Prólogo

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"A vida é como andar de bicicleta. Para ter equilíbrio, você tem que se manter em movimento." - Albert Einstein.

Fevereiro de 2008.

Maria Clara

O brilho do pôr do Sol era tão lindo quanto ouvir a cantoria dos pássaros que voavam ao longe, ao lado de um dos letreiros mais famosos – se não o mais famoso – do mundo: Hollywood, onde eu olhava naquele instante, em meados de Fevereiro de um ano novo.
Fechei os olhos ao respirar fundo e tentar espairecer a mente, pedindo aos céus, um ano cheio de novidade e muitas risadas, cheio de aprendizado e amadurecimento, ao lado de, apenas, as pessoas boas que Deus me deu.

- No que está pensando? - sussurrou Ansel em meu ouvido, com uma voz doce e tranquila, fazendo-me levantar as pálpebras devagar.

Virando a cabeça eu o fitei, abrindo um pequeno sorriso. Seus cabelos escuros estavam bagunçados por conta do vento. Seus lábios pequenos deram-me um selinho e eu sorri mais uma vez.

- Na vida.

- Estou incluído?

- Como o meu melhor amigo não estaria incluído em minha vida? – repreendi-o, fazendo Ansel rir.

- Acho bom, mocinha. – ele colocou uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha e logo tomou um gole de energético, virando a latinha na boca. – Ansiosa para o primeiro ano do ensino médio?

Antes de responder, soquei a mão dentro de minha pequena bolsa marrom de franja, achando minha câmera – mais conhecida como amor eterno da minha vida –, ligando-a em seguida, apontando para a vista maravilhosa em minha frente.

- Zero de ansiedade. - dei de ombros. - E você? Creio que sim.

- Claro que sim! Agora eu tenho 17 anos, com carro novo e sem compromisso algum com ninguém. Quero mulheres, quero festas e novos começos.

- Certinho você! - dei todo o apoio. - Só não deixe de estudar, por que boceta e mais boceta, não te paga uma faculdade, nem te faz ganhar dinheiro. Bom, a menos que você seja um gigolô barato.

Arranquei uma gargalhada dele.

- Estudando em Thompson High, você estuda ou você estuda, acha que eu não sei? Preciso de um futuro!

Olhei-o por fim, sorrindo sem mostrar os dentes. Ele fez o mesmo, apoiando o corpo no chão de costas, pelos cotovelos descobertos. Suas calças fajutas – apesar de serem atraentes – não revelavam o quanto aquele garoto era rico e inteligente.

Ansel Collins era meu melhor amigo desde que eu me entendo por gente. Seus pais ricos eram amigos antigos de meus pais, por isso nossa amizade. Ele era um dos mais falados do colégio, um dos mais desejados pelas garotas.

Desde sempre nós ficávamos. Nada sério, apenas uma amizade colorida, onde saciávamos a companhia um do outro, trocávamos carícias para acabar com a carência que sentíamos.
Ah, qual é?! Atire a primeira pedra quem nunca teve uma amizade colorida! E quem resistiria! Ainda mais com ele, o tão popular Ansel Collins!

Bom, já eu, não fico para trás com o quesito popularidade e antes que qualquer pessoa tenha um pensamento errado sobre mim, vamos lá: eu me chamo Maria Clara Miller, tão popular no colégio onde estudo, só por que tiro boas notas, sou a queridinha dos professores e filha dos Miller, que já estudaram lá anos antes.

Claro que o fato de eu não ser bolsista, ter um amor pelos livros e fotografia também contam com a popularidade.

Mesmo com os pais e com coisas materiais que tenho, sou uma adolescente comum de 16 anos. Que sai, estuda, tem amigos e que tem pais maravilhosos.

Portas Erradas, Amores Certos (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora