A (Love) Story Like Our

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Quando Michael estava no sétimo ano, lá pelos seus 12 ou 13 anos de idade, lembrava-se de como levantar cedo se tornava menos pesaroso nas quartas-feiras. Era o dia da sua matéria preferida-previsivelmente, Artes. Numa das poucas aulas dessa época de que ele ainda se recordava, lembrava-se de quando a professora apresentou o abstratismo á classe, e como não podia deixar de ser, obviamente ela citara o pai desse estilo: o grande Salvador Dali.

Com suas maçãs-borboletas e relógios derretidos, suas obras causaram espanto, assim como deslumbre e também curiosidade naquelas jovens cabecinhas.

Com Michael não foi diferente, se lembra até mesmo de ter sonhado se tornar o novo Salvador Dali por algumas semanas, mas logo isso passou.
Bom, naquela época jamais poderia imaginar que um bocado de anos depois, já beirando os 20, ele desejaria aquilo novamente. Talvez você se pergunte porquê, imagine que Michael talvez tenha desistido da carreira de tatuador pra virar um artista plástico ou algo assim, mas na verdade, seu desejo era bem mais simples-e cômico!-que isso: Michael só queria ter o poder de fazer relógios derreterem.

Clifford realmente não lembrava de uma única vez em que os ponteiros tenham andado tão devagar quanto pareciam naquela manhã. 10 minutos, 15 minutos, meia-hora, e assim aos poucos aa unhas curtas do ruivo iam sendo consumidas e seus cabelos se tornando mais ameaçados. Ele não sabia por que estava tão nervoso e impaciente, podia culpar o pessimismo hereditário de sua mãe, que era mais como preocupação desnecessária por avaliar todas as variáveis da mesma situação, ou sua velha mania de se adiantar em questão de horas para compromissos que dependiam de organização prévia(um grande reflexo da característica anterior, pois era fruto do pensamento constante de que algo será mais trabalhoso do que de fato terminará sendo), mas preferia negar tudo isso e culpar o relógio. Um pobre relógio que não tinha nenhuma culpa pelas reações que um certo loirinho causava em um certo tatuador.

Suas mãos suavam.

E suavam.

E suavam.

E suas pálpebras quase se fecharam por alguns instantes, mas logo abriram em um estalo com as três batidas firmes no vidro.

Michael arregalou os olhos, já se levantando para ir até a porta enquanto secava as mãos úmidas no jeans, mas conforme caminhava até a porta, um ponto de interrogação se pintou em seu rosto.

Porque não era Luke ali.

Engoliu em seco, vendo a figura morena e relativamente baixa(ao menos em comparação de quem o ruivo esperava ver)sorrir enquanto Clifford lhe dava passagem.

-Nossa, tá frio pra caramba lá fora.-comentou Zayn, esfregando os antebraços cobertos por uma jaqueta que não grossa o suficiente enquanto Michael ao mesmo tempo que raios Zayn estava fazendo ali também ponderava se o tatuado estaria se perguntando o mesmo sobre si.-Bom dia, Michael.

-B-bom dia, Zayn...-respondeu, tentando não encarar o outro nos olhos, o que resultou em algumas risadas internas de sua parte por notar como Zayn estava vestido em plenas 7:40 da manhã. -Olha, se eu não ouvisse as maravilhas que meu pai fala sobre você, podia jurar que estava voltando de uma balada. Olha pra essa roupa, quem se veste de modelo com um frio desses em pleno domingo? Isso que é se sacrificar pelo visual.-Michael riu Zayn revirou os olhos.

-Na verdade, eu saí pra comprar pão, mas aí passei por aqui e percebi que o estúdio estava aberto. Inclusive era isso que eu ia te perguntar-não pergunte, não pergunte, não pergunte-, o que você está fazendo aqui no seu dia de folga?

Merda.

-Ah, eu...eu só vim fazer uma faxina na minha sala. Sabe...as vezes você precisa entender que é importante aspirar o carpete se você não quiser um alérgico espirrando enquanto você se fode pra não borrar o sombreado.-disse desajeitado tentando parecer convincente. Até que foi uma desculpa aceitável. Comemorou internamente.

Pretty Colored Scars{♥} MukeOnde histórias criam vida. Descubra agora