade e realmente Bruno já era de casa, mas pela educação sempre se referiu a meus pais como senhor e senhora.
- Desculpe, costume.
Bruno da um sorriso.
O jantar estava muito bom, Sabrina se superou num camarão a milanesa, arroz a grega, batatas fritas (que eu amo) e um bom suco de maracujá.
- Obrigado pelo jantar.
Bruno disse assim que se levantou para me acompanhar de volta ao meu quarto.
- De nada meu jovem e vê se aparece mais vezes, você e Lara estão cada vez mais ausentes dessa casa e vocês são mais que bem vindos aqui.
Minha mãe o olha com aquele jeito meigo dela.
- Apareço sim.
Ele devolve com um lindo sorriso.
Enquanto subíamos a escada para ir ao meu quarto, Bruno segura minha mão e eu o olho na hora surpreso.
- Leandro, precisamos conversar sobre tantas coisas, eu preciso desse momento com você.
- Mas você pode fazer isso a hora que você quiser, você sabe que podemos conversar sobre qualquer coisa e em qualquer lugar.
Eu não estava entendo muito bem o que ele queria.
- Então podemos amanhã, só eu e você, sairmos e conversarmos seriamente?
- É claro Bruno, pode marcar que eu irei.
Disse para ele.
Ele só concordou com a cabeça e disse que precisava ir para casa, mas que se eu precisasse era só ligar. Me despedi dele e o acompanhei até a porta. Assim que Bruno saiu, fui para meu quarto e mandei uma mensagem para Anderson.
Precisamos conversar, amanhã você está livre?
Apertei em enviar.
Não demorou muito e Anderson respondeu.
É claro, você está melhor? Fiquei preocupado, mas eu não liguei porque achei que você precisava de espaço, desculpe se fiz algo de errado amor, só me diz a hora e o lugar que estarei lá.
Que lindo! Me emocionei por ele ser tão incrível.
Amanhã, aqui em casa, as 14:00 horas, te espero amor, se cuide e por favor, não se preocupe, estou melhor e espero que fiquemos bem. Um beijo.
Alguns minutos se passaram e já tinha a resposta dele.
Estarei ai meu amor, se cuide, um grande beijo em você.
Sorri com aquilo e veio a imagem do seu beijo, tão bom, tão suave, doce e ao mesmo tempo, sexy e caloroso.
Coloquei meu celular no criado mudo e fui tomar um banho, não demorei muito e deitei em minha cama, adormecendo logo em seguida.
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Destinos Entrelaçados (Romance Gay)
RomanceLeandro é um jovem de dezenove anos que cursa a faculdade de engenharia mecânica. Com um passado conturbado que gostaria de esquecer, ele se apóia em seus dois melhores amigos, Bruno e Lara. Sua vida muda quando conhece o lindo e charmoso Anderson...