Capítulo 11

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Já tinha escolhido dois pares de jeans, duas camisetas, uma blusa e um vestido. Estava agora na seção de roupa interior quando Ulisses se aproximou em silêncio das minhas costas. Imediatamente fiquei tensa, ele realmente me afectava mais do que desejava. Peguei num conjunto branco de algodão e me preparei para o colocar no cesto quando vi que ele olhava fixamente as peças penduradas. Não sei porquê, de repente senti necessidade de levar algo mais sexy, assim troquei por uma em renda. Escolhi em branco, preto e rosa escuro, fiquei satisfeita por ver o olhar quente de Ulisses quando observou o que eu tinha escolhido.

__ Achas que só essa roupa chega? – Perguntou com voz baixa ,um tom sensualmente  rouco .

__ Sim, para os dias que vou cá estar...sim. – Disse perturbada pelas sensações que ele continuava a despertar em mim.

Ele me olhou sombrio e apertou a mandíbula. Mas fiquei surpresa quando rapidamente dá a volta e pega num conjunto carmesim rendado, lindo e caríssimo. Quem seria a sortuda que iria receber um presente daqueles? Seria para a Liliana como um suborno?

Naquele momento decidi com todas as minhas forças que não ia ser mais afectada por ele. Em breve iria para casa, nunca mais nos iríamos ver, mesmo nos cruzando na estrada provavelmente ele nem me iria cumprimentar. Só tinha que aguentar uns dias, mais nada, depois a minha vida voltava ao normal. Apesar dele me irritar, esse pensamento me entristeceu bastante.

Fomos ao balcão de pagamento e dei á moça o meu cartão de pagamento. Ela olhou Ulisses com um sorriso acenando a cabeça. Parece que se conheciam muito bem, rangi os dentes. Ela ensacou as roupas e me deu o talão de compra junto com o meu cartão. Agradeci e ela fez o mesmo.

__ Este é para embrulhar! – Ulisses entregou-lhe o conjunto carmesim, tentei não olhar, não queria me sentir deprimida, apesar de ser esse estado em que me encontrava, no momento. Droga !!!

__ Boa escolha! – A moça deu-lhe um sorriso sensual. E eu apertei as mãos em punhos com força para não me atirar ao pescoço dela.

Mas o que se passava comigo? Tinha que apanhar ar e depressa. Corri para a porta e respirei fundo duas vezes, quando me encostei ao carro esperando  Ulisses. Passados uns minutos ele surgiu feliz na sua vidinha perfeita, entrando no veículo com um grande sorriso nos lábios. Rangi os dentes todo o caminho, pelos vistos a moça devia ter-lhe dado mais que um embrulho. Depois de chegarmos a casa eu imediatamente corri para as escadas, precisa do meu espaço pessoal, longe daquele que me deixava com um fogo correndo nas veias.

__ Cassandra!

Congelei com sua voz autoritária me virando cautelosa.

__ Sim! – A palavra soava brusca mas não me importei.

__ Daqui a uma hora o almoço está pronto. Se quiseres tomar banho e mudar de roupa tens tempo.

__ Vou aproveitar e fazer isso. Obrigada.

Logo que senti a água quente da banheira, suspirei com o prazer de ter o meu corpo relaxado. Andava muito tensa ultimamente. Eu não tinha vindo ali para arranjar confusão na minha vida. Homens sempre me davam desgostos amorosos e por isso tinha feito sucesso em não me apaixonar nestes últimos anos, será que agora me tinha deixado apanhar nas teias da paixão?

Deitei-me na banheira suspirando, a agua cobria-me o corpo todo menos os seios que sobressaiam da água com os mamilos completamente erectos. Eles estavam assim desde que tinha saído do carro do Ulisses. Durante o caminho ele irradiou um perfume agradável, doce, inebriante, que me colocou os sentidos todos em alerta, alem do meu corpo. Ainda tinha aberto o vidro para aliviar um pouco a sensação de calor, mas não foi o suficiente. Esfreguei os seios para ver se aliviava um pouco a tensão, mas só fiz pior. Imaginei as mãos de Ulisses ali, naquele momento. Coloquei a cabeça para trás e fechei os olhos. Acariciei os seios apertando os mamilos duros e erectos com força, arrancando um gemido a mim própria. Escorreguei uma das mãos pelo meu estômago, deslizando os dedos entre minhas coxas , a pele formigava, necessitada e esfreguei suavemente. Quando gemi, pensei ouvir ao mesmo tempo um grunhido. Ele me perturbava tanto que até parecia que ele estava ali presente ...ao imaginá-lo. Mas de repente fiquei alarmada quando um rosnar baixinho soou no ar. Abri os olhos ,virando a cabeça para a porta . Ofeguei na mesma hora,tapando os seios com um braço.

__ Ulisses! – Gritei.
Ele tinha o olhar sobre o meu corpo. Mas estava como uma estátua na entrada, com as mãos fechadas em punho, caídas de cada lado do corpo. Branco como a neve, mandíbula apertada e quase uma expressão de dor no rosto.__ Que fazes aqui?

A minha voz tremia, ruborizada de vergonha tento ocultar meu corpo , o mais que podia. Lentamente ele subiu o olhar para o meu rosto, me encarando com seus olhos amarelados.

__ O almoço está pronto... pensámos que tivesses adormecido. - A voz era baixa.__ Vim só verificar se estava tudo bem.

__ Ah...certo..
Me desculpem. Eu já desço.
Ruborizei, ele tinha acabado de me assistir a tocar o meu corpo e estava completamente excitado. O volume que sobressaia das calças indicava que era muito bem constituído. Engoli em seco, cruzei a perna para ocultar um pouco a minha nudez. Olhei-o por momentos e mordi o lábio. Ele não se mexia.

__ Ulisses! – Gritei. __ Podes sair para me poder vestir, por favor. Sem dizer nada, deu meia volta grunhindo , ouvi a porta bater e suspirei .__ Eu não acredito!

Envergonhada, murmurei antes de me afundar completamente na água. Sequei-me rapidamente, vesti roupa interior branca, uma camisola, calções e umas sandálias que tinha comprado na loja. Penteei o cabelo e amarrei-o num rabo-de-cavalo. Antes de abrir a porta, suspirei, tinha que enfrentar o lobo. Entrei na cozinha e olhei o Ulisses, mas ele não levantou a cabeça do jornal que estava a ler.

__ Olá Cassandra! Vejo que tens roupa nova. – Bernardo sorriu.

__ Olá Bernardo!

Sentei-me cautelosamente. Ulisses largou o jornal e serviu-se da comida. Reparei que inspirou profundamente e ficou tenso, mas não me olhou. Achei estranho o silêncio dele. Depois do café ele pediu licença e saiu. Virei-me para o Bernardo que olhava para a porta da cozinha muito sério.

__ É a minha vez de lavar a loiça. – Sorri me levantando.

__ Vou ter que sair, mas já sabes, estas á vontade.

Agradeci, Bernardo parecia ser um homem forte, inteligente e carinhoso. Depois de arrumar a cozinha eu fui até ao meu quarto, precisava de dormir um pouco. Tentar esquecer alguns sentimentos que me assolava a mente e corpo, tentar me libertar do feitiço que Ulisses começava a ter sobre mim.

Livro 1 - Amada por um AlphaOnde histórias criam vida. Descubra agora