Aquela noite com Abraão foi incrível, e acredito que nunca esquecerei. Quando acordei Abri estava do meu lado, dormindo, eu comecei a admirar o seu rosto, cada detalhe dele era lindo, até aquelas espinhas nascendo, ou seja, percebi que estava completamente apaixonada por ele. Logo ele abriu os olhos e ele disse sussurrando:
- Oi!
- Oi.-
- Sabe Kari...acho que eu estou... gostando de você.-
sentei imediatamente na cama.
- Agora que você tá gostando de mim! Eu pensei que já me amava!
Ele sentou na cama também.
- O quê?
- Você me usou! Me usou!
- Hã?
- Então percebo que tudo aquilo que você me falou era mentira! nunca teria transado com você se tivesse percebido isso. Eu não gostava de você só como amigo Abri, eu te amava! Quando tínhamos 12 anos, quando me beijou, pensei que me amava, mas era coisa da minha cabeça, eu ficava pensando em você todos os dias, lembrava daquele beijo suave, seu sorriso. Depois, você teve que "namorar" com uma menina que você mal conheceu e eu a odeio, invês de ser eu a tal menina! Como pôde?
- ...Kari, eu...Me desculpa
- Como vou te perdoar! Você me usou, pra satisfazer os seus prazeres pensando em outra em vez de mim! Se você fosse menos idiota! Saberia desde o início! Você não sabe como eu sofri... Quando... Quando vocês começaram a namorar!
- Não é verdade... Kari! Kari!!
Desci da cama e vesti minha roupa rápido, saí correndo e ele logo atrás de mim, estava chovendo, mesmo assim corri na chuva. Entrei em desespero, estava chorando, estava soluçando enquanto chorava. Então um carro veio em minha direção e me bateu, caí no meio da pista, bati minha cabeça. Tudo que via era imagens embaçadas de um garoto me socorrendo, mas não ouvia mas nada e tudo escureceu.
~Abrãao Narrando~
Ela chorou, fugiu de minha casa, corri atrás dela, ela foi na chuva forte que caía e mesmo assim fui atrás. Derrepente um carro bate nela, ela estava jogada no chão, eu me desesperei, ela estava acordada, chamava seu nome mas não respondia, sua cabeça escorria sangue,eu carreguei ela e pedi para o motorista do carro que nos levasse para o hospital mais próximo, ele me atendeu, enquanto íamos em direção ao hospital ele se desculpava e eu disse que:"Suas desculpas são aceitas, pois sei que não foi sua culpa, mesmo assim já aconteceu, desculpas não vão ajuda-la". Chegando no hospital gritei pedindo socorro, logo logo enfermeiras se mobilizarem e trouxeram uma maca, coloquei ela na maca e ela estava totalmente apagada, pedi para que pudesse ir junto com ela mas disseram que já fiz o bastante por ela, daí não a vi mais. Liguei para a mãe da Kari, ela veio correndo quando soube da notícia.
- Cadê ela Abraão? Onde ela está?!-A Mãe dela perguntava desesperadamente.
- Ela está na mesa de cirurgia- Respondi aflito.
- Aí meu Deus, minha pequena!!!- Ela já estava chorando. Eu a consolei, ficamos aguardando na sala de espera, eu ficava balançando a perna rapidamente. Eu estava nervoso. Depois o médico chega, e eu e a mãe dela levantamos.
- Senhora Simons... É difícil dar essa notícia... nós tivemos uma cururgia com sucesso mas... Sua filha, ela entrou estado hibernal.
Estado hibernal: coma. Depois dele anunciar isso,a mãe de Kari desabou, eu fiquei do mesmo jeito, eu chorei muito com a mãe dela mas eu estava a consolando mesmo assim.
Nós entramos no quarto dela, ela estava horrível. Estava completamente cheia de tubos de respiração e cheia de agulhas, eu não conseguia nem olhar, ela não acordava, chamávamos por ela, e nada. Tudo que fiz foi sentar ao lado dela pegar sua mão e pedir desculpas, chorava muito, mas sabia que ela me ouvia.
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Faz um mês que a Karina está no hospital, e nada dela melhorar, eu estou com medo de algo ruim acontecer. Nesse meio tempo, muitas garotas me paqueravam, mas eu estava deprimido demais com a situação da Kari, só pensava nela, e lembrava os dias que brincavamos quando criança, eu adorava vê-la sorrir, e o jeito que me olhava, e me fazia rir, só o que me deixava triste era o fato de ela poder morrer e nunca mas sentir o seu abraço novamente.
Fui visita-la, levei mais um buquê de flores, ao entrar vejo fotos dela, quadros com fotos de nós dois, buquês com suas flores preferidas: lírios e rosas brancas, tudo o que ela gostava e fotos de pessoas que amava haviam lá, e no centro vejo minha bela adormecida, agora com menos tubos e agulhas que antes. Estava linda, mesmo doente, me sentei ao seu lado e segurei a mão dela, e comecei a conversar com ela.
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- Oi Kari... Tô aqui de novo, senti saudades. Trouxe flores; suas preferidas e o seu urso Teddy. Tenho muita coisa pra te contar que você nem imagina, mas sei que quando você acordar vamos começar uma nova vida. Você fica tão linda dormindo, e pra ser franco, tenho uma vontade louca de lhe abraçar e encher-la de beijos. Eu tenho medo de te perder Kari, você é minha única esperança agora.
Antes de ir embora, deixei o buquê ao lado dela pra ela sentir o cheiro, e dei um beijo na sua mão, mas aí me deu vontade de dar um selhinho nos seus lábios e foi o que fiz, segurei a mão dela e orei com ela, derrepente ela aperta minha mão, eu logo olhei para ela e vi que tinha abrido os olhos mas não conseguia falar, eu sorri e ela deu um leve sorriso também, corri para chamar o médico, ele veio imediatamente. Lá, ele começou com uns testes: perguntou o nome dela, pediu para ela mexer as mãos, piscar os olhos, mexer as pernas e tal; ela tentou fazer o que pôde, mas fez com muito esforço, eu acompanhava tudo. Até que Ally apareceu no quarto e me viu junto à ela, só sei que ela pretendia fazer algo com a Karina.
