Ponto de Vista do Narrador:
O homem dos olhos azuis observava seu pequeno paraíso pessoal deitado ao seu lado na cama. Suas mãos enrugadinhas estavam entrelaçadas, com suas alianças se tocando em seus dedos, e o de cachos ressonava pesadamente, como todos os dias.
O moreno das rugas em baixo dos olhos, indicando uma vida cheia de sorrisos, não parava de pensar no passado. Em como sua vida havia sido boa, ele realizou tudo que gostaria, agora só pensava em passar esse restinho de felicidade ao lado do homem mais especial do mundo para si.
Vamos relembrar um pouco da história de nossa pequena Estrela apagada de olhos azuis, e o grande Raio de sol com o qual lhe devolveu o brilho...
Capitulo Um:
Louis se encarava demoradamente pelo espelho do banheiro. Sua análise semanal começa agora. Comecemos pelo rosto, suas olheiras pela falta de sono na noite passada eram evidentes, apesar disso, seu rosto corado e gordinho esbanjava saúde. Chegou mais perto e começou a encarar atenciosamente suas miseráveis sardas nas bochechas e nariz (N/A: Podemos fingir que Louis é cheio de sardas, sim? Ok. (até coloquei um edit dele com sardas na mídia!). Ele havia acabado de fazer a barba, então seu rosto estava liso como o de um bebê.
Foi para o corpo, vendo o quão gordinho estava na região da barriga. Não ligou, não tinha ninguém com quem compartilhar sua barriga mesmo. Por fim colocou uma roupa confortável e larguinha (uma camiseta azul comum, e uma calça cáqui que ficava solta em seu corpo), ajeitou o cabelo e desceu as escadas.
Encontrou sua mãe cozinhando o café com pressa na cozinha. Entrando na mesma, se sentou com calma e tirou uma caneta do seu bolso. Começou a anotar suas palavras rotineiras na mão: Na palma da mão direita escreveu um 'Sim', e na esquerda um 'Não'. E continuou: Na costa da mão esquerda anotou um 'Olá', e na da direita um 'Tchau'. Aquilo era um abito usual para se comunicar com as pessoas.
Não, Louis não quis aprender a línguagem de sinais usada para mudos, pois no seu ponto de vista ele não precisava, já que não era realmente 'mudo'. Ele preferia usar um bloquinho e uma caneta quando precisava responder com frases grandes, mas geralmente respondia curtamente.
— Louis, quer suco? — Sua mãe se pronuncia.
Ele levanta a mão direita. Sim.
Ela o entrega o copo de suco e começa a passar as instruções para o seu lindo dia: "Quero que vá até uma floricultura para mim, preciso das flores que encomendei, pegue a picape e vá!"
E ela lhe passa um papelzinho com a localização.
Se é o que querem saber, sim, Louis tem uma carteira! De algum modo, conseguiram pagar um professor de automobilística para lhe dar aulas particulares. Apesar de não dirigir tão bem assim, conseguiu a tão desejada habilitação.
E o mais novo apenas acena a cabeça e sorri de leve. Sua mãe, Katlyn Tomlinson, vai fazer um grande evento amanhã a noite, ela faz caridade (Apesar de não ser nem um pouco caridosa) e promoveu um evento enorme cheio de pessoas importantes. E acredite, estava deixando Louis mais louco do que ela mesma para preparar as coisas.
Louis pretendia apenas vestir seu melhor terninho e descer por no máximo dez minutos para o evento, comprimentaria pessoas importantes e seus parentes, depois subiria o mais rápido possível e se trancaria no quarto.
Quando sua mãe saiu e ele terminou de comer, pegou seu rotineiro bloquinho e sua caneta que parecia nunca acabar a tinta. Saiu de casa balançando as chaves da picape velha e verde que ele tanto amava em suas mãos.
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The Quiet. (L.S)
FanfictionMutismo seletivo se resume em um transtorno psicológico caracterizado pela recusa em falar em determinadas situações, mas em que o indivíduo consegue falar em outras. Ou: Louis simplesmente não fala uma palavra desde os seus quatro anos devido ao se...