Conto Um

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Boa leitura!

Thomas estava destruído. Completamente desamparado. Perder seus amigos havia lhe deixado tão vazio, que era quase como se ele não possuísse mais uma alma. Parecia que lutar havia sido em vão, pois agora não tinha mais vontade de seguir em frente.

As únicas razões pelas quais Thomas continuava vivo eram Minho - seu melhor amigo, desde que Newt se fora - e..., bem, Brenda.

O garoto não sabia exatamente o que ela representava para ele. Só sabia que a queria por perto, que queria abraçá-la para afastar a dor que ele sentia. Brenda era como um remédio, que amenizava seu sofrimento quando estava triste e solitário - ou seja, a todo instante.

A garota havia, definitivamente, ganhado seu coração. Por inteiro.

- Oi - disse ela, ao aproximar-se de Thomas, que estava encolhido em sua cama improvisada, feita com alguns materiais que ele achara no refúgio. Ele estava pensativo.

- Oi.- Ele abriu um pequeno sorriso, algo raro de se acontecer. Exceto quando ele estava com Brenda ou Minho, pois ele só conseguia sorrir nesses momentos.

- Então? O que está fazendo? - Ela chegou ainda mais perto, fazendo o coração do garoto acelerar. Ela sempre o deixava nesse estado.

Mas Thomas não sabia como lidar com esses sentimentos, não tinha coragem de expô-los a Brenda.

- Nada. Só... não sei, eu só estava pensando - disse, olhando para suas mãos. Se olhasse para o negro dos olhos da garota, que tanto o encatavam, poderia perder o controle sobre si mesmo.

- Hum... - Ela sentou-se na cama, colocando-se ao lado de Thomas. - Bem, eu também estive pensando. E muito. - Mordeu o lábio inferior. - Estive pensando em você, Thomas.

Ele então a encarou. Não sabia o que fazer. Mas agora seu coração batia mais rápido que nunca, sua respiração estava ofegante. Queria beijá-la.

- Eu estou confusa - continuou. - Não consigo parar de pensar nessa "coisa" que nós temos. Está tudo tão bagunçado em nossas vidas... - Neste momento, ela já havia desviado o olhar de Thomas. Passou a observar o teto. - Trocamos um beijo ou dois, não foi? - Ela riu, levemente. - Se bem que o primeiro não foi bem um beijo, não é mesmo? - falou, com certo desgosto.

"Você nunca será ela". Thomas não podia odiar-se mais por ter dito aquilo a Brenda. Há muito tempo não era mais apaixonado por Teresa, mesmo antes da morte da mesma. O coração dele não a pertencia mais.

Havia estragado um dos poucos (apenas dois, na verdade) beijos que havia dado em Brenda. Tudo devido àquela maldita frase que escapou de sua boca.

Ele ainda não conseguia falar nada. Era como se sua voz houvesse desaparecido.

- O que eu quero dizer é que... na verdade, não sei o que quero dizer. - Suspirou pesadamente. - Você anda um pouco distante. Não que eu o culpe por isso, mesmo porque faz tão pouco tempo que tudo aconteceu, não? - Ela olhou para os joelhos, nos quais agora estava abraçada.

Era verdade. Thomas realmente andava distante, mas não por querer. Ele aproveitava ao máximo todos os segundos que passava com Brenda, mas, às vezes, parecia que não estava ao seu lado, não completamente.
Ele tinha medo de ser totalmente honesto com ela. Tinha medo de transparecer tudo o que estava sentindo. Medo de apegar-se a ela ainda mais e, então, a perder. Como sempre acontecia com as pessoas que amava.

- É que está tudo tão estranho entre nós - ela finalizou. Então, voltou a olhá-lo nos olhos.

- Eu não sei o que dizer - Thomas falou. - Vo-você gosta de mim? - ele perguntou, gaguejando um pouco.

- Se eu gosto de você? - Ela sorriu. - Thomas, eu te amo. Muito. Como eu nunca amei ninguém. - Ela suspirou, como se estivesse tirando um peso de suas costas. - Bem, eu pensei que isso estivesse subentendido em tudo o que eu faço perto de você. - Mordeu o lábio com tanta força, que poderia sair sangue dali.

Ele não podia sentir-se mais feliz naquele momento. Era como se o buraco que estava aberto em seu peito acabasse de cicatrizar. Ele sabia que, de certa forma, Brenda sentia-se atraída por ele. Mas não fazia ideia de que ela o amava, assim como ele a amava.

- Você provavelmente não deve se sentir assim sobre mim, então. .. - O garoto a cortou com um beijo. Um beijo de verdade, sem nada que pudesse atrapalhar.

Ele puxou sua cintura, fazendo-a colocar-se sobre ele. Brenda afagava os cabelos de Thomas. Só foram parar depois de minutos desfrutando um do toque do outro.

- Eu também te amo. Mais que a minha própria vida - disse ele para Brenda, que ainda estava em seu colo. Estavam com as testas coladas.

- Que bom saber disso. - Ela o abraçou mais forte.

- Poderíamos ficar aqui para sempre, não? - Thomas falou, apertando-a para si.

- Eu adoraria. - Brenda sorriu e voltou a beijá-lo.

Depois Do Fim - Série de Contos TrendaOnde histórias criam vida. Descubra agora