1° Capítulo - Irmãos

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Pequenos filetes de raios de luz escapam pela grossa cortina branca, anunciando que o dia acaba de começar, e com ele eu também.
Assim que olho pro lado vejo meu despertador marcando seis da manhã em ponto. Mesmo ele despertando apenas 6&30 resolvo me levantar e me arrumar, podendo sentir que o dia vai ser longo.
Me arrumo rápido finalizando o look básico de treino com um batom marrom e cabelo semi preso.
Desço rapidamente as escadas de vidro indo direto pra cozinha que se encontrava vazia, exeto por um brilhante bilhete de Jocelyn sobre a mesa:

- Temos Reunião do conselho o dia todo, não nós esperem pro jantar. E também acorde seu irmão ele chegou tarde ontem e duvido que programou o despertador.
Beijos

Ultimamente ouve um grande aumento na atividade demoníaca em Manhattan, o que preocupa a todos, porque provavelmente tem alguém por trás disso, e cabe a Clave intervir, afinal o regente do instituto Robert lightwood é o novo inquisidor, deixando Maryse sozinha tomando conta do instituto, então a Clave acha que a melhor decisão seria inserir uma família "jovem", capaz de ajudar no controle e na caça da pessoa por trás disso, e dos demônios claro.

Subo as escadas novamente em direção ao quarto de Jonnathan, pensando em como seria morar lá. Em tese nao seria tão ruim, ja morei na cidade antes de vir para Alicante, conheço Izzy e Simon, que são meus amigos faz tempo, e depois do que aconteceu com meu mais recente ex-namorado, realmente nao seria ruim ir embora.
Abro a porta do quarto de Jhonny lançando um pequeno filete de luz na escuridão de seu quarto, decorado em tons de azul real e prata.
-Mamãe e Luck vão ficar em reunião o dia inteiro, então eu faço o jantar de hoje a noite ok?- Digo a ele enquanto arrumo seu despertador para as 7&30.
Ele murmura um breve uhum delícia enquanto me puxa pra cima dele, protesto, mas logo paro e retrubuo seu abraço.

-Obrigado por me ajudar com a Camilla- Sorrio afinal foi definitivamente um prazer acabar com esse rolo dos dois.

Há mais ou menos um mês atrás, por conta de comentários a parte, soube que estava acontecendo algo entre meu irmão e Camilla, o que ate entao estava ok, afinal caçadores de sombras se apaixonam apenas uma única vez, amando apenas uma pessoa, então teoricamente não precisaria me preocupar com o recente envolvimento de ambos, mas infelizmente não ficamos totalmente privados da confusão causada pelo tesão ou pela simples vontade de encontrar a pessoa amada - Em muitos momentos me pergunto se essa não seria a consequência deixada pelo resquício de sangue mortal que ainda corre em nossas veias, um traço de necessidade, um traço que muitas vezes quebra nossa autosuficiência, faz com que sentimos essa vontade de achar "A" pessoa logo, nos faz aceitar "menos" porque sentimos a necessidade de preencher esse vazio, nos faz ter esse vazio - Fato que me empulsionou a intervir; jhonny era um homem inteligênte, mas ainda era um homem, e por mais que nao goste de admitir Camilla de fato é muito esperta, acaba sempre se metendo em situações da qual pode e pretende tirar algum proveito. Não acho que Jhonnatan se deixaria levar tao fácil, mas ela definitivamente tentou manipula-lo ao caminho que ela queria, pois por ser quase um homem adulto que ja obtinha contato da clave mesmo com tal idade, era de fato tentador para uma boa oportunista ganhar o título de namorada, afinal tal ganho ja fazia dele um homem importante. Mas como disse, meu irmão não é burro, apenas coube a mim esclarecer a ele que definitivamente não só acharia como mereceria alguém melhor.

-Tô aqui pra isso- Digo saindo de seu abraço e logo de seu quarto.

Caminho em direção ao instituto que fica a 4 quadras de distância da minha casa, quando chego sou recebida com a imagem da imensa construção de pedra projetada majestosamente pelo brilho dourado do sol desse inicío de manhã. Assim que entro enormes portas duplas pesadas, vou direto a sala de armas, havia deixado minha katana por la na noite anterior, mas assim que chego ao corredor e me deparo com a porta fechada com alguns poucos susurros escapando pelas grossas portas de carvalho escuro.
Imediatamente penso o motivo da porta fechada visto que nao é permitido. Mas antes q possa fazer qualquer coisa identifico sem muita dificuldade um dos autores dos susurros.

-Não precisa se preocupar com isso, sabe que é melhor que ele- Diz a voz límpida e feminina de Camilla, a qual eu decididamente não sentia falta

-Tudo bem, mas e se a Clary mudar de ideia?- Claramente era a voz do meu ex, ótimo. -Não acho que isso seja uma boa ideia.-

Olho pela porta entre aberta e vejo Nathan com as mãos apoiadas na bancada e minha querida amiga muito próxima a ele, com uma mao apoiada em seu peito e a outra na cintura, claramente ela o tentava convencer de algo, sem muito sucesso. Mas antes que qualquer outra coisa pudesse ser dita, e considerando que haviam tocado em meu nome, abro a porta da sala com olhar altivo e esnobe, não era momento pra demonstrar fraqueza, e qualquer olhar sutil poderia sugerir submissão, e eu definitivamente não seria a submissa.

-Se a mudança de ideia que falou é sobre nosso antigo relacionamento- Digo cada uma das palavras sem nenhum sentimento, demonstrando ao máximo desinteresse -Não tem com o que se preocupar ou se iludir; acabou Nathan, acabou faz muito tempo- E aproveitando a surpresa palpável na cara de ambos saio da sala com minha katana em mãos satisfeita pela firmeza que transpacei, somente um burro contestaria minha palavras, e sabia disso.

Nunca amei Nathan, mas também nunca fui indiferente, gostava dele, gostava muito, nao chegava a amar, mas tudo com ele era bom, os momentos, as risadas, o sexo, tão bom que quando ele me pediu em namoro eu aceitei, mesmo nao o amando, até pensei que com o tempo acabaria o amando, mas ai ele me traiu, bom quase, mas independente do que ele fez, doeu em mim como um chifre, jamais aceitaria qualquer tipo de traição, então terminei na hora, mas ainda sim nao sei como reagir diante disso.

Ao invés de estar chateada pelo óbvio envolvimento de ambos, dado pelo toque claramente íntimo, me vi intrigada com o contexto que perdi da conversa, tinha mais coisa no meio, mas o que exatamente? Sem saber muito como prosseguir decido pelo mais óbvio sacando o celular do bolso e discando o numero se johnny.

"Quer saber? Vem pra casa, não precisa passar por essa ceninha. Vem e descansa um pouco, não é como se não tivesse nada pra fazer, ainda precisa decidir sobre Manhattan."

No final ele tem razão, nao preciso passar por isso, e preciso mesmo pensar sobre Manhattan e dar um tempo depois do término do meu relacionamento, então simplesmente dou a volta e sigo em direção ao elevador, dando de cara com Johnny chegando, assim que o vejo me jogo em seus braços sendo acolhida por seu enorme porte.

-Relaxa, tem gente que simplesmente nao sabe dar valor pras coisas que tem, mesmo depois que perde- Diz me reconfortando.

Apenas assinto me deixando levar por suas palavras.

Clace love and sexOnde histórias criam vida. Descubra agora