Capitulo 4

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Ao acordar eu me lembrei do acontecimento de ontem. E fiquei lembrando pelo resto do dia. As palavras que trocamos enquanto andávamos sem rumo foram poucas, bem poucas, só as necessárias.

Eu desejava do fundo do meu coração que nós encontrássemos logo o acampamento pra mim poder, finalmente, me esconder do Bellamy e não precisar mais aguentar seus olhares e sorrisinhos bobos na minha direção.

- Para! - Ele estava sorrindo mais uma vez.

- Eu não estou fazendo nada!

- Tá SIM! Você fica me olhando e sorrindo desde que a gente acordou.

- Ah eu to fazendo isso sim! - Ele me olhou maliciosamente.

- Para ou eu...

Ouço um barulho de galho quebrando bem atrás de nós, olho para Bellamy e ele já está com a lança na mão.

- Fica aqui Clarke. - Ele joga uma faca para mim, como se isso fosse fazer toda a diferença caso alguém, ou algo, me atacasse.

Ele dá alguns passos para frente e um barulho surge do lado oposto.

- Algo está nos cercando. - Falo num sussurro para Bellamy, que já está ao meu lado.

Ele apoia a mão nas minhas costas, isso faz um arrepio percorrer meu corpo, se não estivesse preocupada estaria dando um chute em suas partes baixas.

- Não é algo, são eles.

E então várias pessoas começaram a sair da mata ao nosso redor. Eram homens, com roupas de animais, realmente de animais, como fantasias. Eles estavam com seus rostos pintados e grandes barbas, folhas estavam grudadas em suas "roupas" sujas.
- Não são terráqueos. - Disse a Bellamy.

Eles tinham arcos e flechas, lanças, e alguns até antigas pistolas. Pela leveza com que seguravam as armas eles estavam acostumados a usá-las. O que não fez eu me sentir mais segura.

Um deles, vestido de urso gritou:

- Larguem as armas! Agora! - Eles falavam inglês perfeitamente.

Eu e Bellamy trocamos olhares e ele jogou sua lança no chão, eu jogo minha faca e direciono meu olhar para o "urso", o qual parece ser o líder.

- Quem são vocês? - Pergunto.

- Quem faz as perguntas aqui sou eu. Por que vocês voltaram para a terra?

Como ele sabia que voltamos, como ele sabia quem somos.

- EU FIZ UMA PERGUNTA!

O silêncio reinava. Olhei para o Bellamy, eu não sabia o que falar, se devia falar. Por fim resolvi falar.

- Voltamos para ver se ela estava habitável.

- Então mais de vocês virão?

- Sim.

O urso olhou para os seus companheiros e depois pra nós, depositando um olhar demorado em cada um.

- Saibam que existem pessoas morando aqui. Que vocês não vão chegar e fazer tudo o que quiserem, armarem acampamento, matarem nossos animais, colherem de nossas frutas. Isso tudo tem dono, e o dono é o Rei Leão.

Bellamy riu.

- Igual ao filme?

- Olhe o que fala rapaz, se não fosse por mim você já estaria morto. Mas felizmente não somos como esse povo da floresta que não tem um pingo de civilização.

Terráqueos.

Ele continuou:

- Nós temos uma cidade, e nela existem leis, vocês devem respeita-las para continuarem vivos. Porém vocês não moram lá, e cometeram diversos crimes.

Bellamy e eu trocamos olhares preocupados. Mas ele segurou minha mão, fazendo com que toda minha preocupação se fosse, e meu ombros relaxassem.

- Vocês têm 3 dias para chegar até a cidade e se apresentarem ao rei, ou vocês e seus amigos morrerão.

Aperto a mão de Bellamy.

- Onde fica a cidade? Que cidade que é essa? Do que está falando?

- Onde o sol se põe.

E como num piscar de olhos eles somem para dentro da floresta, deixando-nos plantados como estátuas.

- Eles foram sequestrados. - Falo. - Isso explica tudo.

- Sim. Explica muita coisa.

- Então temos que encontrar a cidade.

- Temos.

Olhei ao nosso redor procurando por nossas bolsas, mas não as encontrei.

- Bellamy, as bolsas!

Ele olhou ao redor.

- Merda.

Sinto um pingo de chuva cair em meu rosto.

- Será que tem algum abrigo por aqui?

Enquanto eu falava isso a chuva engrossava, meu cabelo já estava todo molhado, junto com minhas roupas, olhei para Bell (Obs: gente vou chamar ele assim as vezes pois o nome fica muito repetitivo) seu cabelo estava molhado, e as gotas escorriam pelos seus lábios, ele estava tão bonito. Não, não posso pensar isso.

- Já rodamos esse lugar, e não achamos nada. Tem uma árvore ali. - ele aponta - Acho que ela pode diminuir o peso da chuva sobre nós, mas é meio pequeno.

Quando ele falou pequeno, era pequeno mesmo, mal cabiam duas pessoas. Era como uma entrada no tronco, um semicírculo, fechado com raízes dos lados, em cima grandes galhos diminuíam a chuva.

Ele sorriu, e eu sabia o que ele estava pensando. Teríamos que ficarmos juntos, bem juntos, para não se molharmos.

Ele foi até a árvore e se sentou, então abriu os braços:

- Você não vem princesa?

Relutante caminhei até a árvore e me sentei ao seu lado. A lateral de nosso corpos se encostando, e seu braço por trás de meus ombros. E dentro de mim existe uma guerra de sentimentos, porque, por mais estranho que seja, eu estou me sentindo no céu ali.

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Migas e migos, desculpa a demora, mas minha vida tá meio corrida, e graças à minha ansiedade o final da história muda a cada hora, então às vezes vai ter algumas partes que vocês vão ficar : " Ahn? COMO ASSIM" Ignorem, continuem lendo e torçam pra o final não mudar para um final triste (vixx)
Eu gostaria de agradecer a cada um que votou, que comentou ou que simplesmente leu. Vocês são mais que especiais para mim.
Então bjs e até o próximo capítulo! <3

Um amor na Terra (The100/Bellarke fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora