O Forjador de Almas - Paraíso.

Capítulo 1

O Paraíso é o lar dos anjos, criaturas celestiais surgida da luz da Criação e geralmente abençoada por um dos Altíssimos. Esta região celestial é uma grande área circular dividida em seis áreas iguais, no centro um grande castelo feito de prata com três grandes torres e um pilar luminoso que se eleva até a Criação.

A zona mais ao norte é de domínio da Justiça, que na língua celestial chama-se Baltim, um lugar onde apenas a verdade prevalece e o próprio solo denuncia o coração de quem o pisa. O chão é feito de vidro que reflete o interior dos anjos, denunciando seus pensamentos pecaminosos e guiando-os a uma trilha de virtudes. Inúmeras construções de paredes lisas e claras, como se feitas de uma única pedra, emitem um brilho amarelado, são os muitos locais de julgamento onde anjos poderosos se sentam para acusar, defender e sentenciar outros anjos transgressores.

Estes tribunais estão instalados ao redor de um grande poço feito de energias ondulantes e com bordas em ouro branco, é chamado de Sobam que na língua dos anjos significa águas. Aqui ficam registrados todos os reflexos do solo de modo que a verdade no Baltim não pode ser ocultada ou esquecida. Dentro dos tribunais há sempre três anjos, os chamados Benai Mishpat ou os Filhos da Justiça.

Dispostos lado a lado em tribunas, à esquerda estão os acusadores cujo trabalho é denunciar as faltas dos anjos com o objetivo de conseguir uma condenação, vestem-se com túnicas vermelhas adornadas com um cinturão preto como ônix. À direita estão os defensores, responsáveis por suavizar ou anular as acusações com o intuito de conseguir uma absolvição do acusado, sua túnica é azul e seu cinturão verde como esmeralda. E no centro, sobre uma tribuna maior que a dos outros está o magistrado, com túnica branca e cinturão azul, este ouve os acusadores e defensores e profere uma sentença justa.

Aqueles que são absolvidos retornam imediatamente à suas atividades enquanto os condenados são levados a um grande forte ao leste. Feito de pedras escuras e com pequenas janelas o Misgeret, como é chamado, é a prisão dos condenados. Cheio de corredores e celas ali cumprem pena os anjos que seguiram um caminho obscuro, de inveja e foram denunciados por seus reflexos, um grupo especial de anjos é designado a fazer a guarda dos prisioneiros que nunca ficam eternamente.

No extremo sul, colado com o grande castelo no centro do Paraíso, o Tirah, está o luminoso Vaoan, o Forte da Verdade, onde o Príncipe da Justiça Bastiel reside e governa sobre a região. É feito de paredes prateadas e radiantes e diversos anjos das altas patentes tem livre acesso. No Centro está a sala principal onde Bastiel emite as ordens para serem seguidas, uma grande sala redonda ricamente decorada com armas e uma grande mesa sob um mapa do Paraiso. Ao lado há a sala onde Patiel, o porta-voz de Bastiel se encontra regularmente com os generais celestes.

Fazendo um contraponto à paisagem luminosa do Baltim estão os Campos da Espada, onde as Hostes Celestiais, o grande exército do Paraíso, se reúne e treina constantemente. O solo é arenoso e avermelhado e o céu cheio de nuvens, inúmeros anjos se movimentam em grupo de um lado para o outro portando toda sorte de armas.

Um dos muitos anjos guerreiros é Humiel, membro da divisão de escudos e lanças de luz, cujo objetivo principal é a defesa e o contra-ataque. Seu treinamento consiste basicamente em receber golpes poderosos sem se mover e revidar com velocidade e precisão. Humiel é um anjo alto de constituição física forte e pele clara, seus cabelos pretos são curtos e bem aparados e seu par de asas são brancos com um leve tom prateado.

Posicionado à frente de sua divisão, Humiel é sempre um dos primeiros a receber os golpes, por isso veste uma armadura completa nas pernas para dar peso e estabilidade, confiando em seu escudo para defender a parte do torso, protegida com placas mais leves, normalmente não usa elmos já que eles dificultam a visão.