LAIS
Acordei com o despertador tocando, me levantei com preguiça, e fui para o banheiro caminhando como um zumbi, após um banho que me fez acordar, voltei para o quarto e me arrumei para mais um dia de aula.
Desci para a cozinha e encontrei minha mãe, fazendo exatamente o contrário do que recomendado pelo médico, tomando uma xícara bem cheia de café preto.
Minha mãe está grávida, e por conta de alguns riscos em sua gestação, ela deve seguir uma dieta específica passada por seu médico.- Bom dia mãe, posso saber o que a senhora está fazendo com essa xícara fumegando café?
- Bom dia filha, não é café.
- E o que é? - Questionei
- Chá de camomila. - Disse com a cara deslavada
- Mãe, esse cheiro não é de chá, e eu sei melhor do que ninguém que o chá de camomila acabou, eu procurei ontem a noite e não tinha, meu pai disse que havia acabado.
- Fui pega. Você está certa, é café, mas eu não aguentei, você sabe o quanto eu vivo de café.
- Eu sei o quão a senhora gosta de café, mas sei também que foi recomendado que não tomasse por um tempo, isso fará mal para o Joaquim, e tenho certeza que não é o que a senhora quer, não é mesmo dona Tereza?
- Eu já tive uma gestação antes, e quando estava grávida de você eu continuei tomando café, dona Laís.
- Vou contar isso para o meu pai viu?
- Dedo duro! - Mostrei a língua.
- O que tem para comer?
- Fiz bolo de laranja, mas tem torrada e pão também.
- Amo seu bolo.
Me sentei junto com ela á mesa, e tomei café com calma conversando aleatoriamente assuntos comuns com minha mãe, após terminar minha refeição, deixei minha xícara na pia e subi para escovar meus dentes.
Conferi minha aparência em frente ao espelho, borrifei um pouco de perfume em meu pescoço e sai do quarto carregando minha mochila.
Desci as escadas- Mãe me leva para o colégio por favor?
- Levo, vou aproveitar e passar no mercado.
Esperei ela se trocar, pegar a bolsa, e saímos de casa.
Ao chegar na porta do campus, me despedi da minha mãe e fui encontrar com minhas amigas.- Oi piranhas. - Cheguei me jogando sobre elas e as cumprimentando carinhosamente.
- Sua gorda - Carolina respondeu rindo
- Sou mesmo, igual a você - respondi brincando
- Ridicula você né? piranha é sua vó - Pamela respondeu mais alto fingindo estar brava
- Cara de brava para mim é fome viu? Se quiser te pago um lanche - Respondi apertando suas bochechas e rindo
- Vamos para as nossas salas, preciso me sair bem nessa matéria.
- Nerd - Pamela disse á ela
Pamela e Carolina são primas, e minhas amigas desde os onze anos, nunca nos desgrudamos, o que fez com que nossas famílias se reunissem sempre também.
Fomos para a sala, assistimos as três primeiras aulas, e saímos para o intervalo.
Estava sentada esperando Pamela pegar nossos lanches na cantina, quando Bernardo parou na minha frente.- Oi Laís, ou Carol
- Oi Bê - respondemos juntas
- Então Laís, queria saber se você quer pegar um cinema comigo? você escolhe o filme.
- Hum, que dia Bê?
- Hoje, ou no final de semana se você quiser.
- Eu preciso ver se minha mãe não vai precisar de mim, posso te mandar uma mensagem depois com a resposta?
- Claro.
Bernado saiu envergonhado, ele é muito fofo.
Pamela voltou com nossos lanches e reclamando da fila enorme na cantina.
Conversamos até o sinal tocar e voltarmos cada um para a sua sala, assistimos o restante das aulas e como eu precisava de nota boa prestei atenção.
Ao dar a hora da saída, me despedi das minhas amigas e acabei indo para casa andando, pois o dia estava muito gostoso.
E a pergunta que talvez vocês tenham é, como uma garota de dezessete anos ainda está estudando, bom eu não sou repetente, mas já terminei os estudos e completei o ensino médio, esse colégio é como uma escola de cursos, onde você aprimora os seus estudos antes de cursar a faculdade, e acaba ajudando a decidir a sua escolha para o futuro.Ao chegar em casa, encontrei nada mais que silêncio.
- Mãe? - chamei
Fui para a cozinha e encontrei um bilhete na geladeira:
"Filha, estou na casa da sua avó Anna;
Volto mais tarde;
Deixei comida na geladeira.
Beijos, mamãe"Coloquei a comida para esquentar no micro-ondas, e subi para trocar de roupas, amarrei o cabelo e desci novamente para a cozinha, peguei meu prato e sentei á mesa, comi em silêncio.
Após terminar, lavei a louça que sujei e subi para escovar meus dentes, depois me joguei na cama, abri meu WhatsApp e respondi as meninas, visualizei a mensagem do Bernardo mas não respondi.
Não é que eu não queira sair com ele, por mais que eu não esteja fazendo nada, estou morrendo de preguiça de me arrumar toda, e até de sair de casa, e por que eu não respondi? Bom, o Bê é um pouco intenso, ja percebi isso, qual é, ele mora na mesma rua que eu a anos, e sei como ele fica angustiado quando algo não sai como ele espera, não quero que ele fique se sentindo culpado ou algo parecido, ou até mesmo pensando mal de mim, e no final fique tocando minha campainha horas da noite só para me questionar por que não quis sair com ele.
E sim isso já aconteceu.Então fiquei o restante da tarde assistindo série, minha mãe chegou junto com meu pai por volta das dezoito horas, combinamos de pedir comida após meu pai tomar banho, desci animada e fiquei na sala assistindo novela com a minha mãe.
Quando meu pai finalmente desceu, ele pediu pizza, mas fez minha mãe prometer não exagerar, como se ela fosse fazer isso, nunca come mais de uma fatia e sempre deixa a borda.
O restante da noite foi tranquilo, comemos, assistimos e depois fomos deitar, fiquei lendo um pouco antes de ser vencida pelo sono e dormir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Amor De Infância (EM REVISÃO)
Teen FictionQuando o destino te olha, não tem para onde fugir... Laís e Fernando, cada um com sua vida, cada um em um país. Os dois amigos de infância que sequer pensam na hipótese de se reencontrarem, mesmo tendo mães tão decididas a encher a cabeça deles de...